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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Emissões globais de gás carbônico do setor de construção chegaram a 76 gigatoneladas em 2010-2016

O segmento de construção e edificações precisará melhorar em 30% sua eficiência energética até 2030 para manter o planeta na caminho rumo às metas do Acordo de Paris.
É o que revela um novo relatório da ONU Meio Ambiente, divulgado pela Aliança Global do setor no início deste mês (11). Levantamento aponta que essa área produtiva responde por 39% das emissões de gás carbônico associadas ao consumo e à produção de energia.

O segmento de construção e edificações precisará melhorar em 30% sua eficiência energética até 2030 para manter o planeta na caminho rumo às metas do Acordo de Paris. É o que revela um novo relatório da ONU Meio Ambiente, divulgado pela Aliança Global do setor no início deste mês (11). Levantamento aponta que essa área produtiva responde por 39% das emissões de gás carbônico associadas ao consumo e à produção de energia.

A pesquisa indica que, em 2016, a superfície de áreas construídas alcançou a marca de 235 bilhões de metros quadrados. Ao longo dos próximos 40 anos, outros 230 bilhões serão erguidos — é como se, até 2060, nós adicionássemos anualmente ao planeta o equivalente à área do Japão. Por semana, construiríamos uma nova Paris.

De 2010 a 2016, o crescimento populacional, o aumento da área explorada pelo setor de construção e a maior demanda por energia provocaram um aumento na procura por eletricidade em edifícios. O acréscimo foi igual ao total de energia consumida pela Alemanha durante o mesmo período.

De acordo com o relatório, o problema com a expansão do setor está no fato de que, ao longo das próximas quatro décadas, dois terços de todos os prédios construídos serão levantados em países onde não há normas obrigatórias sobre uso eficiente de energia. Mais da metade dessas edificações será erguida nos próximos 20 anos.

“Embora a intensidade energética do setor de construções tenha melhorado, isso não foi suficiente para compensar a crescente demanda por energia. Uma ação ambiciosa é necessária sem postergações a fim de evitar o congelamento de ativos em prédios ineficientes, de longa vida, por décadas”, avaliou o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol.

A intensidade energética é calculada por meio da divisão do consumo total de energia — de um país ou setor da economia — pelo Produto Interno Bruto (PIB) ou, no caso de segmentos produtivos, pela parcela de riquezas por eles geradas. Quanto maior o número, maior a eficiência na utilização de energia.

Segundo a Agência Internacional de Energia e a ONU Meio Ambiente, entidades responsáveis pela pesquisa, essa taxa precisa aumentar em 30%, quando considerado o desempenho do setor de construção e edificações. Os dados mais recentes, porém, indicam que estamos indo no caminho contrário.

De 2010 a 2016, as emissões de gás carbônico do setor aumentaram quase 1% por ano, acumulando um volume de 76 gigatoneladas de CO2 liberadas na atmosfera. As promessas do Acordo de Paris exigirão esforços significativos — o tratado prevê a redução das emissões do setor a um teto anual de 4,9 gigatoneladas.

O incremento de 30% na intensidade energética exigirá quase o dobro dos atuais avanços em performance energética dos prédios já construídos. Melhorias teriam de chegar a mais de 2% por ano até 2030. Isso significa que construções com zero emissão e zero gasto de energia terão de se tornar o padrão global na próxima década.

A taxa de reformas dos sistemas de energia de edifícios também terá de aumentar, passando de 1 a 2% para entre 2 e 3%. Projetos de recondicionamento são particularmente importantes em países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde em torno de 65% dos prédios que existirão em 2060 já foram construídos.

Para o diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim, progressos identificados no setor foram muito pequenos em anos recentes e não estão acompanhando a urgência da necessidade de transformações. “Explorar o potencial do setor de edificações e construção exige esforços de todos, em particular para lidar com o rápido crescimento de investimentos em construção ineficiente e intensiva (no que tange ao consumo de carbono)”, disse.

A publicação aponta estratégias para reverter esse cenário. Entre elas, estão a criação de incentivos de mercado para estimular a adoção de modelos sustentáveis; a implementação de códigos e políticas de construção, incluindo programas de certificação e rotulagem; investimentos em larga escala em soluções tecnológicas de baixo carbono; e iniciativas de divulgação de informação e conscientização junto a investidores e gestores.

Como exemplo bem-sucedido de prédio adequado aos imperativos de sustentabilidade, o relatório cita o edifício Edge, em Amsterdã. A construção explora o uso da luz natural e faz uso de energia solar, além de mobilizar tecnologias inteligentes, como sistemas de ventilação automáticos que funcionam por sensor ou por meio de interação com os usuários.

Acesse o relatório clicando aqui.

Fonte: EcoDebate

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