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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Capitalismo é o motor do colapso ambiental, aponta livro de Luiz Marques

Historiador e professor do IFCH lança obra sobre as causas e consequências do caos socioambiental




Na década de 1990, sete acordos multilaterais, somados a importantes documentos e protocolos, tais como a Agenda 21, a Carta da Terra e o Protocolo de Kyoto, alimentavam a promessa de um novo arranjo político, econômico e social internacional, capaz de conter o processo de degradação ambiental do planeta.

Duas décadas mais tarde, inúmeras pesquisas realizadas nas mais diversas áreas do conhecimento, apontam para uma situação significativamente diferente daquela preconizada pelos acordos firmados entre os países.

Um deles, o Protocolo de Kyoto é emblemático da mudança de perspectiva: os países signatários se comprometiam a reduzir a emissão de gases poluentes responsáveis pelo efeito estufa e o aquecimento global. Mas ao invés de redução, o que se assiste, nessas primeiras décadas do século 21, é o aumento das emissões, somado à tendência de esvaziamento dos compromissos então assumidos.

Esse é um dos cenários reconstituídos no livroCapitalismo e Colapso Ambiental, de Luiz Marques, professor do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp. Reconhecido por sua produção intelectual sobre a Tradição Clássica, o historiador Marques apresenta, em sua nova obra, que será lançada dia 9, em São Paulo, e é dividida em duas seções, um amplo e diversificado painel ilustrativo do que ele classifica como “caos socioambiental” no qual a sociedade contemporânea está imersa, além de analisar as condições sociais, políticas, históricas e econômicas que o desencadearam e o potencializam.

“As crises ambientais tornam inadiável a necessidade de uma reflexão sobre o caos socioambiental em que corremos risco de naufragar. Já de há muito a percepção desses riscos entrou na circulação sanguínea da Unicamp, tanto nas áreas das ciências quanto nas humanidades”, afirma Marques, ao explicar os motivos que o levaram a se envolver com as temáticas ambientais que resultaram no novo livro.

Atualmente, ele participa, com um coletivo de professores da Unicamp, da criação do portal Rio+40, voltado para informação, pesquisa, debate e mobilização acadêmica em torno das crises socioambientais contemporâneas. O portal deverá estar disponível para consulta até o final de 2015.

Leia, a seguir, a íntegra da entrevista que Luiz Marques concedeu ao Jornal da Unicamp.

Jornal da Unicamp – O senhor é conhecido por sua produção intelectual sobre a Tradição Clássica. O que o levou a se envolver com as temáticas ambientais? 

Luiz Marques – Desde a pós-graduação, meu trabalho como pesquisador teve por objeto o que se convencionou chamar a Tradição Clássica, com ênfase na arte figurativa italiana dos séculos XIII ao XVI. É um campo apaixonante em que permaneço engajado.

Mas as crises ambientais tornam inadiável a necessidade de uma reflexão sobre o caos socioambiental em que corremos um risco crescente de naufragar. Muitos colegas do IFCH [Instituto de Filosofia e Ciências Humanas], para falar apenas do meu ambiente imediato, desenvolvem há decênios trabalhos sobre diversos aspectos das crises ambientais.

Que a questão ambiental tenha sensibilizado nos últimos anos um historiador da arte não é senão um sinal a mais, entre tantos, de seu agravamento e ubiquidade.

Há em curso, de resto, uma proposta de criação de um portal da Unicamp para dar mais visibilidade a esses trabalhos em todas as áreas da Universidade e promover o debate entre elas, que espero que esteja em funcionamento até o fim do ano.

JU – Existe algum o fio condutor entre sua produção como intelectual/pensador/historiador que articule sua produção no campo da história e no campo do ambientalismo?

