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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Antes da existência de cemitérios em Fortaleza, corpos eram enterrados em igrejas

O primeiro cemitério, o São Casimiro, surgiu só em 1848, causando resistência entre os ricos, que preferiam o enterro em igrejas


O dia de Finados, celebrado nesta quarta-feira (2), é data para ida aos cemitérios onde estão os corpos de entes queridos. No passado em Fortaleza, essas visitas eram às igrejas, onde eram enterrados os mortos. A prática persistiu na capital cearense até dois séculos atrás.

A tradição já foi resgatada em postagens de dois parceiros do Tribuna do Ceará, os blogs Fortaleza em Fotos e Fortaleza Nobre.

Pessoas enterradas em igrejas

No século XIX era bastante comum pessoas mortas serem enterradas em igrejas. Até 1828, os corpos dos fortalezenses eram sepultados nas paredes das igrejas.


A prática foi abolida devido a decomposição dos cadáveres, que tornava as igrejas focos de doenças. Para adequar a cidade às necessidades médicas, Fortaleza criou em 1848 o primeiro cemitério público da cidade, o São Casimiro (em homenagem ao governador Casimiro José de Morais Sarmento, que autorizou a construção).

O cemitério de São Casemiro estava localizado no Campo da Amélia, hoje, Praça Castro Carreira, conhecida popularmente como Praça da Estação.

A medida não foi aceita de imediato. Após a determinação da construção do cemitério, vários segmentos religiosos de Fortaleza apresentaram resistência, afinal o enterro nas igrejas era símbolo de status.

Nas igrejas do Rosário e na antiga Igreja da Matriz (demolida em 1938), as mais antigas de Fortaleza, vários sepultamentos foram realizados.


Cemitério São João Batista

Inaugurado no dia 5 de abril de 1866, o Cemitério São João Batista foi criado para substituir o Cemitério São Casemiro. No local, várias pessoas importantes do Ceará foram sepultadas.

Entre elas estão, o Barão de Aquiraz, Barão de Aratanha, Barão de Studart, Carlos Virgílio Távora e Frei Tito. Sua administração ficou a cargo da Santa Casa de Fortalez, que, por lei provincial de 1860, já era responsável pela gestão do São Casemiro.

Quem visita o São João Batista tem a possibilidade de aprender muito sobre a história da quinta maior cidade do país.

Fonte: Tribuna do Ceará

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