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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

1º cemitério tem túmulos de R$ 100 mil e personagens da história de MS

Primeiro cemitério da Capital, o Santo Antônio, que já foi onde hoje é a Praça Ary Coelho, guarda os túmulos de famílias tradicionais e pessoas importantes para a história de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul.


Estão sepultados no local, entre as avenidas Calógeras, Consolação e Eduardo Elias Zahran, o fundador de Campo Grande, José Antônio Pereira, o 36º governador de Mato Grosso, Arnaldo Estêvão de Figueiredo, o primeiro chamamezeiro do Esatdo, Zé Corrêa, a atriz Glauce Rocha e integrantes de famílias tradicionais, como Nasser, Nedes, Martins e Saad.

O ex-coveiro e encarregado há 30 anos do cemitério, Francisco Alves da Silva, 60 anos, conta que não tem medo de assombração e levou os dois filhos homens para trabalhar no Santo Antônio. No entanto, ele os incentiva a seguir outras carreiras, não a de coveiro.

Francisco conta que o movimento da época do Dia de Finados caiu 60% nas últimas duas décadas. Ele avalia que a tradição de visitar os túmulos de entes queridos perdeu força nos últimos anos.

"Lembro-me que, no Dia de Finados e até nas vésperas, estes largos corredores estavam tomados de pessoas homenageando seus parentes e amigos, colocando flores, limpando os túmulos. Hoje não é mais assim," contou Silva.
Ele brinca e diz que, se todos os mortos resolvessem levantar poderiam formar um exército. "Tem tanta gente enterrada aqui, que se levantassem, seria uma guerra," brincou.

Ele estima que 60% dos corpos enterrados pertencem às famílias japonesas.

O ex-coveiro lembra de um fato ocorrida há cerca de 20 anos que o deixou cabreiro até hoje. Quando jogava cartas com um grupo de funcionários, uma mulher vestida de branco pediu fósforo para acender uma vela. Ela devolveu a caixa ao ir embora e falou que, do lado de fora, havia um morto que desejava falar com ela. Ele olhou para a mesa do jogo e, ao voltar os olhos para a mulher, viu que ela sumiu. 

"Eu gostaria de saber o que aconteceu porque não daria tempo dela ter ido embora. Durante todos estes anos nunca me esqueci deste fato e já cheguei até a procura-la nas fotos pregadas nos túmulos," falou o ex-coveiro.

Sombrio, limpo e organizado, o cemitério abriga muitas lápides e capelas que eram comuns dentre famílias importantes da alta sociedade. As capelas eram feitas de mármore para expressar o poder aquisitivo das famílias.

Segundo o ex-pedreiro de revestimentos, Judes Albino de Souza, 60 anos, um túmulo com granito e mármore de primeira pode custar entre R$ 60 mil e R$ 100 mil. "Estes dias. um amigo meu acabou de finalizar um túmulo de uma família japonesa da sociedade, que custou aproximadamente R$ 100 mil", destacou Judes, que trabalhou por mais de 20 anos no ramo.

Judes lembra com saudades do 1º chamamezeiro do Estado Zé Corrêa. O enfermeiro Bria Silva, 26 anos, levou seu filho Thomas, 3, para passear no cemitério e ver a avó que trabalha no local limpando os túmulos.

"Eu estava fotografando este túmulo porque me chamou a atenção o São Jorge colocado na lápide, como sou devoto resolvi mostrar para meu filho" explicou Bria.

Fonte: G1

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