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segunda-feira, 9 de abril de 2018

Com falta de vagas em cemitério, família de Angra dos Reis denuncia descaso durante enterro

A família de Célio Pereira Ramos, de 58 anos, que morreu no último domingo, dia 1º, procurou o A VOZ DA CIDADE para denunciar um ato de descaso durante o enterro do homem no cemitério de Serra D’Água.
Segundo os parentes dele, além da demora na realização do sepultamento, funcionários da prefeitura tiveram que remover um caixão de outra pessoa para conseguirem realizar o enterro de Célio. O motivo seria a falta de vagas no cemitério. A situação constrangeu familiares, que além do jornal, buscaram o Ministério Público.

A falta de vagas nos cemitérios de Angra dos Reis já havia sido relatada pelo A VOZ DA CIDADE em reportagem publicada no início de fevereiro deste ano. Na ocasião, a equipe do jornal percorreu cinco dos 11 cemitérios e constatou na maioria o mesmo cenário: estado de abandono, mato alto, portões abertos e nenhuma segurança.

O filho de Célio, Bruno Ramos, de 33 anos, criticou a forma como o enterro foi conduzido por funcionários da prefeitura. “Eles colocaram o corpo do meu pai na gaveta. Tiraram outro caixão e jogaram em um canto dizendo que ‘aquele’ seria exumado, que já que estava ali há mais de seis anos e a família nunca mais voltou. Depois colocaram o caixão do meu pai apenas com um papel de identificação. Um descaso enorme com todos diante de um momento de tamanha dor. Fomos embora sem saber o que será feito e quando. Foi desumano e um desrespeito”, lamentou Bruno, atacando a administração pública: “O cemitério está mal administrado e não adianta a prefeitura tentar culpar alguém, já que os funcionários não têm nem material de trabalho adequado e estão ali abandonados tão quanto os corpos de tantas outras famílias”.

Bruno contou que o pai morreu no Hospital Geral da Japuíba na madrugada de domingo, após ser diagnosticado com septicemia – infecção generalizado do corpo. O enterro havia sido marcado com a administração do cemitério de Serra D’Água para as 10h30min da última segunda-feira, mas quando o corpo chegou os familiares foram surpreendidos pela falta de lugar para o sepultamento. “A dor foi e está sendo enorme. Não tinha cova aberta e nós ficamos sem saber o que fazer com o caixão do meu pai. Minha avó, com seus mais de 70 anos, estava sofrendo com a perda do filho e viu o mesmo sendo levado de um lado para o outro, até que resolveram colocar ele na gaveta. Foi um trauma que pegou toda a família de surpresa. O corpo dele foi velado na igreja, o cemitério foi comunicado da morte e aquele dia que parecia não ter fim teve um final ainda mais dolorido para todos”, desabafou.

REPERCUSSÃO DO CASO
Um vídeo gravado no momento do enterro pelo sobrinho de Célio, Guilherme da Silva Portinho, de 34 anos, e publicado nas redes sociais tomou uma grande repercussão. Nas imagens, ele se mostra indignado com o descaso e o estado de abandono do cemitério de Serra D’Água. Muitos internautas acabaram interagindo com o vídeo, dizendo que a situação ocorre em outros cemitérios também. Até a manhã desta terça-feira, dia 3, eram mais de 30 mil visualizações.

PREFEITURA VAI ABRIR INQUÉRITO
O A VOZ DA CIDADE procurou a prefeitura, que por meio de nota disse que vai abrir um inquérito administrativo para apurar o fato, mas adiantou que se solidariza com a situação da família. “A prefeitura informa que tomou conhecimento do ocorrido no Cemitério da Serra D’Água após o sepultamento objeto da denúncia. A equipe da pasta também se indignou com o ocorrido e se solidariza com todos os familiares e amigos, informando que já está tomando as medidas administrativas cabíveis para responsabilizar os envolvidos e evitar que atitudes como esta voltem a acontecer em Angra dos Reis”.

Fonte: Jornal A Voz da Cidade

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