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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Pesquisadores criam soro para tratar picadas de abelhas venenosas

Um soro para tratamento de picada de abelhas venenosas está sendo desenvolvido por pesquisadores brasileiros. Inédito no mundo, ele trará esperança de vida a pessoas atacadas por insetos da espécie Apis mellifera, popularmente conhecida como abelha africanizada, famosa pela agressividade.


Somente em 2014 foram registrados 7.200 ataques e 21 mortes por picadas múltiplas dessa espécie no Brasil, segundo os estudiosos responsáveis pelo desenvolvimento do soro. Em 2013 foram 43 mortos, entre 10.600 acidentes. Somados os últimos cinco anos, 156 pessoas morreram vítimas de abelhas africanizadas no país.

Para desenvolver o soro, os cientistas da Rede Vital para o Brasil inocularam veneno das próprias abelhas em cavalos, escolhidos por serem animais de grande porte. Eles criaram anticorpos e de cada animal foram retirados cerca de cinco litros de sangue. A parte que não coagulou é o soro com o sistema de defesa. As hemácias retornaram para os cavalos, evitando prejuízos à saúde deles.

“O soro pode representar a sobrevida. Uma pessoa que estaria condenada à morte por ter sido inoculada com o veneno pode, sendo atendida a tempo, recuperar todas as suas funções”, explicou Júlia Prado Franceschi, doutora em Ciências Fisiológicas da Rede Vital para o Brasil.

Os estudos, feitos pela Rede Vital para o Brasil e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) estão adiantados. A expectativa é que em janeiro de 2015, após autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o produto comece a passar por testes clínicos para comprovação da eficácia. Após isso, em até dois anos ele deve chegar ao mercado.

Peixes – Outro tipo de envenenamento que preocupa os cientistas é o de peixes peçonhentos. As pesquisas para desenvolver o tratamento contra ataques de bagres, niquins, arraias, baiacus e peixes-escorpião são recentes no país.

A descoberta mais recente é a de uma substância com ação anti-inflamatória para o ataque de niquim, o popular “peixe sapo”, encontrado em água doce ou salgada, e cujo ataque pode deixar sequelas. O medicamento está em fase de desenvolvimento pelo Instituto Butantan em parceria com um laboratório.

Os acidentes com peixes peçonhentos incapacitam as vítimas e causam até afastamento do trabalho, lembra Mônica Lopes Ferrreira , pesquisadora do Instituto Butantan. Segundo ela, os ataques são cada vez mais frequentes devido ao incremento da pesca comercial e esportiva, das atividades de mergulho e, no Nordeste, ao grande número de catadores de marisco. Uma preocupação é quanto à subnotificação dos casos, que faz com que o problema seja subestimado. 

Fonte: UOL

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