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quarta-feira, 19 de março de 2014

Sabe aquelas pulseiras de silicone? Elas detectam poluição

Se você nunca usou, certamente se lembra delas. Febre de tempos em tempos, as pulseirinhas de silicone coloridas costumam ser usadas para demonstrar apoio a uma causa, ao time favorito ou simplesmente porque viraram moda por algum motivo inexplicável. Agora, os pesquisadores demonstram que essas pulseiras podem servir a um propósito diferente.

Simples e aparentemente bobinhas, elas podem atuar como dispositivos que controlam a exposição de uma pessoa à poluentes nocivos do cotidiano, ao longo de um dia, semana ou até meses. O silicone age como uma esponja, absorvendo uma variedade de compostos a partir do ar.

Por conta dessa propriedade, pesquisadores da Universidade de Oregon resolveram monitorar a gama de compostos que as pessoas inalam em ambientes diferentes e ver se é possível identificar potenciais efeitos na saúde. O estudo foi publicado no periódico científico Environmental Science & Technology.

Antes de equipar os voluntários com os braceletes, os pesquisadores tiveram que remover os produtos químicos que são introduzidos no silicone durante a fabricação. Trinta voluntários usaram as pulseiras Oregon State laranja e branco por um período de 30 dias.

Ao término do período, 49 compostos foram encontrados nelas, incluindo retardadores de chama, pesticidas de uso interno, tais como medicamentos anti-pulga para animais de estimação, nicotina e vários produtos químicos utilizados em cosméticos e fragrâncias.

Além disso, oito voluntários que trabalhavam como pedreiros usaram as pulseiras durante oito horas, todos os dias. Os investigadores estavam à procura de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), presentes em telhados de alcatrão, um tipo de telha comumente usada nos Estados Unidos.

O resultado? Todas as pulseiras dos pedreiros apresentaram os compostos e outras 12 substâncias de uma lista nacional de poluentes considerados nocivos.

Segundo os cientistas, o uso de pulseiras de silicone poderia tornar mais fácil e mais preciso avaliar como a qualidade do ar e poluentes internos afeta a nossa saúde.

Além disso, representam um grande passo em relação aos monitores de ar estacionários, que só capturam um instantâneo no tempo e não estão, necessariamente, perto de pessoas.

De quebra, acrescentam os cientistas, é um processo mais barato de monitoramento do que o método usual de medir a exposição individual à poluição, que envolve monitores acoplados à mochilas, que não são tão simples de usar e custam caro.

Fonte: Exame.com

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