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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Morte abre espaço para atuação de oportunistas na Capital

Tomados pela emoção do momento e sem saber a quem recorrer, famílias acabam aceitando ajuda de terceiros para tratar de assuntos funerários.


Há quem diga que os últimos momentos de quem vai são cheios de lembranças de momentos bons passados ao lado de gente querida. Vários flashes da infância, dos amigos, familiares, uns possíveis – e bons – porres e inúmeras conquistas pessoais. Nos fios restantes de vida, as pessoas devem sentir o sangue correr mais leve pelo corpo, não por que estar partindo, mas porque está deixando para trás pesos dessa vida que oscila entre coisas boas e ruins. Talvez, a leveza vem contribuir de alguma forma para trazer paz naquele exato momento final. O último olhar, o último sorriso, o último gesto: a vida se esvai, a leveza toma as rédeas para tentar tornar a situação minimamente aceitável. Mas, para quem continua no meio terreno, a primeira coisa que chega é a dor da incompreensão.

Nos dias iniciais após a perda de um ente querido, a sensação é de que tudo recomeçou do zero. Mas de uma forma invertida. Vem o anúncio da fatalidade. O telefone toca incessantemente. Amigos, conhecidos, colegas de trabalho ligam para saber da notícia. Ou para ajudar os familiares a lidarem com ela. A notícia se espalha rapidamente. Mas, para os familiares, muito além da coragem para lidar com a dor, eles se veem obrigados a ter que resolver problemas e trâmites burocráticos. A certidão de óbito, o velório, o enterro; para quem tem crença, o ritual da missa ou do culto, os santinhos de lembrança. E a aceitação, que não tem hora para chegar.

Quando a morte chega a um paciente que está hospitalizado, geralmente a família recebe a notícia do médico no próprio hospital. Todos se abraçam, buscando conforto. A fragilidade da vida predomina no olhar e nos pensamentos da família, que não sabe exatamente a quem recorrer. Em um momento como esse, todos ficam à mercê e, alguns acabam caindo nas emboscadas dos chamados “papa-defuntos” que ficam em frente a hospitais, aguardando momentos exatamente como esses para agirem.

“Papa-defuntos” é como são conhecidas as pessoas que trabalham para funerárias, que ficam na porta de hospitais e aproveitam esses momentos de perdas para abordarem familiares que, sem nunca terem passado por essa situação, não sabem como proceder.

Papa-defuntos se aproveitam da fragilidade para lucrar no momento de dor

Esta semana, a equipe do Jornal ODIA flagrou a abordagem de um “papa-defunto” na frente de um dos principais hospitais particulares de Teresina. A atuação de pessoas assim é tão comum que os próprios funcionários do hospital são cientes e coniventes com o que ocorre. Para comprovar, a equipe entrou no hospital e pediu para o recepcionista do local informações a respeito de como poderia entrar em contato com alguma funerária para realizar os procedimentos de compra de urnas funerárias, preparação do corpo, ornamentação do velório e locação de espaço para o corpo ser velado. Diante do solicitado, o próprio recepcionista chamou outro funcionário do local, que acompanhou a nossa equipe para fora do hospital e, ele mesmo, chamou um homem que se encontrava do outro lado da avenida e que se apresentou como sendo um representante de uma funerária que mantinha sua sede a alguns quarteirões.

O “papa-defuntos” levou nossa equipe para sua sede, onde informou os preços dos serviços prestados. Logo após, o homem prontamente nos acompanhou de volta ao hospital, mostrando-se prestativo e convincente com relação ao preço econômico dos serviços oferecidos. A ação não é ilegal, porém, acaba sendo uma forma desonesta de ganhar mais dinheiro em cima da dor das pessoas.

A equipe do ODIA, anteriormente havia entrado em contato, por telefone, com a funerária em que o “papa-defuntos” prestava serviços e pôde perceber que, além de abordar as pessoas vulneráveis, essas pessoas que ficam em frente a esses hospitais oferecem preços mais altos do que a própria funerária em que trabalham.

Preços

Por telefone, uma funcionária da funerária informou que os preços das urnas funerárias variam de R$ 800 a R$ 1.300, enquanto que a ornamentação possui um preço fixo de R$ 200; a locação do espaço da funerária para realização do velório custa R$ 100 a hora e a preparação do corpo variava de R$ 250 a R$ 350, dependendo do estado de conversação.

Já o “papa-defuntos” entregou para a nossa equipe um papel com outros valores que destoavam do informado pela funcionária. Ele afirmava que a urna funerária mais econômica, teria um preço de R$ 800, a preparação do corpo seria feito por R$ 400; a ornamentação das flores por R$ 300 e a locação do espaço, sairia por R$ 150 reais a hora.

Fonte: Portal O Dia

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