Luiz Marques – Sim. Até certo ponto, este livro não é um parêntese em relação ao meu interesse pela área imensa da Tradição Clássica, pois nasce também da reflexão sobre a superação na Idade Contemporânea dos paradigmas mentais herdados dessa tradição – lenta superação, que se esboça já com a dominação hispano-habsbúrgica sobre a Itália a partir do terceiro decênio do século 16 e que se acelera e se consolida, como é sabido, em estreita interação com a expansão do capitalismo industrial ao longo dos séculos 19 e 20.

Um dos capítulos do livro procura demonstrar como a dinâmica expansiva e centrífuga do capitalismo, substituindo os mitos de origem pelos mitos de futuro, é a condição histórica de possibilidade das crises ambientais contemporâneas. É, aliás, não apenas sua condição necessária, mas também suficiente.

JU – O que sua obra aporta para a reflexão e o debate sobre o mundo contemporâneo e, em particular, sobre as questões ambientais?  

Luiz Marques – Cada linha deste livro tem o objetivo de argumentar em favor da ideia de que vivemos uma situação de urgência. O traço definidor do momento presente é a corrida contra o relógio, uma corrida que, indubitavelmente, estamos perdendo.

A ambição da obra é contribuir para o reconhecimento do fato de que as crises ambientais contemporâneas, por sua envergadura, ubiquidade e aceleração, devem redefinir profundamente os temas e as prioridades na pauta dos debates socioeconômicos e políticos que polarizam hoje nossas sociedades.

JU – Considerando o conjunto de estudos sobre a atual crise ambiental, não é possível identificar um consenso quanto aos impactos do modelo econômico contemporâneo sobre o meio ambiente. Como o senhor situa sua obra nesse contexto?

Luiz Marques – O livro se divide em duas partes e por isso há duas respostas à sua pergunta. Na primeira parte do livro, intitulada A Grande Convergência, atenho-me a justapor os resultados das pesquisas científicas sobre as crises ambientais.

Esses resultados são (como é o próprio da ciência) “conservadores”, isto é, necessariamente cautelosos e probabilísticos. Isso não significa que a ciência esteja dividida sobre a gravidade das crises ambientais.

Em ciência, como em outras áreas do saber, consenso não significa quase nunca unanimidade. No que se refere, por exemplo, às mudanças climáticas, 97% dos cientistas (e são os mais qualificados) afirmam que há 95% a 99% de chances de que as mudanças climáticas em curso sejam preponderantemente antropogênicas. Para todos os fins práticos, econômicos e políticos é da mais elementar prudência considerar essas altíssimas probabilidades como uma certeza plena.

Na segunda parte do livro, na qual procuro identificar no modus operandi do capitalismo global e no antropocentrismo os motores que nos impelem em direção ao colapso ambiental, posso talvez ser considerado radical por aqueles que ainda acreditam ser possível “educar” o capitalismo para a sustentabilidade.

Começam, contudo, a ser menos numerosos os que ainda comungam dessa crença, que é, em meu entender, a mais extraviadora ilusão do pensamento político, social e econômico contemporâneos, pois a de mais graves consequências.

JU – Qual o cenário que se extrai da produção científica sobre a crise ambiental?

Luiz Marques – Por mais “conservadores” que sejam, os resultados das pesquisas científicas constituem um quadro geral alarmante: maiores concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera, aquecimento das temperaturas médias globais, supressão e degradação das florestas (com fragmentação ou mesmo destruição completa dos habitats), colapso da biodiversidade, declínio dos recursos hídricos, secas mais intensas e prolongadas, erosão, desertificação, incêndios mais frequentes, mais devastadores e em latitudes mais amplas, poluição dos solos e do meio aquático por esgotos, pelo lixo municipal e industrial, intoxicação química dos organismos e da troposfera, aquecimento e acidificação oceânica, multiplicação das zonas mortas por hipóxia ou anóxia nos rios, lagos e mares, destruição já de cerca de 50% dos recifes de corais, declínio do fitoplâncton, elevação média global de 3,2 milímetros por ano do nível do mar, degelo do Ártico, da Groenlândia, da região ocidental da Antártica e do chamado Terceiro Polo, degelo também dos pergelissolos, com risco crescente de liberação catastrófica de metano na atmosfera, furacões maiores, inundações, alguns invernos setentrionais mais rigorosos, paradoxalmente num mundo de verões letais.

