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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Fogões ecológicos melhoram condições de famílias rurais de baixa renda

A troca dos fogões ainda ajuda a reduzir em 108 mil toneladas as emissões de gases de efeito estufa.


Grandes emissões de gases de efeito estufa, degradação das florestas e problemas de saúde na população. Esses são alguns dos malefícios do uso de fogões a lenha rudimentares, realidade comum em aproximadamente três milhões de domicílios de baixa renda brasileiros, principalmente no meio rural. Uma iniciativa financiada pela Natura e realizada pela organização sem fins lucrativos Instituto Perene tem ajudado a mudar essa realidade no Recôncavo Baiano.

A construção de “fogões eficientes”, também a lenha, mas com uso de tecnologia que permite uma redução significativa no uso da madeira, já beneficiou seis mil domicílios na região, nos últimos oito anos. Um novo contrato irá contemplar mais 1.880 casas, totalizando quase oito mil famílias e cerca de 25 mil pessoas.

No mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de três bilhõesde pessoas dependem de fogões a lenha para cocção. Estima-se que cerca de quatro milhões morram prematuramente todos os anos em decorrência de doenças relacionadas à inalação contínua de fumaça. Fogões convencionais à lenha demandam um volume excessivo de madeira, e a fumaça proveniente do processo de queima resulta em graves problemas de saúde, afetando principalmente pulmões e olhos e, especialmente, mulheres e crianças.

Como funciona o fogão

A tecnologia empregada pelo Instituto Perene utiliza uma câmara de combustão que possibilita um processo de queima da lenha com o mínimo de fumaça, expelida por meio de uma chaminé. Os moradores arcam com os custos dos materiais – areia, cimento e cerâmica – necessários para a montagem da estrutura do novo forno, e a organização disponibiliza os componentes técnicos e a mão de obra.  A Natura entra com o aporte financeiro, por meio da compra de créditos de carbono, auxiliando no financiamento e na construção dos fogões eficientes.

“É uma tecnologia simples, que utiliza recursos e pessoas da região, e que está chegando a milhares de casas de baixa renda”, diz Guilherme Valladares, co-fundador do Instituto Perene. “Há benefícios não só para todas as partes envolvidas no projeto, como para a comunidade local e a sociedade em geral.

O uso da lenha tem impacto direto nos remanescentes da Mata Atlântica na região do recôncavo baiano, pois são milhares de pessoas coletando lenha todos os dias para queimar. A cadeia de fornecimento dos fogões eficientes também estimula oportunidades econômicas, fomentando a capacitação e a criação de empregos locais para a montagem do fogão”, diz Valladares.

Uma das primeiras beneficiadas pelo projeto, Crispina Bispo Barbosa, que vive no município de Maragogipe, logo percebeu o impacto da mudança e se tornou parceira do Instituto Perene, passando a cadastrar outros moradores da região a ser contemplados. “Percebi que isso melhora também a autoestima das mulheres, que ficavam com as unhas e as roupas cheias de carvão. A gente fazia os fogões de qualquer jeito, tinha muita fumaça pela casa toda, gastava muita lenha e saía muito fogo, mas pouco calor”, conta. Atualmente, mais de mil famílias que vivem na localidade de Crispina já cozinham nos fogões eficientes.

Edinole Batista dos Santos, contemplada com o novo fogão em dezembro de 2016, aponta outros benefícios: “Eu mesma tiro a lenha com machado e carrego no jegue, para cozinhar. Agora vai ser mais tranquilo, porque esse fogão é muito mais econômico e precisa de pouca lenha para cozinhar todo dia. Também vou poder usar todo tipo de panela, porque não tem carvão. É o melhor presente de Natal que eu poderia ter”, comemora.

A estimativa é que, com a troca dos fogões, haja a redução de aproximadamente 108 mil toneladas de emissões de gases de efeito estufa durante os dez anos de vida útil dos fogões. Isso é o equivalente às emissões de um automóvel movido a gasolina em cerca de 18 mil voltas na Terra.

Fonte: Ciclo Vivo

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