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terça-feira, 3 de abril de 2018

Ferramenta é criada para adaptar políticas públicas às mudanças climáticas

Um total de 1.020 municípios dos estados do Amazonas, Maranhão, Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Paraná dispõem a partir de agora de uma ferramenta capaz de orientar políticas públicas voltadas a adaptações à mudança do clima. O Sistema de Vulnerabilidade Climática (SisVuClima) possibilita saber a exposição ambiental, a sensibilidade, fatores externos, doenças e condições demográficas, além da capacidade adaptativa dos municípios.


A proposta é dar condições de planejamento de ações a médio e longo prazos para reduzir os impactos da mudança do clima e aumentar a capacidade de adaptação da população ao cenário.

A iniciativa é resultado de uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Mudança do Clima e Florestas, e a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção à Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Ministério da Saúde), financiada pelo Fundo Nacional sobre Mudança do Clima.

“As populações mais pobres e necessitadas tendem a sofrer mais e de forma mais imediata os impactos da mudança do clima. Assim, o nosso primeiro passo é oferecer informações aos gestores. Mas temos uma longa caminhada até incluir a mudança do clima como um tema transversal a todas às políticas públicas, e o desafio de articular os mais de 5 mil municípios brasileiros em torno dele”, afirmou o secretário de Mudança do Clima e Florestas do MMA, Everton Lucero.

De acordo com o secretário, o processo de mudança do clima é irreversível e tende a se acentuar. “Por isso ressalto a importância que o MMA atribui ao tema. Os resultados do estudo apresentado hoje têm potencial de colocar o Brasil em situação de liderança e vanguarda na agenda multilateral”, disse.

O Ministério do Meio Ambiente defende que a mudança do clima precisa ser vista de forma integrada, tendo em vista a erradicação da pobreza, a qualidade de vida e a geração de oportunidades de trabalho. “Para que o Brasil consiga cumprir com compromissos internacionais como a Agenda 2030, proposta pela ONU, e o Acordo de Paris”.

Para o coordenador do projeto, Ulisses Confalonieri, o trabalho gerou uma metodologia básica. “Com o uso, pode ser mudado, aperfeiçoado ou até simplificado. O desafio era fazer uma ferramenta o mais genérico possível, de modo a poder ser usada tanto no Norte quanto no Sul do país, regiões muito diferentes”, explicou Confalonieri, que é pesquisador da Fiocruz.

Um destaque dos resultados, de acordo com ele, é a deficiência da estrutura municipal, presente na maioria das cidades. “A gente analisou qual é o evento extremo esperado em cada município e como a região está estruturada para lidar com ele. Com essas informações, o gestor terá um instrumento para nortear suas ações e um critério quantitativo para dar prioridade às estratégias de atuação”. 

Fonte: Envolverde

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