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terça-feira, 21 de junho de 2016

Degradação do solo e secas causam malnutrição crônica de 800 milhões de pessoas, alerta ONU

Em Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, celebrado na última sexta-feira (17), secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou que “nos próximos 25 anos, a degradação do solo pode reduzir a produção de alimentos em até 12%, levando a um aumento de 30% no preço da comida”.


Quase 800 milhões de pessoas no mundo enfrentam subnutrição crônica ligada diretamente à degradação do solo, à redução da fertilidade das terras, à perda de biodiversidade, ao uso insustentável de recursos hídricos e à seca. Pelos próximos 25 anos, estimativas indicam que a produção global de comida pode registrar uma queda de até 12%, provocando aumentos de 30% no preço dos alimentos.

Os números foram divulgados pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, na última sexta-feira (17) — Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca.

“Os meios de subsistência e o bem-estar de centenas de milhões de pessoas estão em jogo”, alertou o chefe da ONU. “Mais de 50% das terras agrícolas estão moderada ou severamente degradadas, com 12 milhões de hectares de produção perdidos a cada ano.”

Neste ano, a data mundial conta com o tema “Proteger o planeta, Recuperar a terra, Engajar pessoas”. O objetivo é conscientizar a comunidade internacional sobre a importância do combate à desertificação e mobilizar apoio em torno da implementação da Convenção da ONU sobre o tema.

Ao contrário do que o nome pode sugerir, a desertificação não é a expansão natural de desertos existentes e não está vinculada necessariamente a biomas desérticos. O fenômeno envolve, na verdade, a degradação do solo — por atividades humanas como agricultura não sustentável, mineração, uso excessivo da terra para pastagem e corte raso de porções do território — em regiões áridas, semiáridas ou sub-úmidas e secas.

A queda da produtividade e a redução da cobertura vegetal são algumas das consequências da desertificação. Em seu pronunciamento, Ban Ki-moon ressaltou que este e outros problemas, como as mudanças climáticas e as secas, “estão interconectados”.

“Sem uma solução a longo prazo, a desertificação e a degradação do solo não vão apenas afetar o fornecimento de alimentos, mas levar também ao aumento das migrações, ameaçando a estabilidade de muitas nações e regiões.”

De acordo com o secretário-geral, uma estratégia importante para combater o esgotamento dos solos é a agricultura sustentável e sensível às questões climáticas. Além de contribuir para a absorção de carbono da atmosfera e seu armazenamento no solo, o investimento em práticas agrícolas conscientes poderia criar cerca de 200 milhões de empregos até 2050 em toda a cadeia global de produção de alimentos.

O chefe da ONU lembrou que a Agenda 2030 inclui uma meta — a terceira do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 15 — para neutralizar a degradação do solo — o que implica recuperar 12 milhões de hectares por ano.

A secretária-executiva da Convenção da ONU para Combater a Desertificação (UNCCD), Monique Barbut, alertou que a tendência a explorar novas terras, em vez de recuperar e reutilizar o solo já degradado, significa negar às gerações futuras o direito de se beneficiar dos mesmos recursos disponíveis hoje.

Segundo ela, a conservação e restauração da terra “é um voto para preservar nossas próprias liberdades de escolha e a das crianças”. “Também é um padrão moral contra o qual nós poderemos ser julgados pela história.”

UNESCO: desertificação representa um terço das ameaças globais à biodiversidade
“A desertificação é um fenômeno mundial, que afeta a disponibilidade de recursos e a sustentabilidade, além de causar impactos nos meios de subsistência de 900 milhões de pessoas em todos os continentes, representando um terço das ameaças mundiais à biodiversidade”, lamentou a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, também por ocasião do Dia Mundial.

“Essa é uma ameaça tanto para regiões áridas como para regiões não áridas, nas quais a superexploração do solo, incluindo a agricultura intensiva, a exploração das florestas para a obtenção de combustível e madeira, e as atividades pastoris realizadas em excesso transformaram solos férteis em terras estéreis.”

A chefe da agência da ONU lembrou que as Nações Unidas contam com iniciativas — o Programa sobre o Homem e a Biosfera, o Programa Hidrológico Internacional e o Programa de Ação Mundial de Educação para o Desenvolvimento Sustentável — que buscam engajar as pessoas em práticas de gestão sustentável da terra e em práticas agroflorestais.

O objetivo comum dos diferentes programas é promover o desenvolvimento de economias verdes, o consumo responsável e a recuperação de ecossistemas.

“A desertificação nem sempre é irreversível. A recuperação do solo é a melhor ferramenta para isso, e a UNESCO está determinada a fazer de tudo para recuperar os nossos ecossistemas, como foi destacado no Congresso Mundial de Reservas da Biosfera, que aconteceu em Lima, em março de 2016.”

Fonte: EcoDebate

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