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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Estudo comprova viabilidade econômica de reflorestamento com espécies nativas

O Brasil se comprometeu a restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares até 2030 como parte de sua meta climática no Acordo de Paris. Isso significa que é preciso dar escala a projetos de reflorestamento de espécies nativas e de sistemas agroflorestais, que precisam ser rentáveis para atrair investimentos.


“Poucos países têm a vocação florestal do Brasil e é possível olhar para este tema na lógica das oportunidades de negócio”, afirma Miguel Calmon, diretor de Florestas do WRI Brasil. O Projeto VERENA (Valorização Econômica do Reflorestamento com Espécies Nativas) mostra que o reflorestamento com espécies nativas é economicamente competitivo. Uma ferramenta gratuita foi desenvolvida para calcular se um projeto de reflorestamento ou sistema agroflorestal (SAF) é viável, ou seja, se equilibra capital financeiro e natural e oferece oportunidades de negócio e emprego no meio rural. A iniciativa analisou nos dois últimos anos a viabilidade técnica e econômica do reflorestamento com espécies nativas, e também os benefícios sociais e ambientais, de 12 estudos de caso em propriedades na Amazônia e Mata Atlântica.

“Para tomar uma decisão, os investidores precisam ter mais informação sobre risco e retorno. As espécies arbóreas nativas brasileiras existem há milhares de anos e já protagonizam experiências comerciais bem-sucedidas, mas não no mercado de capitais. Estudos de caso são importantes para a criação de um histórico de práticas e para diminuir a percepção de risco”, destaca Alan Batista, Analista de Investimentos do WRI Brasil.

Em sua maioria, os casos estudados pelo VERENA necessitam de maior investimento por hectare e tempo para recuperar o retorno do investimento, se comparados ao setor agropecuário e florestas plantadas. No caso do payback, o tempo maior se deve ao maior ciclo de colheita das espécies arbóreas nativas. Se diversificado, é possível mitigar riscos ambientais (estiagens, secas, etc) e de variação de preços.

A análise conjunta dos 12 estudos de caso mostra que, em média, o retorno dos ativos é maior (16%) para o reflorestamento com espécies nativas e SAFs do que a média da agricultura e silvicultura com pinus e eucalipto (13%). A análise conjunta também indica que o retorno médio do investimento nos 12 estudos casos do VERENA leva 16 anos frente a 12 anos nos casos estudados da agricultura e silvicultura com espécies exóticas. “Estatisticamente, o retorno médio dos ativos e do investimento são equivalentes nos casos comparados à agricultura e silvicultura. Isso significa que apostar no reflorestamento com nativas e SAFs é um bom negócio”, salienta Alan.

Além da contribuição para o alcance da meta climática, o investimento em restauração e reflorestamento com espécies nativas e sistemas agroflorestais contribui para o cumprimento do Código Florestal Brasileiro (CFB). É o caso do uso econômico da Reserva Legal (RL). Grande parte dos ativos estudados pelo VERENA são compatíveis com o manejo sustentável em RL. As análises do projeto indicam outras oportunidades de negócio com sistemas produtivos integrados. É exemplo a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), que possibilita o plantio de culturas anuais paralelamente ao plantio de espécies nativas.

O Projeto VERENA é liderado pelo WRI Brasil em parceria com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e tem o apoio da Children’s Investment Fund Foundation (CIFF). Mais de 50 parceiros participaram dos primeiros dois anos de trabalho.

Fonte: EcoDebate

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