A lista está longe de terminar e mesmo as posições mais conservadoras admitem uma piora generalizada das coordenadas ambientais do planeta.

JU – Como o senhor definiria, de maneira sucinta, a situação atual do planeta? 

Luiz Marques – O capitalismo internacional devasta numa escala e ritmo superiores à capacidade da biosfera de se recompor e se adaptar. Segundo o Global Forest Watch, apenas entre 2000 e 2012, nosso planeta perdeu 2,3 milhões de km² de florestas, em grande parte por causa do avanço da monocultura e das pastagens.

Num estudo recente, The Future of Forests, o Center for Global Development, de Washington, projeta, baseando-se em observações de satélites, que “uma área de florestas tropicais do tamanho da Índia [3,2 milhões de km²] será desmatada nos próximos 35 anos”, se nos mantivermos na rota atual, e isto apenas de florestas tropicais.

Em 2006, um estudo da FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] afirma que “a criação de gado gera mais gases de efeito estufa, mensurados em CO2 equivalente, que o transporte”.

O consumo de 92 milhões de barris de petróleo por dia e a produção global de 7,83 bilhões de toneladas de carvão em 2013, são recordes históricos.

As grandes barragens hidrelétricas e o aumento do carnivorismo são alguns dos fatores decisivos no agravamento das mudanças climáticas e no colapso da biodiversidade terrestre e marítima.

A atual extinção em massa das espécies não é, como as anteriores, mensurável numa escala de tempo geológica, mas numa escala histórica. Em 1900, ela se media numa escala de séculos. Cinquenta anos atrás, a escala de observação mais adequada seria a década. Hoje, a unidade de mensuração do avanço da sexta extinção é o ano ou mesmo o dia.

Segundo uma revisão publicada na revista Science de julho de 2014, “estamos perdendo entre cerca de 11 mil e 58 mil espécies anualmente”, algo entre 30 e 159 espécies por dia.

O capitalismo global está extinguindo ou ameaçando existencialmente um número crescente de espécies, entre as quais, e não por último, a nossa.

JU – E como o Brasil, que detém a maior biodiversidade do planeta, se situa nesse contexto?

Luiz Marques – O desmatamento da Amazônia Legal está novamente em trajetória ascensional.

De agosto de 2013 a julho de 2014 ele foi de 5.012 km². O que é comemorado como uma vitória por setores do governo é, na verdade, uma devastação estarrecedora, só porque representa uma diminuição de 15% em relação aos 12 meses anteriores (5.891 km²).

Na realidade, há aumento de 9% em relação ao período de agosto de 2011 a julho de 2012 (4.656 km²). E já se sabe pelo Instituto Imazon que o desmatamento do período agosto de 2014 – julho de 2015 será expressivamente maior que o dos 12 meses anteriores.

Dados para o período 1970-2013 do IBGE/PRODES [projeto que realiza o monitoramento por satélites do desmatamento por corte raso na Amazônia Legal] indicam uma perda de 762.979 km² da floresta amazônica brasileira, uma área equivalente a 184 milhões de campos de futebol, ou duas Alemanhas (357.051 km²) ou o triplo da área do Estado de São Paulo (248.222 km²).

As emissões de CO² cresceram 62% no Brasil entre 1990 e 2005 e apenas em 2013, conforme computado pelo Sistema de Estimativa de Gases de Efeito Estufa (SEEG), o país gerou 1,56 bilhão de toneladas de CO²-eq, um salto de 7,8% em relação a 2012. Trata-se de uma das maiores taxas de crescimento do mundo nesse ano. Mais da metade do acréscimo provém do desmatamento e de incêndios de florestas, boa parte deles a mando de fazendeiros.

E não se contabilizam aqui as emissões de metano (CH4) pelas grandes represas e pela pecuária, um gás cujo efeito estufa é muito maior.

