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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Meio ambiente e ecossistemas, artigo de Roberto Naime

A biologia é uma ciência fundamental nos estudos ambientais e favorece a aplicação de modelos para diagnósticos e prognósticos de situações através de modelos que desenvolve a partir da definição de relações hierárquicas.
Um modelo é uma formulação que imita um fenômeno real, e pela qual se podem fazer projeções consistentes. Citando a Biologia clássica, a partir do livro Ecologia de Eugene Odum (Ed. Guanabara, 1988), emerge o conceito de ecossistema, como a inter-relação entre organismos vivos e não vivos que interagem entre si de forma hierarquizada.

Ecossistema é qualquer unidade que abranja todos os organismos que funcionam em conjunto em uma determinada área de espaço físico e que interajam com o ambiente com fluxos de matéria e energia que produzam estruturas bióticas definidas e ciclagem de materiais entre as partes vivas e não vivas.

O ecossistema é a unidade funcional básica da ecologia, estando parametrizada pelos níveis de organização e relações sistêmicas para definir a emergência das propriedades. Os ecossistemas tem estrutura e podem ser abordados de forma “holológica” ( por inteiro) ou “merológica” (em partes).

Dentro da biologia, é expressiva a corrente que defende o controle biológico do ambiente geoquímico, também conhecida como “Hipótese Gaia”. Este enunciado sustenta que os organismos evoluíram junto com o ambiente físico, formando um sistema complexo de controle que mantém as condições da Terra favoráveis a vida.

A dimensão biológica da abordagem ambiental em alguns aspectos, ressalta os fatores limitantes da vida (como temperatura, pressão, salinidade, umidade e outros), e as necessidades de preservação ambiental para manutenção das inter-relações.

O conceito de fator limitante pode ser bem compreendido a partir da Lei dos mínimos de Liebig. A ideia de que os organismos não são mais fortes do que o elo mais fraco de suas cadeias ecológicas foi expressa por Justus Liebig em 1840. Ele foi o pioneiro na pesquisa de fertilizantes inorgânicos na agricultura.

A presença de um organismo ou grupo de indivíduos e o sucesso de suas ações dependem da adaptação de condições próprias aos limites determinados por fatores como temperatura, salinidade, insolação, exposição, presença de nutrientes e outros atributos do meio físico que determinam as possibilidades dos seres vivos.

Este conceito se aprofunda com a ideia dos limites de tolerância, tão utilizados em medicina, onde os excessos ou ausências de determinados fatores, como os já citados, impede a evolução da vida. Então, qualquer condição que se aproxime ou exceda o limite de tolerância de um determinado fator para um organismo ou grupo de organismos, pode ser considerado um fator limitante.

Para avaliação dos impactos ambientais são utilizados bioindicadores, que são organismos ou comunidades cujas funções vitais se correlacionam tão estreitamente com determinados fatores ambientais que podem ser empregados como indicadores em determinadas situações.

Esta definição inclui conscientemente a indicação de comportamentos naturais. Na agricultura, podemos inferir sobre as características de uma região, apenas pela presença ou ausência de determinadas espécies vegetais ou animais.

O termo biomonitoramento ou monitoramento biológico, pode ser definido como o uso sistemático de respostas biológicas para avaliar mudanças ambientais com o objetivo de utilizar esta informação em um programa de controle de qualidade.

No Brasil, algumas iniciativas no uso de bioindicadores tem sido propostas para bacias hidrográficas que sofrem a influência do lançamento de esgotos domésticos e efluentes industriais. Muito ainda pode ser dito nesta área, mas só é possível avaliar a importância do meio biológico no contexto das análises ambientais sistematizadas.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Fonte: EcoDebate

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