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quinta-feira, 25 de maio de 2017

Jazigos são abandonados em tradicional cemitério de Cuiabá

No local, de 202 anos, dezenas de covas podem ser encontradas abandonadas


Criado em 1815, o Cemitério da Piedade tem sofrido em razão do abandono pelas famílias que possuem jazigos. Em um rápido passeio pelo local, é possível encontrar túmulos abertos, com entulhos e danificados pela ação do tempo.

O cemitério pertence à Prefeitura de Cuiabá, mas, segundo os funcionários, os jazigos são de responsabilidade das famílias. O serviço da empresa se resume à limpeza da entrada, da área central e dos corredores.

Eles explicaram que a cada três anos e meio os corpos são retirados e os túmulos são arrumados para que as famílias possam utilizar novamente. Todavia, com exceção dessa medida, os demais cuidados são reservados às famílias.

Porém, muitos familiares não têm feito sequer a manutenção básica, deixando quebradas e até mesmo abertas e abandonadas.

As construções são, em sua maioria, antigas, construídas há décadas, quando as pessoas ainda compravam os jazigos e os deixavam prontos para quando algum familiar falecesse.

Dezenas de famílias tradicionais da Capital - e também personalidades, como o Padre Firmo e o Frei Quirino - estão enterradas no local. Porém, o que chama mais atenção é o abandono e a dificuldade de transitar no espaço.

Em um túmulo visitado pela reportagem, foi possível ver três covas do jazigo abertas e cheias de folhas. Em outros, além de estarem abertos, havia entulhos jogados, pedaços de tijolos, concreto, flores artificiais e até sacolas. Além disso, há vários que estão visivelmente abandonados há muito tempo.

O cemitério, que foi o primeiro da capital, está com lotação há anos. Atualmente, apenas pessoas que já tenham jazigos podem enterrar entes queridos no local.

História

O Cemitério Nossa Senhora da Piedade, mais antigo de Cuiabá, nasceu juntamente com a cidade de Bom Senhor Jesus de Cuiabá, como era chamada a Capital.

No momento, o local conta com mais de 3,2 mil túmulos, quase sem espaço para andar por entre eles.

Localizado no centro da cidade, o cemitério é o lugar de repouso de ilustres protagonistas da história do Estado e do País, a exemplo do autor das “Diretas, Já!”, Dante Martins de Oliveira, que foi prefeito de Cuiabá e governador de Mato Grosso. Na lápide de Dante está gravado: “Jamais seremos um povo livre enquanto tivermos um só brasileiro analfabeto, um único compatriota desempregado, uma única criança passando fome nas ruas ou favelas”.

Outro personagem famoso é o Historiador Estevão de Mendonça (1869-1949). “Tive na vida tudo quanto quis! Graças a Deus foi boa minha vida. Graças a Deus eu sempre fui feliz”, diz a placa colocada em homenagem ao poeta.

Ao lado de Mendonça, está enterrado Augusto João Manuel Leverger, mais conhecido como Barão de Melgaço. Foi nomeado cônsul-geral em 1839 para estabelecer boas relações com o Paraguai. Na sua lápide está gravada a carta geográfica de Mato Grosso.

Muitos herois da Guerra do Paraguai também estão enterrados no Cemitério da Piedade. Um deles é Antônio Peixoto de Azevedo, cuja lápide está escrito “Ilustre cuiabano coronel Antônio Peixoto de Azevedo, faleceu em 11 de janeiro de 1867 em Coruzu, em batalha defendendo o império contra o governo do Paraguai”. Ele tinha 47 anos quando morreu.

Júlio Strubing Muller, também repousa no local. Nomeado por Getúlio Vargas durante a instalação do Estado Novo, foi responsável por várias construções na Capital, como a Escola Estadual Liceu Cuiabano, Cine Teatro de Cuiabá, Grande Hotel (hoje atual sede da Secretaria de Estado de Cultura), a estação de tratamento de água, na Rua Presidente Marques, e a ponte sobre o rio Cuiabá, que leva o seu nome.

Em 1998, a fachada do Cemitério Nossa Senhora da Piedade foi tombada como Patrimônio Histórico de Mato Grosso.

Fonte: Midia News

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