Colaboradores

Tecnologia do Blogger.

Seguidores

Arquivo do blog

Pesquisar neste blog

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Tanabi e sua história, sua gente

Existe um tipo de arte que poucas pessoas conhecem; a chamada arte tumular. Deixando-se de lado o preconceito e a superstição, encontraremos nos cemitérios, trabalhos esculpidos em granito, mármore e bronze.
É um verdadeiro acervo escultórico e arquitetônico a céu aberto, guardando os restos mortais de muitas personalidades imortais de nossa história, onde a morte se torna um grande espetáculo da vida neste lugar de maravilhosas obras de arte e de grande valor histórico e cultural tanabiense. Através da representação, a simbologia de saudades, amor, tristeza, nobreza, respeito, inocência, sofrimento, dor, reflexão, arrependimento, dá sentido às vidas passadas.  No cemitério, a arte tumular é uma forma de cultura preservada no silencio e que não deverá ser temida, mas sim contempladas. Em Tanabi a arte tumular é bela e, muitas vezes, passa despercebida no cotidiano.

Antes da existência dos cemitérios, as pessoas eram enterradas próximas aos rios; na beira da estrada “boiadeira”, sítios e bairros distantes. 
  
O primeiro cemitério que foi construído em Tanabi foi no ano de 1895, pelo Sr. Batáglia. Era todo cercado de achas de aroeira. Atualmente, está edificado o ginásio “Prefeito Aristides Fabri”, antigo T.C.C (Tanabi Cestobol Clube). Este cemitério funcionou até o ano de 1918. Foi o primeiro cemitério que existiu em Tanabi. Lá, eram inumados todos aqueles que faleciam em Tanabi, com algumas exceções que abordaremos logo adiante. Como a cidade havia crescido, o cemitério ficou no centro. Naquela época, havia uma preocupação com os surtos epidêmicos ocorridos no final da década de 10 e início da déc. de 20, então os cemitérios tinham que ficar bem longe do centro da cidade. 

Surge então o novo e atual cemitério – “Campo Santo”, que teve sua frente construída por João Vargas Filho, pedreiro e mestre de obras a época. Está situado na Av. da Saudade. No início, era cercado de achas de aroeira e arames farpados. Todas as sepulturas e jazigos do antigo cemitério foram transportados para o novo local. No começo, tudo era de forma improvisada e precária, um grande pasto que ia se transformando em novos túmulos. A igreja ainda exercia o poder junto ao município – “mandava”; tudo era registrado pela fabrica (igreja). Os mortos tinham que “passar” pela igreja. A matriz Nossa Senhora da Conceição ainda guarda em seus arquivos o livro de exéquias. O livro é datado de 22 de dezembro do ano de 1922, registra o primeiro “de cujus” de nome Emílio Trentin, com 35 anos. Anteriormente, o registro era feito na cidade de São José do Rio Preto por padres vindos daquela localidade.
            
O cemitério começou a formar-se pelo lado direito, logo na entrada. Os suicidas e negros eram sepultados ao lado esquerdo, conhecido como sendo a parte de baixo do cemitério. Não tinham direito a missa de corpo presente e nem de sétimo dia. As crianças e nascituros, logo á frente do lado direito. Eram considerados pela igreja como sendo anjos. Anteriormente, os cemitérios pertenciam e eram de domínio das igrejas e não havia cemitérios municipais. Pobres e negros não eram permitidos serem sepultados nos cemitérios pertencentes á igreja, quanto menos, serem sepultados dentro de uma igreja.
            
Desde a sua nova instalação, o cemitério permaneceu intacto, quase nada mudou. No ano de 1954, na administração do então prefeito José Siriani, a avenida central que fica dentro do cemitério começou a ser construída, antes, era de pedregulho e passou a ser em “petit pavê”.

Neste mesmo ano foi construída a capela N. S. do Carmo, cuja construção se deve e cumpre assinalar, aos esforços do farmacêutico Francisco Vargas. Aos poucos o cemitério foi-se transformando e crescendo. Nas décadas de 40 e 50, o administrador do cemitério era o Sr. Francisco Urias. 


Em julho do ano de 1979, na administração do Prefeito Alberto Víctolo, foi inaugurada a nova capela em substituição a antiga que está até os dias de hoje; no dia dois de novembro do ano de 1982, após um período de reforma o cemitério foi entregue totalmente remodelado.
            
No ano 2000, novamente na administração do prefeito Alberto Víctolo, o cemitério passou por outra reforma: recebeu nova arborização (pinheirinhos), os vidros da capela foram trocados por vidros coloridos e o telhado recebeu nova cobertura; iluminação que permite o sepultamento no período noturno; reforma dos sanitários; novos muros e, o cemitério foi totalmente cimentado na sua totalidade. 

No seu interior, existe um ossário para o depósito de ossos e o cruzeiro, aonde são queimadas velas, em intenção a todas as almas. 

O jazigo mais antigo que ainda resiste ao tempo é da década de 20. Nele está sepultado Francisco Cruz que faleceu no dia doze de fevereiro do ano de 1923. O primeiro registro de óbito feito no cartório de registro civil de Tanabi é datado de primeiro de maio do ano de 1907, e o “De Cujus” tinha o nome de Carlos Alves da Silva. 


Fachada externa do cemitério central, logo na entrada principal, está escrita a seguinte frase latina: “Revertere ad locum tuum” que significa: Volta para teu lugar / Volta para o lugar de onde vieste.


Uma bela porta em ferro forjado, feita pelas mãos dos saudosos ferreiros Carlo Lorenzon e Ferrrucio Soldo da o requinte da época. 

O atual zelador é o Sr. Nivaldo Benevente que há vinte e cinco anos cuida dos três cemitérios da cidade. É conhecido como sendo o popular “Zé Pinguinha”. Anteriormente à ele, era o Sr. Nelson Pina. 

Nos cemitérios de Tanabi estão personagens anônimos, importantes, homens e mulheres, jovens, crianças, idosos, pobres e ricos; coronéis. Muitos personagens imortais que permanecem vivos na memória dos tanabienses. As pessoas que ali estão ajudaram a construir Tanabi. 


Cemitério Central de Tanabi


Sepultura do Cônego Victor Jesus Herrero Padilha
Foi o 6º padre de Tanabi. Seu paroquiato foi de 19/02/1952 a 16/12/1982.
Nasceu no dia 12/04/1906 e faleceu no dia 28/08/1987.


Sepultura do Pe. Fidélis Luís Orueta Gardeazabal
Foi o 4º padre de Tanabi. Seu paroquiato foi de 05/06/1936 a
15/06/1945.
Nasceu no dia 23/04/1873 e faleceu no dia 16/06/1960

Fonte: Blog Tanabi História

0 comentários:

Postar um comentário

Eco & Ação

Postagens populares

Parceiros