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sexta-feira, 1 de abril de 2016

Hábitos alimentares e qualidade da vida, artigo de Cibele Regina Laureano Gonsalves

Em 31 de março, Dia Mundial da Saúde e Nutrição, liberte-se da ditadura do desânimo e dos maus hábitos alimentares e faça uma revolução em sua qualidade de vida.
Esta data faz parte do calendário do Ministério da Saúde e deve levar a todos à refexão sobre suas escolhas alimentares, pois saber comer e dar relevância ao que se come é fundamental, já que uma alimentação adequada preveni doenças e são justamente as escolhas alimentares um dos fatores que estão relacionadas à qualidade de vida. É sempre bom ratificar a consciência de que, na democracia de nós mesmos, temos todo o poder de decisão!

No cenário atual do Brasil em que mais de 80% das mortes são por doenças crônicas não transmissíveis, em especial aquelas relacionadas de fatores como hipertensão arterial sistêmica, obesidade, aumento dos níveis de glicose sanguíneos, desregulação dos níveis de gordura no sangue (dislipidemias), dentre outros, torna-se importante de uma mudança nos hábitos e atitudes de forma efetiva, sobretudo com relação à alimentação. Em São Paulo, cerca de 30% das mortes ocorrem por doenças cardiovasculares e, um dado que vale a pena ser lembrado é que, com o envelhecimento populacional, as pessoas comumente desenvolvem outras doenças que agravam sua saúde e acabam por piorar sua qualidade de vida, doenças essas que também apresentam relação direta com a alimentação tais como osteoporose e câncer.

A adoção de uma nova postura, associada a hábitos alimentares saudáveis, prática regular de atividade física, cessação de tabagismo e gerenciamento de estresse, podem evitar diversos fatores de risco na população como obesidade, elevação nos níveis da pressão arterial, alteração nos níveis de glicose sanguínea, entre outros.

O consumo frequente de alimentos industrializados com alta densidade calórica, como os fast-foods, refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados, juntamente com a omissão de refeições e a baixa ingestão de frutas, legumes e verduras, são prejudiciais para uma boa nutrição.

Um estudo apresentado pelo jornal The Lancet Global, apresentou o panorama da alimentação mundial. Segundo o estudo, as nações menos desenvolvidas economicamente foram aquelas que consumiam mais frutas, verduras, castanhas e grãos integrais, alimentos sabidamente benéficos para a saúde, em especial para a saúde cardiovascular por conterem fibras e outros nutrientes que atuam na prevenção e também como adjuvantes no tratamento das doenças como diabetes, pressão alta e obesidade. Na outra ponta, as nações menos desenvolvidas consumiram mais alimentos industrializados e do tipo junk food, tendo, portanto, uma dieta empobrecida do ponto de vista nutricional.

Vale ressaltar que dietas da moda como Dieta Dukan, South Beach, Proteína, Sopa, Shakes não estimulam mudança de padrão alimentar de forma efetiva, visto que a pessoa não conseguirá manter o padrão estabelecido pela dieta por longo prazo. Mudanças de padrão alimentar que englobam os modelos de dietas propostos como “Dieta Mediterrânea”, “Pirâmide Alimentar”, são padrões alimentares que estabelecem modelos de estilos de vida. Entende-se aqui que a pessoa não está fazendo dieta e sim mudando padrão alimentar. O conceito é diferente entre dieta e mudança de padrão alimentar. No primeiro a pessoa irá mudar por um curto período, sem conseguir sustentar a longo prazo, enquanto que no segundo ela irá fazer uma mudança efetiva de seu comportamento, levando essas mudanças para sua vida toda.

O acompanhamento de um profissional nutricionista capacitado é de fundamental importância para que esta mudança se torne prazerosa e seja conduzida de maneira eficaz. É importante manter uma rotina de vida saudável, sem traumas para que então a qualidade de vida se estabeleça plenamente.

Desejo a todos um Feliz Dia da Nutrição e Saúde!


*Cibele Regina Laureano Gonsalves é Diretora do Departamento de Nutrição da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo).

Fonte: EcoDebate

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