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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Ambientalista aposta em mudança na lei para combater espuma nos rios

A espuma que tem aparecido no Rio Tietê, no interior de São Paulo, preocupa as pessoas que moram às margens dos mananciais. No fim do mês passado, o nível de poluição subiu tanto que a espuma chegou a invadir a casa dos moradores em Pirapora do Bom Jesus (SP).


A substância é tóxica e pode causar sérios problemas respiratórios. A ambientalista Malu Ribeiro, coordenadora do projeto SOS Mata Atlântica, acredita que uma mudança na legislação que regulamenta o lançamento de poluentes nos rios pode ser uma das soluções para diminuir o problema.

O fenômeno é consequência de detergentes e fertilizantes agrícolas despejados nos mananciais, substâncias que contêm excesso de nitrato e fósforo em sua fórmula. Estes componentes provocam a formação da espuma. “Essas são duas fontes de poluição legalizadas e que não são retiradas no tratamento de água e esgoto primário, que combate apenas a matéria orgânica”, explica a ambientalista.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece o limite máximo de concentração de fósforo nos rios. Mas, no caso do trecho do rio Tietê que vai de São Paulo a Pirapora do Bom Jesus, a classificação dada pelo órgão é de nível 4, ou seja, não há limite. Com isso, o rio recebe grandes quantidades de dejetos de detergentes e fertilizantes agrícolas, que agravam a formação das espumas e prejudicam a saúde dos que moram às margens do manancial.

Para a Malu, a legislação precisa mudar para proibir que grandes quantidades dessas substâncias que causam a formação das espumas sejam despejadas nos mananciais. “Combatendo a poluição na origem, proibindo que se jogue essa quantidade de substâncias, como o nitrato e o fósforo nos rios, vamos deixar de causar a formação das espumas. E com a chegada do inverno, a tendência é que o que vimos em Pirapora do Bom Jesus aconteça com mais frequência”.

Primeiro registro – Os primeiros registros de formação de espumas na superfície do rio Tietê, no trecho que corta Salto (SP) e Pirapora do Bom Jesus, ocorreram em meados dos anos 80, de acordo com a ambientalista. “Inclusive, eu fiz um trabalho sobre a aparição das espumas em blocos imensos, se não me engano foi no ano de 1986. Na época, não sabíamos a causa desse fenômeno e, por isso, atribuíamos a poluição industrial”.

Apesar da primeira aparição ter sido em 1986, Malu conta que somente 10 anos depois foi registrado o pico da formação das espumas no rio Tiête. “A impressão que a gente tinha é que as espumas cobriam as casas, cobriam as cidades de Pirapora do Bom Jesus e Salto. E, por ser tóxica, a espuma causava coceira nos olhos e irritação na garganta dos moradores”.

Para combater o fenômeno, o governo adotou algumas medidas paliativas nos anos 90, como a instalação de ‘chuveirinhos’ pelas margens do rio. “Jogar água em cima das espumas amenizava o problema”, explica a ambientalista. Outra medida adotada pelo governo na época foi mudar a regra de abertura das barragens, já que as corredeiras facilitam a formação das espumas”, finaliza.

Espuma em Pirapora do Bom Jesus – O fenômeno foi registrado em 23 de junho, dois quilômetros abaixo de uma barragem do rio Tietê, no trecho que corta a cidade de Pirapora do Bom Jesus. O Tietê corta o centro da cidade e, ao passar pelos vertedouros da barragem da Usina Hidrelétrica, as águas se agitam e produzem a espuma.

A cidade de 16 mil habitantes abriga o santuário do Bom Jesus, destino de 600 mil romeiros por ano, mas a espuma e a poluição espantam os turistas que reclamam do mau cheiro e de coceira no nariz e ardência nos olhos.

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente afirma que a formação de espumas, como ocorre frequentemente no Rio Tietê ao longo das cidades de Santana de Parnaíba, Salto e Pirapora do Bom Jesus, está relacionada principalmente à baixa vazão da água e à presença de esgotos domésticos não tratados que dificultam a decomposição de detergentes domésticos.

Ainda segundo o órgão, a solução desse problema está associada principalmente à implantação dos sistemas adequados de esgotamento sanitário, incluindo a coleta, afastamento, tratamento e disposição final dos esgotos domésticos, os quais são de atribuição dos municípios e das concessionárias de saneamento. 

Fonte: G1

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