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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Capital mais poluída, Nova Délhi está dividida sobre rodízio de veículos

A população de Nova Délhi, capital com o ar mais poluído entre todos os países do mundo, tem opiniões divididas sobre os efeitos da experiência implantada há uma semana pelo governo local para fazer um rodízio no tráfego através das placas de veículos – como em São Paulo, já que os engarrafamentos diminuíram, mas a poluição não.


O smog (smoke (fumaça) mais fog (neblina)), termo usado para definir o acúmulo de poluição nas cidades, continua onipresente na capital indiana, assim como a coceira na garganta em decorrência da poluição. Contudo, muitos cidadãos reconhecem o alívio proporcionado pela redução dos engarrafamentos sem fim.

“O tráfego mudou muito. São 50% a menos de carros circulando. Está tudo indo muito bem”, afirmou à Agência Efe o agente de trânsito Nand Kishor perto do emblemático monumento da Porta da Índia, no centro de Nova Délhi, após garantir que quase não foram registradas infrações.

A medida, em vigor desde 1º de janeiro e que está prevista para continuar até a próxima sexta-feira, dia 15, em uma cidade com “mais de nove milhões de veículos registrados”, limita a circulação de carros nos dias pares e ímpares conforme o último número das placas. Ficam isentos, entre outros, os transportes oficiais e os movidos a energias limpas.

No último dia 6, o Tribunal Superior de Nova Délhi disse que a medida gerou “inconvenientes” aos cidadãos, pois a cidade não conta com transporte público de alta demanda, além de não cumprir sua finalidade principal: reduzir a poluição.

“É preciso suportar pequenos problemas para alcançar grandes objetivos”, disse à imprensa o ministro de Transporte de Délhi, Gopal Rai, em um breve pronunciamento durante seu patrulhamento pela cidade.

Rai reconheceu que os transportes públicos “não são tão bons quanto deveriam”, mas isso não acarretou em grandes problemas para a população, já que a frequência com que passam aumentou.

O ministro também destacou a diferença das partículas PM10 e PM2,5 (partículas inaláveis que têm diâmetro inferior a 10 e 2,5 micrômetros e podem se alojar no fundo do pulmão) no ambiente, pois enquanto as primeiras são geradas pela poeira e pela atividade das fábricas, as segundas são mais relacionadas à fumaça dos veículos movidos a diesel.

“Os dados coletados até agora mostram que não houve queda substancial da PM10. No entanto, o PM2,5 desceu a níveis de 200 e 300, o que representa um diminuição de 30% a 33% com relação à época anterior à implantação da medida”, ressaltou Rai.

De acordo com indicadores do próprio governo de Nova Délhi, níveis de PM2,5 de até 60 podem ser considerados “satisfatórios” – o máximo para não prejudicar à saúde,quando ficam entre 121 e 250 revelam um ar de qualidade “muito pobre”, enquanto quando estão superiores a 250 são “graves”.

Já para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o máximo tolerável para PM10 no ar é 50 e o máximo para PM2,5 é 20. Qualquer quantidade acima de 150 e 50, respectivamente, é nociva.

No início da tarde, no medidor localizado perto da porta principal do complexo onde estão as sedes sociais do governo de Délhi, o aparelho marcava um nível de partículas PM2,5 no ar de 251.

Entre a população, o apoio à medida também foi desigual, apesar de ter sido acatada de forma generalizada.

Um dos jornais mais influentes do país, o “Times of India”, publicou ontem os resultados de uma pesquisa online sobre a conveniência ou não de continuar o “experimento” das placas pares e ímpares. O resultado, entre as 31.547 pessoas que votaram, não podia ser mais revelador: 14.493 participantes assinalaram que a medida devia ser estendida, enquanto 17.054 pediram sua suspensão imediata ou o não prolongamento.

O jornal, no entanto, foi mais contundente em um de seus recentes editoriais. “Até agora as restrições (ao trânsito) tiveram um impacto mínimo na qualidade do ar da capital e a Administração de Délhi também não conseguiu resolver os problemas de mobilidade. A farsa dos pares e ímpares deve acabar”, afirmou. 

Fonte: Terra

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