Segundo Philip Fearnside, pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), as barragens necessárias para o funcionamento da usina de Belo Monte emitirão 11,2 milhões de toneladas de CO²-eq apenas em sua primeira década de operação, o que iguala as emissões anuais de CO²-eq produzidas por 2,3 milhões de automóveis.

Também o sequestro da agricultura (com uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes) pela engrenagem especulativa das commodities indexadas pelo mercado financeiro tem um peso decisivo no fato de que, globalmente, 120 mil km² de terras produtivas tornam-se estéreis a cada ano (dados da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas – UNCCD, 2014).

Em todos esses setores, o Brasil tem certo protagonismo, pois nosso modelo macroeconômico e energético está fortemente ancorado em grandes usinas hidrelétricas e na produção de commodities agropecuárias que engendram desmatamento.

JU – Se a crise ambiental é tão profunda, por que os estudos que evidenciam sua extensão e suas graves consequências não repercutem mais intensamente na sociedade, promovendo mudanças de mentalidade e hábitos?

Luiz Marques – A preocupação das sociedades em relação às crises ambientais vem crescendo muito rapidamente. Hoje, a ideia de que precisamos diminuir urgentemente nossa “pegada ambiental” saiu do rol circunscrito das revistas científicas e começa a fazer manchete na grande imprensa, a mobilizar a sociedade civil e a forçar sua entrada na “grande política”. O que era impensável há poucos anos, impõe-se hoje com uma força crescente.

Mas à medida que a consciência ambiental cresce, crescem também as resistências econômicas, políticas e ideológicas. Nos anos 1970, Nicholas Georgescu-Roegen descobriu algo de transcendental importância para as sociedades contemporâneas: “O domínio dos fenômenos que a ecologia abrange é mais amplo que o domínio coberto pela ciência econômica”, de tal modo que “a economia deverá ser absorvida pela ecologia”.

É muito difícil para todos nós entender essa inversão de prioridades e admitir o que ela implica, isto é, que a ecologia é mais importante que a economia. É difícil, porque ainda concebemos o meio físico como matéria-prima, ou seja, como um subsistema do sistema econômico e fomos educados pelo dogma de que o bem-estar das sociedades depende da taxa de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto].

Aqui reside, creio eu, a razão primeira de por que as sociedades tardam em reagir à altura dos desafios ambientais que as confrontam.

JU – No livro, o senhor aborda o retrocesso do multilateralismo como um fator que impulsionou o surgimento do Estado-Corporação. Qual o nexo entre este tipo de organização estatal e a crise ambiental? 

Luiz Marques – Em 1987, Gro Harlem Brundtland, uma grande artífice do multilateralismo, escrevia ao final de um encontro internacional: “Talvez nossa tarefa mais urgente hoje seja persuadir as nações da necessidade de retornar ao multilateralismo”. Naquele momento, o princípio do multilateralismo e do direito internacional estava ganhando ímpeto e a ECO-92 foi a expressão mais acabada desse entusiasmo.

Hoje, a tendência é de retrocesso. São imensos os obstáculos que a COP 21 [Conferência do Clima 2015] terá de superar no fim deste ano em Paris para produzir um texto que ultrapasse o âmbito das declarações de boas intenções.

Qualquer resultado aquém de um acordo resolutivo, gerador de hard law, será entendido como mais do mesmo, isto é, como um fracasso, talvez trágico, pois não temos mais tempo a perder. Mas justamente quando mais precisamos passar ao ato, globalmente, mais os Estados nacionais estão identificados com a rede corporativa.

Avanço no livro a hipótese de uma verdadeira mudança na natureza do Estado, com a emergência do que se poderia chamar o Estado-Corporação, um novo modelo de simbiose entre Estado e corporação, trazido pela conversão ao capitalismo por parte da China, da ex-União Soviética e dos países da Europa do Leste, mas também pela alavancagem estatal das economias dos “tigres asiáticos” e de países menos industrializados, como a Índia e o Brasil.

