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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Ajuda para o clima de países emergentes foi de US$ 62 bi em 2014

A ajuda financeira global para os países em desenvolvimento que lutam contra o aquecimento climático atingiu 62 bilhões de dólares em 2014, mais da metade que a meta de 100 bilhões fixada para 2020, anunciou nesta quarta-feira um relatório da OCDE.

O respeito desta promessa condiciona a assinatura dos países do Sul ao acordo mundial sobre o clima aguardado para o final de 2015 em Paris.

Com um aumento de quase 10 bilhões relativo a 2013, a organização estima em relatório apresentado nesta quarta-feira em Lima durante as reuniões do Banco Mundial e do FMI, que “progressos significativos” foram feitos para chegar aos 100 bilhões.

Em 2013, a ajuda – quer seja em forma de doações ou de empréstimos de organismos públicos ou privados – passou para 52,2 bilhões, segundo a OCDE, encarregada de realizar este relatório para facilitar as discussões sobre o projeto de acordo, a menos de dois meses da abertura da conferência do clima.

“A principal conclusão é que houve progressos significativos em direção ao objetivo de 100 bilhões de dólares”, informou a OCDE.

“Nosso objetivo era fazer um balanço sobre os financiamentos”, explicou Simon Buckle, um dos autores do relatório, esclarecendo que a OCDE não foi encarregada de “fazer projeções” até 2020.

Os países desenvolvidos comprometeram-se em 2009 em Copenhague a aumentar progressivamente os financiamentos para os projetos relacionados ao clima (redução das emissões de efeito estufa ou adaptação ao aquecimento global) para os países em via de desenvolvimento para chegar aos 100 bilhões ao ano em 2020.

Até agora, por falta de definição precisa dos financiamentos que podem ser contabilizados, o debate esteve muito confuso.

“Não é uma estimativa perfeita (…) mas nós pensamos que é uma avaliação sólida e atualizada que será útil para a COP21″, declarou Simon Buckle, a menos de dois meses da reunião parisiense.

- Necessidade de um roteiro -O relatório da OCDE pode facilitar as discussões entre os 195 países?

“O sinal positivo, é que os financiamentos para o clima estão numa trajetória orientada para o crescimento”, comentou à AFP Athena Ballesteros, do World Ressources Institute, um think tank norte-americano.

De hoje a 2020, “os países ainda têm tempo para rever seus compromissos para cima”, afirmou a especialista, mas “ainda há muita estrada pela frente”.

“É preciso olhar de perto a metodologia” e ver se os números “são válidos ou não”, alertou Jens Mattias Clausen, do Greenpeace, para quem “o impacto sobre a dinâmica das negociações” dependerá desta análise.

Depois, “para termos a chance de chegar a um acordo em Paris, é necessário um roteiro claro rumo aos 100 bilhões até 2020″, ressaltou o ambientalista.

Os autores do relatório explicaram que os montantes prometidos pelo Fundo Verde para o Clima (10 bilhões até 2018) não estavam nos cálculos, já que o Fundo só começou a funcionar no final de 2014 e os primeiros projetos beneficiários ainda não são conhecidos.

Na médica entre 2013 e 2014, a OCDE calculou que a parte dos financiamentos públicos foi de 71%, dos financiamentos privados 26% e os créditos de exportação 3%.

A ONG Oxfam lamentou que “uma parte marginal dos financiamentos, 16%, seja efetivamente destinada à adaptação das populações mais vulneráveis”, a grande maioria da ajuda voltada a projetos visando reduzir as emissões de gás de efeito estufa.

A organização, que defende que os países mais vulneráveis sejam os mais ajudados, lamentou também que “apenas 1 a 2 bilhões de dólares ao ano sejam destinados a esta adaptação sob forma de doações”, o restante sob a forma de empréstimos.

Fonte: UOL

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