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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Pesquisadores da UEPA usam plantas nocivas para produzir energia

Um grupo de pesquisadores da Universidade do Estado do Pará (UEPA) utiliza plantas aquáticas que crescem de forma nociva nos mananciais de Belém como fonte de energia. As chamadas macrófitas são encontradas no Parque Estadual do Utinga e ameaçam a biodiversidade dos lagos Bolonha e Água Preta, mas sua decomposição pode ser usada para a produção de gás natural de qualidade que pode ser usado como combustível.


Todo lixo orgânico pode produzir gás natural durante a sua decomposição, e é possível aproveitar este gás em estruturas chamadas digestores para produzir um combusítvel natural, que gera eletricidade e calor quando queimado. O que os pesquisadores da UEPA fazem é verificar como obter o máximo de energia possível das plantas aquáticas, para que sua exploração como fonte de energia alternativa seja viável.

“As pesquisas realizada no Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT) da UEPA e na literatura especializada têm mostrado que o biogás produzido a partir de resíduo animal ou vegetal possui a mesma qualidade, ou seja, concentração de metano, variando entre 50 e 70%”, explica o professor doutor em engenharia de recursos naturais Marcelo Raiol.

Apesar disso, a pesquisa aponta que há uma diferença na quantidade de biogás produzido com as plantas – quando a biomassa é de origem animal, a quantidade de gás é ligeiramente maior. A solução encontrada pelos cientistas foi triturar os vegetais, garantindo uma liberação maior de gás natural durante a decomposição. “Quando há um tratamento da biomassa de origem vegetal como trituração, esta diferença basicamente deixa de existir”, conclui Raiol.

O próximo passo dos pesquisadores é testar novos métodos para a produção do biogás, e para isso precisam de recursos. “O que queremos é melhorar nossos resultados, testar outras metodologias e avaliar a quantidade de energia gerada através do aproveitamento desse resíduo. No entanto, é necessário investimento para dar continuidade à pesquisa”, complementa o engenheiro florestal Salomão Salim.

Limpeza dos mananciais – Segundo os cientistas, a utilização das plantas como fonte de combustível é uma forma ambientalmente responsável de lidar com a proliferação dos vegetais que se espalham como uma praga nos lagos que abastecem Belém. “Essas plantas crescem o ano inteiro e existem custos para a manutenção do lago com a retirada delas”, explica Salim.

“Além de reduzir a emissão de gases do efeito estufa, é uma alternativa ecologicamente correta para a destinação dos resíduos orgânicos, uma vez que a biomassa é tratada por digestão anaeróbia e não polui os lençóis freáticos, que seriam contaminados pelo chorume”, disse o engenheiro ambiental Gabriel Holanda.

Combustível ecologicamente correto – Segundo o professor Raiol, a energia produzida nos biodigestores pode ser conectada na rede da concessionária de energia, diminuindo a conta de luz do consumidor. “Esta energia elétrica produzida pode ser conectada à rede da concessionária, trazendo ganhos como diminuição do custo com energia elétrica ao consumidor; diminuição da emanação de metano para atmosfera, reduzindo o impacto para o efeito estufa, e aumento da disponibilidade de energia elétrica produzida por hidroelétricas. Fora isso, há ainda o efeito social, com a geração de empregos para a instalação de plantas termoelétricas à biogás”, enumera.

Mas um longo caminho precisa ser percorrido para que os digestores estejam disponíveis como fontes de energia privadas, em casa. ”Embora o biodigestor que utilizamos seja de fácil reprodução, o mesmo ainda precisa ser melhorado e testado para que os riscos de trabalhar com gases com propriedades explosivas sejam minimizados ao máximo”, avalia Holanda.

“Tudo é uma questão de pesquisa e aperfeiçoamento das tecnologias. Claro que estudos em relação ao aproveitamento, rendimento e produção ainda são necessários para a otimização deste processo. Contudo, o biogás, sem dúvida, possui um grande potencial”, finaliza.

Fonte: G1

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