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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Crateras da Sibéria teriam surgido devido a erosão, diz cientista

A descoberta de uma terceira cratera na Sibéria suscitou uma discussão mais ampla entre cientistas sobre a aparição desses buracos em áreas remotas da Rússia. Inicialmente atribuída a uma explosão subterrânea de gás, a cratera, que tem um formato cilíndrico, com quatro metros de diâmetro e entre 60 e 100 metros de profundidade, ela seria resultado de uma erosão hídrica, segundo um pesquisador.


O geofísico Vladimir Romanovsky, do Laboratório de Permafrost, acredita que esse fenômeno ocorreu devido a um tipo de sumidouro, erosão hídrica em uma cavidade subterrânea, que irrompeu para fora em vez de para dentro, causando esse colapso.

A teoria do cientista é endossada pelas imagens captadas por um helicóptero que mostram as cenas do primeiro buraco que apareceu na região de Tamal. O registro mostra um monte de terra sendo jogado para fora do buraco.

“A água de dentro da primeira cratera provavelmente veio do derretimento do permafrost (solo gelado do Ártico)”, acredita Romanovsky, pesquisador da Universidade de Alaska Fairbanks, em entrevista ao site Livescience.

Romanovsky acredita que a formação da cratera começou de uma forma semelhante à de um sumidouro, quando o gelo ficou preso em uma cavidade subterrânea. O cientista pondera que a pressão acumulada de gás natural, como o metano, fez com que o buraco explodisse, criando uma cratera no local. No entanto, a teoria não explica por que a borda do buraco é redonda ou de onde veio o gás para provocar essa erupção.

A primeira cratera foi avistada por pilotos de helicóptero a cerca de 32 quilômetros de uma enorme usina de extração de gás em Bovanenkov. A segunda está localizada na mesma região da primeira, em Yamal, e a terceira na Península Taymyr, na região Kransoyark. Tanto a segunda quanto a terceira cratera foram encontradas por pastores de renas, que quase caíram dentro do buraco.

A teoria mais aceita é que o derretimento do permafrost, devido às alterações climáticas, causou a liberação de gás metano, que forçou uma erupção. Mas os cientistas estão relutantes em oferecer uma conclusão final, sem estudos complementares.

Estudos no local – Em entrevista ao site URA.RU, a cientista-chefe do Instituto Criosfera, Marina Leibman, afirmou que é preciso estudar todas as formações para entender sua formação e até prever a ocorrência dessas crateras. Ela destaca que a profundidade de cada cratera pode fornecer informações adicionais aos cientistas.

O primeiro buraco tem cerca de 70 metros de profundidade e quando um grupo de especialistas visitou o local no início deste mês, eles observaram a existência de gelo na parte inferior. Na filmagem, o escurecimento ao redor da borda anterior foi analisado como uma possível prova de calor, que teria contribuído para criar a cratera.

Andrey Plekhanov, pesquisador sênior do Centro Científico de Pesquisa do Ártico russo, revelou que as imagens de mapeamento por satélite estão sendo utilizadas para estabelecer quando o fenômeno se formou.

Para Plekhanov, o buraco surgiu como resultado de uma “acumulação de pressão excessiva no subsolo, devido às mudanças de temperatura da região”.

Ele disse que 80% da cratera parecia ser feita de gelo e que não havia vestígios de uma explosão. “Poderia estar ligada ao aquecimento global? Precisamos continuar as pesquisas para responder essa pergunta. Nos dois verões anteriores – 2012 e 2013 – estava relativamente quente em Yamal, talvez isso tenha influenciado de alguma forma a formação da cratera”, disse o pesquisador.

Plekhanov declara que só é possível dizer com certeza que sob a influência desses processos internos, houve uma ejeção no permafrost. “Saliento que não foi uma explosão, mas uma ejeção, então não havia nenhum calor liberado quando a cratera surgiu”, explica.

A última expedição organizada pelas autoridades Yamal foi feita com peritos do Centro da Rússia para o Estudo do Ártico e também do Instituto Criosfera da Academia de Ciências. Eles coletaram amostras de solo, do ar e da água e do local onde as crateras surgiram, acompanhados por um especialista do Ministério de Emergências da Rússia.

Anna Kurchatova, do Centro de Investigação Científica, acredita que a cratera se formou pela mistura de água, sal e gás, que acabou explodindo devido ao aquecimento global.

Segundo a pesquisadora, o gás acumulado no gelo teria se misturado com a areia e o sal, só que o aquecimento global teria derretido essa camada, liberando o gás e causando um efeito como o estouro da rolha de uma garrafa de espumante.

Fonte: UOL

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