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terça-feira, 18 de julho de 2017

Terra, um planeta envenenado

Os solos estão contaminados por conta das atividades dos homens, que descartam uma grande quantidade de produtos químicos nas áreas utilizadas para produzir alimentos.
O alerta é da Organização das nações unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Há no solo excesso de nitrogênio e metais pesados, como arsênico, cadmio, chumbo e mercúrio, segundo a FAO. “Quando esses compostos entram na cadeia alimentar representam riscos para a segurança alimentar, para os recursos hídricos, para a subsistência das populações rurais e para a saúde das pessoas”, assinalou um relatório da FAO divulgado dia 23 de junho. E destaca ainda que o combate à contaminação dos solos e a busca por uma gestão sustentável dos recursos agrícolas é essencial para fazer frente às mudanças climáticas e à insegurança alimentar que se acerca.

A poluição dos solos é um problema cada vez mais importante e que acontece de muitas maneiras. A única forma da combate-la é aumentar a disponibilidade de informações a respeito e promover a gestão sustentável da terra. “É preciso intensificar a colaboração global na busca de provas científicas confiáveis para que se mude a forma de plantar e o uso dos agrotóxicos”, disse Ronald Vargas, secretário geral da Aliança Mundial pelo Solo.


Maria Helena Semedo, diretora geral adjunta da FAO
A assembleia da Aliança Mundial pelo Solo é uma plataforma neutra e multipartite para discutir os temas globais em relação aos solos e busca agrupar conhecimentos sobre boas práticas de manejo, “além de estimular medidas para manter os solos saudáveis para que sigam garantindo os serviços ambientais que garantem alimentos para todos”, disse Maria Helena Semedo, diretora geral adjunta da FAO.

A Assembleia realizada no final de junho aprovou novas iniciativas para facilitar a troca de informações sobre solo, a criação da Rede Global de Laboratórios de Solos, que deverá coordenar e criar modelos de medição para uso entre todos os países, a Rede Internacional e Solos Negros, que pretende melhorar o conhecimento sobre os solos agrícolas mais férteis, que também são conhecidos por seu alto conteúdo de carbono.

Cerca de um terço dos solos do mundo estão contaminados, devido principalmente a práticas insustentáveis de gestão. Além disso bilhões de toneladas de terra se perdem a cada ano na agricultura e uma das causas principais é a poluição por agrotóxicos e pelo manejo ineficiente do solo. Em alguns países cerca de um quito de todas as terras cultiváveis estão comprometidas com contaminações diversas.

Contaminação do solo significa a presença na terra de substâncias químicas que estão fora de lugar ou em concentrações superiores às normais, por ação de mineração, atividades industriais ou má gestão das águas.

A FAO alerta que em alguns casos as contaminações se estendem por grandes áreas por conta das chuvas e dos ventos. Os insumos agrícolas, como os fertilizantes, os herbicidas e os pesticidas, incluindo os antibióticos que são encontrados nos estercos dos animais, são importantes contaminantes que provocam problemas também por conta de suas fórmulas que são constantemente alteradas.

“A contaminação dos solos é um risco traiçoeiro porque é mais difícil de ser observada do que outros processos de degradação, como a erosão. Os perigos estão, também, em como os contaminantes reagem com os elementos já presentes no solo e a velocidade com que esses contaminantes penetram nos ecossistemas”, alerta o documento da FAO. Segundo a organização, a diversidade de contaminantes e tipos de solos, assim como as formas que agem, fazem com que os estudos para determinar os riscos sejam especialmente difíceis e caros.

Solos Negros

A nova rede internacional de solos negros define como negros aqueles que contém ao menos 25 centímetros de húmus e com uma taxa de carbono orgânico superior a dois por cento. Segundo essa definição estão em um território de 916 milhões de hectares e cobrem 7% da superfície do planeta.

Cerca de 25% dos solos negros são do tipo clássico, co um metro de húmus, e se encontram em regiões de plantios de cereais da Europa Oriental e Ásia Central, além de antigas pradarias da América do Norte, disse o informe da FAO. São considerados solos de extrema importância para a segurança alimentar da humanidade. A Rede Internacional de Solos Negros tem como missão a conservação da produtividade a longo prazo desses solos através da colaboração técnica e intercâmbio de conhecimentos.

Fonte: Envolverde

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