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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Sul-coreano assume painel do clima da ONU pedindo cobrança sobre CO2

O sul-coreano Hoesung Lee, 69, escolhido nesta terça-feira (6) para liderar o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática), se diz favorável à uma maior “precificação” do carbono para estimular a redução de gases do efeito estufa. A criação de impostos sobre a emissão de CO2 ou a implementação de mercados de emissões que as limitem serão um caminho importante, afirmou.

O pesquisador, um economista especializado em mudança climática, afirmou que pretende abrir o painel, ligado à ONU, para uma participação maior de cientistas de países em desenvolvimento e mulheres. Suas prioridades, diz, serão reduzir o grau de incerteza das conclusões que o painel tem sobre as causas e consequências do aquecimento global, além de fazer com que a ciência do clima seja mais bem conhecida.

Lee não comentou ainda se pretende fazer algo em relação ao problema do negacionismo do aquecimento global – a crença de que a mudança climática não existe ou não tem causa humana, a despeito das evidências científicas acachapantes. Há muitos negacionistas no Partido Republicano dos EUA, por exemplo, que impedem a adoção de uma política de clima mais ativa por parte do país, mas Lee afirmou que não pretende tecer comentários sobre “problemas específicos das políticas” de cada nação.

O sul-coreano foi eleito novo presidente do IPCC num encontro do painel em Dubrovnik, na Croácia, e vai suceder o indiano Rajendra Pachauri, que deixou o painel no ano passado.

Prêmio e processo – Durante a gestão de Pachauri, o IPCC divulgou seus relatórios mais influentes, onde afirmava que a mudança climática é “inequívoca”, e reserva um futuro com mais ondas de calor, inundações, secas e aumento do nível do mar, entre outros problemas. Em 2007, o painel recebeu o Prêmio Nobel da Paz.

Pachauri poderia ter ficado no cargo até agora, mas deixou o cargo em fevereiro. Ele já havia anunciado a saída com antecedência, mas sua demissão ocorreu de forma atribulada, enquanto ele sofria uma investigação por assédio sexual na ONG em que trabalha na Índia. Ele nega as acusações.

Lee venceu cinco rivais na concorrência pelo cargo, incluindo o belga Jean-Pascal van Ypersele, que perdeu por 78 votos a 56 no segundo turno da votação. O sul-coreano deve ficar no cargo por seis anos, prorrogáveis por mais dois.

Os últimos relatórios do IPCC, finalizados em 2014, concluíram que a probabilidade de atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, ser responsável pelo aquecimento global desde 1950 é de mais de 95%. Há risco de impactos “severos, penetrantes e irreversíveis”, diz o documento.

Lee, que até agora era vice-presidente do IPCC, vai representar o consenso da ciência sobre o clima durante a cúpula do clima de Paris, em dezembro, onde será negociado um acordo global para reduzir emissões de gases do efeito estufa.

Fonte: G1

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