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segunda-feira, 14 de março de 2016

Plásticos abandonados em praias alagoanas ameaçam vidas marinhas

Devido a popularização do plástico na composição de embalagens, produtos e objetos do dia a dia não é preciso ir muito longe para encontrá-lo descartado indevidamente em qualquer lugar da cidade. Basta um olhar mais atento para nos deparamos com o lixo-plástico em diversos tamanhos, formatos e consistências que sujam calçadas, ruas e praças.


O problema é que grande parte destes plásticos acabam sendo abandonados, ou chegando por circuntâncias diferentes, nas praias e nos oceanos provocando poluição visual e danos que podem ser irreversíveis para o meio ambiente.

Veja o vídeo acima onde uma sacola de plástico para uso doméstico boia nas águas da praia de Garça Torta, em Maceió. Localidade que fica distante a 8 km da área central da capital alagoana e que é frequentada por pescadores e banhistas.

Como o lixo-plástico é um problema facilmente encontrado em todo o litoral alagoano, é completamente impossível não localizar vestígios dele a cada passo na areia ou no mar. É por essa razão, entre diversas outras, que um grupo de estudantes alagoanos vem desenvolvendo um plástico ecológico que decompõe com velocidade na natureza, e uma empresa do estado vem incentivando os consumidores a reduzirem a utilização de sacolas plásticas.

Um problema para mais de 100 anos – Seja nas praias urbanas da capital Maceió ou até mesmo naquelas mais afastadas do estado, os resquícios do plástico estão sempre presentes. E isso acontece, segundo o biólogo marinho e educador ambiental, Guilherme Augusto Freitas, porque o plástico é um material leve, de alta durabilidade e baixa deterioração – que leva até mais de 100 anos para se decompor na natureza – que possui fácil mobilidade, podendo ser arrastado pela água e o vento.

“Diante dessa característica vale lembrar que seja rio ou galeria a água acaba chegando ao mar. E neste processo que aquele pedaço de plástico jogado no centro da cidade e até mesmo em pontos distantes dos litorais chegam aos oceanos. Tanto que é mais comum ver uma quantidade maior de plástico concentrado nas praias após períodos de chuvas”, expõe Freitas.

“E o agravante desta história vai além da poluição visual. As consequências do plástico na natureza são sérias porque ele se mistura ao meio ambiente de tal forma que muitas vezes se confundem com alimentos, que ao ser ingerido por animais marinhos e aves provocam a morte. Por isso, até mesmo aquele pequeno pedaço plástico e tão danoso quanto um grande, que ao longo do tempo vai acabar se repartindo oferecendo risco aos animais”, completa o biólogo.

A reportagem do G1 percorreu alguns trechos de praias urbanas e semidesertas do litoral alagoano e encontrou plásticos em diversos formatos e texturas abandonados. Entre eles, plásticos de usos domésticos, em sua maioria, industriais e até mesmo com inscrições estrangeiras de países de outros continentes.

“Há pesquisas que mostram ilhas de plásticos nos oceanos concentrados pelas confluências marítimas. Isso mostra que diante da resistência esse lixo pode viajar por oceanos e gerar transtornos em uma ordem global. Quanto ao lixo estrangeiro achado pela reportagem em praias alagoanas eles podem ter sido trazidos por turistas, correntes marinhas e até mesmo nos lastros de navios”, explica Guilherme Augusto.

Uma difícil convivência – Na convivência com o problema do plástico acumulado em praias, o representante do Instituto Biota de Conservação, Bruno Stefanis, ONG que atua com a preservação de espécies no litoral alagoano, disse que é comum atende casos de animais mortos por ingestão de plástico.

“Achamos muitos indícios externos de que esse lixo jogado no mar acaba matando a vida marinha. Tanto que o número de casos de tartarugas mortas por ingestão de lixo cresceu bastante nos últimos anos. Já encontramos muitas tartarugas, golfinhos e outras espécies que tiveram problemas por conta do plástico. Lixo esse que em sua maior parte é composto por plástico de uso domésticos”, fala. 

Fonte: G1

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