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terça-feira, 17 de junho de 2014

FAPESP estimula criação de facilities

Pesquisadores na região de Campinas, interessados em realizar análises nas áreas de Genômica, Bioinformática, Proteômica e Biologia Celular, dispõem, desde 2013, de um laboratório no campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que presta serviços de apoio à pesquisa.


Trata-se do Laboratório Central de Tecnologias de Alto Desempenho em Ciências da Vida (LaCTAD) – uma unidade multiusuário concebida nos moldes das facilities existentes em instituições de pesquisa no exterior.

Construídos com o propósito de concentrar em um mesmo lugar equipamentos científicos de ponta, além de técnicos operacionais e insumos – a fim de otimizar o uso desses recursos e diminuir o custo da pesquisa –, exemplos de facilities como o LaCTAD têm aumentado no Estado de São Paulo nos últimos anos.

“Há 10 anos não se falava em facilities para sequenciamento genético ou para OMICs [sigla para a expressão Genômica, Epigenômica e Protêomica em inglês] em São Paulo”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, durante uma palestra no 1st Workshop on Multi-User-Equipment and Facilities, realizado no dia 4 de junho, na FAPESP.

“Agora temos mais de 50 unidades multiusuários autodeclaradas facilities, que oferecem serviços essenciais para a pesquisa em São Paulo, com importante apoio das instituições em que estão sediadas. Além disso, aumentam a visibilidade de suas instituições sede”, disse Brito Cruz.

Entre as facilities instaladas recentemente em São Paulo com apoio do Programa Equipamentos Multiusuários (EMU) da FAPESP estão o Centro de Facilidades de Apoio à Pesquisa (Cefap), no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), e o Laboratório Multiusuários Centralizado em Genômica Funcional Aplicada à Agropecuária e Agroenergia, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP, no campus de Piracicaba.

Inaugurado em agosto de 2013, o Cefap oferece serviços de sequenciamento de nova geração para alunos e pesquisadores da USP e de outras universidades e instituições de pesquisa.

Para contratar os serviços – cujos valores variam de acordo com o equipamento a ser utilizado –, os pesquisadores precisam verificar a disponibilidade e agendar, no site do laboratório, a data e o horário de uso.

O Laboratório Multiusuários Centralizado em Genômica Funcional Aplicada à Agropecuária e Agroenergia, inaugurado em 2012, realiza serviços de sequenciamento genético, genotipagem, transcriptoma, proteômica e bioinformática.

“Já foram realizados no laboratório mais de 70 projetos de grupos de pesquisadores de universidades e instituições de pesquisa do Brasil e do exterior, além de empresas”, disse Mônica Veneziano Labate, pesquisadora associada da Esalq, durante sua palestra no evento.

“A maioria dos grupos que precisou fazer sequenciamento de DNA recebeu treinamento para preparação das amostras, interpretação dos resultados e análises de bioinformática”, contou Labate.

Incentivo às facilities

Fator importante para o aumento do número de facilities em São Paulo foi o lançamento de uma nova chamada de propostas do Programa EMU da FAPESP em 2009.

Criado em 2005, o programa já concedeu mais de R$ 250 milhões para a aquisição de equipamentos multiusuários, instalados em laboratórios de pesquisa de universidades, de laboratórios nacionais, como o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNANO), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), e em facilities como o LaCTAD, o Cefap e o Laboratório Multiusuários Centralizado em Genômica Funcional Aplicada à Agropecuária e Agroenergia da Esalq.

A segunda chamada do programa, em 2009, enfatizou que as propostas de instalação de equipamentos multiusuários em facilities teriam maior peso na avaliação.

A chamada também explicitou com ênfase a necessidade do apoio das universidades e instituições de pesquisa para prover os recursos necessários, em termos de infraestrutura adequada e pessoal técnico, por exemplo, para o funcionamento do equipamento multiusuário pleiteado em perfeitas condições.

“O apoio institucional é muito importante, não só na questão do uso de equipamentos”, disse Brito Cruz. “Para fazer ciência competitiva internacionalmente é preciso ter apoio institucional ao pesquisador, como há em universidades como as de Stanford, Cornell e Carolina do Norte [nos Estados Unidos], e não como o que há aqui, em que o pesquisador gasta tempo que poderia estar se dedicando à pesquisa ‘preso’ a uma máquina ou prestando contas.”

A fim de assegurar o compromisso institucional dos projetos aprovados na chamada, antes da concessão de recursos pela FAPESP para a aquisição do equipamento multiusuário foram realizadas entrevistas com os pesquisadores responsáveis pelo projeto, com pró-reitores de pesquisa e com representantes das instituições.

As universidades e instituições de pesquisa que tiveram seus projetos selecionados na segunda chamada do programa também assinaram documentos afirmando o compromisso de garantir o bom funcionamento do equipamento.

“A FAPESP estabelece uma série de requisitos para as instituições apoiadas pelo Programa Equipamentos Multiusuários. Elas precisam prover infraestrutura física e pessoal técnico, além de estabelecer regras e procedimentos claros e visíveis em um site na internet para acesso e utilização do equipamento multiusuário pela comunidade de pesquisa”, explicou Brito Cruz.

Novas facilities

De acordo com José Antonio Brum, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp e membro da coordenação adjunta de Programas Especiais da FAPESP, o Programa EMU já aprovou mais de 250 projetos para aquisição de equipamentos multiusuários.

Na segunda chamada do programa, em 2009, foram aprovados investimentos da ordem de R$ 167 milhões em 170 propostas para a aquisição de diversos equipamentos, entre os quais mais de 200 com valor acima de US$ 50 mil.

Desde então, a FAPESP vem incentivando a criação de novas facilities em São Paulo, contou o professor. “A ideia é que por meio das facilities seja possível otimizar o uso de equipamentos científicos bastante sofisticados e caros, que chegam a custar entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão, e ficariam a maior parte do tempo parados”, disse Brum.

“As facilities permitem dar acesso para toda a comunidade científica a esses equipamentos adquiridos com recursos de diferentes agências de fomento à pesquisa – com a maior eficiência e qualidade possível”, avaliou. 

Fonte: Fapesp

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