Os Estados estão hoje completamente absorvidos na lógica da rede corporativa nacional ou transnacional e tendem a funcionar e, sobretudo, a se pensar como um elo dessa dinâmica. De onde advém a dificuldade de assumirem qualquer protagonismo na formulação e condução de políticas capazes de reverter a tendência ao colapso ambiental. Mais que nunca, esse protagonismo recai sobre os ombros das sociedades.

JU – Qual é a interface entre a atual crise ambiental e a política?

Luiz Marques – Em seu discurso na Rio+20 em 2012, José Mujica, ex-presidente do Uruguai, afirmou: “A grande crise não é ecológica; é política”. Sem desconhecer seu caráter especificamente ambiental, Mujica tem razão ao afirmar que nenhuma reflexão sobre a “grande crise” será fecunda sem o reconhecimento de sua natureza política.

De fato, o que decidirá da evolução dessas crises será, acima de tudo, a capacidade das sociedades de, informadas pelos consensos científicos, dotarem-se de formas de governo radicalmente democráticas, sem as quais não será possível reagir a tempo à lógica econômica predatória da biosfera.

Na conclusão do livro, mas sem pretender propor receituários, examino rapidamente a questão crucial dessas novas formas de democracia, cujo exame detido situa-se, contudo, além das ambições deste livro.

JU – O senhor aponta, como saída para a crise, a superação da ordem política, econômica e social vigente através da constituição de uma ordem pós-capitalista. Acredita na possibilidade de uma alternativa ao capitalismo, capaz de edificar uma nova ordem mundial pautada pelos princípios da sustentabilidade?

Luiz Marques – Sim, porque se a história ensina algo é que o futuro não está contido no presente. Mas, no momento, ninguém sabe de onde virá uma ação política coletiva capaz de reverter (e não apenas amenizar) a tendência ao colapso ambiental.

Reverter essa tendência requer, em meu entender, a desmontagem da máquina intrinsecamente acumulativa e expansiva do capitalismo. Requer, numa palavra, superar o capitalismo, pois para o capitalismo ser é crescer. E quanto mais dificuldade ele encontra para crescer (inclusive, doravante, por causa das crises ambientais), mais ambientalmente destrutivo ele se torna. O caso do petróleo de xisto e de areias betuminosas é exemplar nesse sentido.

Um número crescente de estudiosos defende, a meu ver acertadamente, o programa de um decrescimento administrado como o mais consequente, talvez o único efetivo, para uma sociedade viável. Mas como isso se traduziria concretamente em ação política e numa sociedade alternativa ao capitalismo é ainda uma incógnita.

De resto, não se pode descartar, por mais trágica e extrema que seja, a hipótese de que talvez não esteja em poder do Homo sapiens desmontar a armadilha que seu engenho lhe armou. Em todo o caso, a primeira condição para enfrentar as crises ambientais presentes e futuras é colocá-las sem mais delongas e subterfúgios como o problema central e impreterível da humanidade.

É precisamente isso o que o livro propõe. É encorajadora a célebre hipótese de Marx, formulada em 1859, segundo a qual “a humanidade só se coloca tarefas que pode resolver, pois (…) a própria tarefa surge apenas quando as condições materiais para sua resolução já existem ou ao menos estão em vias de se constituir”.

Tomara que Marx esteja certo. Mas há uma questão prévia: a humanidade não será capaz de resolver o problema do colapso ambiental se não o reconhecer como tal ou se só o reconhecer quando ele tiver se tornado irreversível.

 

Capa do livro Capitalismo e colapso ambiental Serviço
Título: Capitalismo e Colapso Ambiental

Autor: Luiz Marques

Editora da Unicamp

Páginas: 648

Área de interesse: Meio ambiente

Preço: R$ 80,00


Texto: Marta Avancini, Especial para o JU
Fotos: Antonio Gaudério/Folha Imagem e Antônio Scarpinetti
Edição de Imagens: Fábio Reis

Fonte: EcoDebate

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