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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Do lixo ao luxo do gás natural

Sulgás, Ecocitrus e Naturovos lançam o GNverde, biogás produzido a partir do esterco de aves. O objetivo é iniciar comercialização no próximo ano


Por Laura D’Angelo

Vem das aves a esperança de tornar o biogás um dos principais combustíveis da planta energética do Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira (28),  a Sulgás, Companhia de Gás do Estado, apresentou o GNVerde, gás produzido a partir de esterco de galinhas, restos de ovos e outros resíduos orgânicos. O projeto, concebido em parceria com o Consórcio Verde-Brasil, que conta com a cooperativa Ecocitrus e a Naturovos, é inédito no Brasil, por gerar um gás natural com alto teor de metano (96%), o que atende as exigências da Agência Nacional do Petróleo (ANP). “É equivalente ao que vem da Bolívia”, atesta Roberto Tejeda, diretor presidente da Sulgás.

gnverde-350Desenvolvido na Usina Ecocitrus, em Montenegro, a 66 km de Porto Alegre, o GNVerde está sendo utilizado para consumo próprio em veículos das companhias do Consórcio. Em dezembro, será testado em indústrias da região. A eficiência, garantem os idealizadores, é a mesma dos demais combustíveis. A planta inicial, cujo investimento foi de R$ 4 milhões, tem potencial para produzir 5mil m³ por dia de gás, mas, segundo João Carlos Müller, presidente da Naturovos, o objetivo é quadruplicar o volume até a metade de 2014. “Para isso, prevemos um investimento de mais R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões”, completa. Albari Pedroso, diretor da Ecocitrus, destaca que o processo anaeróbico realizado com os compostos orgânicos na Usina podem gerar, além do gás, energia elétrica e térmica e biofertilizantes (que já estão sendo aproveitados pela cooperativa).  “

A Sulgás espera a regularização do GNVerde pela ANP para iniciar a comercialização, que deve ocorrer no início de 2014. O preço para venda ainda não foi definido, mas Tejeda acredita que o “selo verde” é um diferencial importante e de forte apelo. “O sucesso depende de como o mercado será capaz de remunerar um produto premium. O biogás possui um valor agregado gigante. Nós estamos utilizando um subproduto da indústria para produzir gás. Ou seja, transformando um problema em energia”, salienta. Inicialmente, o planejamento é vender o GNVerde por meio de cilindros. Nos veículos, o equipamento para a instalação do novo biogás é o mesmo utilizado para o GNV (gás natural veicular).

O potencial de comercialização do gás natural fez com que a Naturovos repensasse a reutilização dos resíduos, que antes eram destinados à compostagem. Hoje, cerca de 2500 toneladas de detritos orgânicos da empresa são destinados para a produção do GNVerde. A produtora de ovos consegue, assim, reaproveitar entre 15 a 20% dos resíduos. A intenção é que, quando a produção aumentar para 20mil m³/dia, mais da metade do resíduos sejam encaminhados para a transformação em biogás.

Gás natural no Sul

A recente acusação da distribuidora catarinense SCGás de que a Petrobras estaria negando fornecimento adicional de gás natural (leia aqui) , recolocou em evidência as deficiências no abastecimento desse combustível na região Sul. De acordo com Roberto Teleja, a Petrobras sempre atendeu aos pedidos de compra de volume adicionais feitos pela Sulgás. O diretor presidente da Companhia, no entanto, admite preocupação pela falta de estratégia e de soluções de longo prazo para resolver os problemas de suprimento de gás natural na região. “Nós detectamos uma curva por demanda de gás bastante vigorosa nos próximos anos. O mercado do Sul chegou a exaustão sob o ponto de vista de suprimento. Portanto, nós precisamos de uma solução urgente para isso”, alerta.

Segundo Teleja, o Rio Grande do Sul tem investido em novas fontes de produção de gás natural. Atualmente, a Sulgás negocia com projetos que possuem, no total, um potencial de produção de cerca de 70mil m³/dia. Todos estão em processo de contratação para 2014. A meta é que a produção no estado chegue a 300mil m³/dia daqui a cinco anos. O volume, por exemplo, seria suficiente para cobrir o mercado gaúcho de GNV, que consome diariamente 210mil m³.


Fonte: Revista Amanhã

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