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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Observações sobre a questão ambiental, artigo de Roberto Naime

A questão ambiental é uma resultante de vetores ou situações de variáveis econômicas e políticas de forma inevitável. É preciso, no entanto, ter um conhecimento técnico mínimo para poder consolidar sua própria concepção de percepção ambiental.

A terra é formada pelos compartimentos físico e biológico. Todas as ações e empreendimentos humanos, representando o meio antrópico ou socioeconômico interagem com o meios físico e biológico.

Assim, uma estrada traz progresso para o escoamento da produção e o turismo, mas pode trazer impactos ao meio físico, desmatamento e expulsão de espécies da fauna e problemas para as atividades de pecuária e lavoura, além de propiciar eventual êxodo rural e eventuais rupturas sociais, com o aumento de criminalidade e prostituição.

As finalidades da percepção ambiental e dos estudos de impacto ambiental objetiva a compreender todas as realidades e relações estabelecidas entre os elementos dos meios físico, biológico e antrópico, dentro de uma concepção sistêmica e visão holística, de maneira a compatibilizar os empreendimentos, com as características dos meios em que a intervenção humana se insere.

Os impactos ambientais devem ser sempre atenuados, minimizados ou compensados, conforme prevê a legislação e determina o bom senso individual ou o senso comum coletivo. Ninguém é contra o progresso e o desenvolvimento ou a melhoria da qualidade de vida das populações, mas é necessário que as intervenções humanas sobre os meios físico e biológico sejam acompanhadas de amplos programas de compatibilização, monitorados permanentemente para que sejam medidas e determinadas a eficácia e a eficiência das medidas propostas e executadas.

É muito necessário também que haja uma potencialização planejada dos efeitos benéficos ou benefícios de cada intervenção humana sobre a natureza. Temos que percorrer a estrada que nos tira do espontaneísmo, que espera que as coisas funcionem por si próprias e nos leva até o planejamento sistematizado, onde as coisas que vão acontecer são cuidadosamente planejadas, medidas e mensuradas no tempo e no espaço.

Para a consecução destes objetivos, são importantes a percepção ambiental dos indivíduos, a educação ambiental propiciada por entidades de educação formal como escolas e informais como associações de bairro, igrejas e outras organizações da sociedade, as noções de avaliação de impactos ambientais que fazem parte do senso comum de uma determinada comunidade num momento de referência e a busca comum de equilíbrio na vida e melhoria geral das condições de vida e da qualidade ambiental.

A própria concepção de sustentabilidade se desenvolve a partir do princípio simples, singular e maternal da primeira-ministra da Noruega em 1987, Gros Brundtland: “utilizar os recursos naturais sem comprometer as gerações futuras”.

Ou seja, usar os recursos naturais, tanto renováveis quanto não-renováveis de forma a que não venham faltar recursos para a qualidade de vida e o bem-estar das gerações futuras. Por isto é tão importante reutilizar ou reciclar os materiais. A diferença em reutilizar, é que neste conceito, os materiais são usados da forma em que se encontram, enquanto na reciclagem, os materiais são submetidos a um novo processo industrial de beneficiamento.

Reutilizar é usar uma madeira já usada para alimentar caldeiras e produzir aquecimento. Reciclar é empregar uma lata de alumínio para a confecção de nova lata de alumínio, num ciclo infinito.

Somente desta forma poderão ser incrementadas as condições de qualidade ambiental e de qualidade de vida das populações em geral, que são os grandes motivos que alimentam a questão ambiental num planeta onde as populações são cada vez maiores e os conflitos decorrentes de utilização de recursos naturais são cada vez maiores.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Fonte: EcoDebate

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