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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

China testa clonagem de porcos em escala industrial

Uma companhia em Shenzhen, no sul da China, está produzindo clones de porcos em uma inédita escala industrial.


A tecnologia usada não é nova, mas a produção em escala industrial transformaram a empresa BGI no maior centro para clonagem de porcos do mundo.

Em um dos abrigos há 90 animais em duas longas filas e eles parecem perfeitamente normais, mas cada um deles carrega embriões clonados. Muitos desses porcos também são clones.

O lugar produz cerca de 500 porcos clonados por ano.

Uma sala perto dos abrigos dos porcos serve como sala de cirurgia e uma porca está anestesiada, com uma máscara de oxigênio no focinho e coberta por plástico azul. Dois técnicos inseriram uma sonda com fibra ótica na porca para localizar seu útero, um terceiro retira de uma geladeira um tubo de ensaio com blastócitos, células embrionárias.

A sala não tem ar condicionado e a limpeza não é perfeita, moscas voam em volta da cabeça da porca. Mas tudo parece estar dentro da rotina e até a presença de uma equipe de televisão estrangeira no local não parece fazer diferença e, apesar da porca parecer confortável, ninguém parece estar preocupado com a reação da equipe da BBC ao presenciar a operação ou com eventuais repercussões de grupos de defesa dos animais.

A companhia diz que dois implantes como este podem ser feitos por dia; a taxa de sucesso fica entre 70 e 80%.

Clones de clones – Em outro abrigo ficam os leitõezinhos que ainda estão mamando, aquecidos por lâmpadas. A maioria deles foi geneticamente modificada. Alguns são clones de clones.

O objetivo do trabalho é usar os porcos para testar novos medicamentos. Geneticamente, porcos são semelhantes aos humanos e podem servir como ‘modelos’.

Modificar os genes dos animais pode auxiliar neste processo.

Um grupo de porcos muito pequenos, por exemplo, teve um gene ligado ao crescimento retirado, eles pararam de crescer ao alcançar um ano de idade. Outros tiveram o DNA alterado para ficarem mais suscetíveis ao Mal de Alzheimer.

De volta ao escritório central da companhia, uma fila de técnicos está inclinada sobre microscópios. Esta é uma inovação da BGI: substituir máquinas caras por pessoas.

O processo nesta sala se chama ‘clonagem artesanal’ e visa a ser mais rápido e fácil.

A cientista encarregada, Yutao Du, explica a técnica.

‘Podemos fazer clonagem em uma escala muito grande. (São) 30 a 50 pessoas juntas fazendo clonagem, então podemos fazer uma fábrica de clones aqui’, afirmou.

A ideia de uma fábrica de clones parece saída da ficção científica, mas em Shenzhen ela é real e foi instalada em uma antiga fábrica de sapatos.

Sequenciamento – A BGI não é apenas o maior centro de clonagem de porcos, também é o maior centro para sequenciamento genético do mundo.

Em outros prédios, há fileiras de sequenciadores de genes, máquinas do tamanho de geladeiras operando 24 horas por dia decifrando códigos de vida.

Para se ter uma ideia, o maior centro de sequenciamento genético da Europa é o Instituto Wellcome Trust Sanger, perto de Cambridge, na Grã-Bretanha, e conta com 30 destas máquinas. A BGI tem 156 e já comprou a empresa americana que fábrica estas máquinas.

O diretor-executivo da BGI, Wang Jun, disse que a companhia precisa da tecnologia para desenvolver formas mais rápidas e baratas de leitura dos genes.

A BGI espera sequenciar o genoma de um milhão de pessoas, um milhão de animais e um milhão de plantas. Em comparação, um projeto lançado recentemente na Grã-Bretanha espera sequenciar o genoma de 10 mil pessoas.

Mas, Wang Jun afirma que toda a ambição da BGI precisa ser relevante para as pessoas comuns, resultar em tratamentos médicos melhores ou comida mais saborosa.

A cantina da BGI já vem sendo usada como local de testes para alguns dos produtos que saem dos laboratórios, como iogurtes, porcos e peixes maiores do que normal.

Quando perguntado sobre como é escolhido o gene a ser sequenciado, Wang Jun dá uma resposta simples.

‘Se o gosto é bom você deve sequenciar. Você tem que saber o que está nos genes daquela espécie’, disse.

O gosto saboroso é um critério. Outro citado por Wang Jun é o uso industrial do sequenciamento: aumentar as lavouras, por exemplo, ou benefícios para saúde.

‘Uma terceira categoria é se (a espécie) é bonitinha, qualquer coisa que seja bonitinha: panda, urso polar, pinguim, você realmente tem que sequenciar. É como digitalizar todas as espécies maravilhosas’, explicou.

O diretor da empresa garante que o objetivo da BGI não é controlar a natureza.

‘Estamos é seguindo a natureza, há muitas pessoas morrendo de fome (…) e temos que encontrar formas de lidar com isso, por exemplo, explorando o potencial do arroz como espécie’, disse ele.

A China está a caminho de se tornar um gigante da ciência: ela tem um carro-robô na Lua, o supercomputador mais rápido do mundo e a BGI permite que se tenha uma ideia do potencial da produção em escala industrial pode trazer ao futuro da biologia. 

Fonte: G1

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