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segunda-feira, 15 de julho de 2013
O garimpo da informação
Soluções focadas em big data permitem extrair valor do oceano de dados que as empresas geram – e desperdiçam – quase todos os dias
Empresas geram dados – muitos dados. A quantidade de informação que circula todos os dias em um negócio é gigantesca e, muitas vezes, incontrolável. E o fenômeno das mídias sociais e da mobilidade exacerbou esse processo: hoje, o volume de mensagens e informações trocadas a cada momento é difícil de mensurar.
Há, no entanto, formas de extrair valor desse manancial de informações. Ou, pelo menos, de não perder o sumo – aquilo que realmente vale a pena guardar e analisar no meio de tantos dados voando por aí. Com as tecnologias adequadas, é possível gerenciar até mesmo informações não estruturadas, a exemplo das que circulam nas maiores redes sociais – como Orkut, Twitter, Facebook e Google+ –, em e-mails e em outras inúmeras fontes de troca.
O conceito que permite fazer tudo isso vem sendo conhecido como Big Data. Surgiu da necessidade de se distinguir o melhor e o essencial diante de um volume enorme de informações. E, desses detalhes essenciais, capturar as reais e urgentes necessidades de clientes. O Big Data é uma espécie de triagem de luxo que identifica e mapeia dados, de uma forma que pode mudar os rumos de um processo ou até ratificar o fechamento de um grande negócio.
A aplicação correta de ferramentas de gestão pode prover soluções para diferentes tipos de corporações, desde monitorar os canais com o público, customizar produtos com base nesses resultados e até evitar fraudes. Ela transforma os famosos dados transacionais em estratégicos – e, talvez, isso a transforme em um diferencial eficaz. Uma empresa pode, inclusive, monitorar de maneira concreta e apropriada o que as pessoas comentam sobre ela nos canais informais de comunicação. As soluções de Big Data funcionam como uma espécie de indicador, quase uma máquina de percepção sobre marca, serviços, posicionamentos, ações, publicidade. E isso, ao contrário do que muitos gestores pensam, pode na realidade alimentar todos os níveis gerenciais de uma corporação.
Lembra da física? É como a velha e boa teoria cinética dos gases: uma determinada quantidade deles, quando liberada em um ambiente, ocupa todo o volume disponível, expande-se. Mesmo uma pequena quantidade dará o seu jeito de ocupar absolutamente todo o espaço – completamente. O Big Data se assemelha muito a isso: pouco importa a quantidade de memória ou método de armazenamento utilizado pelas empresas – os usuários encontrarão sua forma de ocupar todo o espaço suficiente e até mesmo excedê-lo em pouquíssimo tempo. Dados serão rapidamente gerados para “cumprir essa missão”.
A maioria das empresas sabe o que é o Big Data, mas não investe no conceito para ampliar seus negócios – e, talvez, aí esteja a grande questão desse fenômeno moderno. As previsões são otimistas: os projetos de Big Data já começam a ganhar um ROI (retorno em relação ao investimento) capaz de ser demonstrado na prática, segundo analistas. E vai deixar de ser apenas mais uma teoria, mais um fenômeno a ser desenvolvido ou estudado. A IDC, por exemplo, prevê que o mercado de tecnologia com Big Data deve crescer 31,7% ao ano. Também observa que os gastos com TI, de forma geral, devem crescer mais de 5% em 2012 – e terão a mobilidade como principal motor de crescimento. Um estudo relacionado, o Worldwide Big Data Technology and Services 2012-2016 Forecast, calcula que as receitas podem bater na casa dos US$ 23 bilhões em apenas três anos. E isso pode, inclusive, gerar uma escassez de profissionais habilitados devido à altíssima demanda.
Da vida prática para as telas
O potencial do Big Data é tão grande que já ganhou as telas do cinema. Em Moneyball – O Homem Que Virou o Jogo, de 2011, um gerente de um time de beisebol, interpretado por Brad Pitt, usa o conceito tecnológico para montar um elenco eficiente e de baixo custo. Tudo por meio de um modelo just in time de informações globais que ele, sozinho, conseguiu reunir para salvar o clube da falência completa.
Cerca de 90% dos dados armazenados no mundo foram produzidos nos últimos quatro anos – especialmente após a adesão das grandes empresas ao mundo das redes sociais. Isso também se traduz na enorme procura de profissionais especializados, os chamados cientistas de dados. E aumenta ainda mais as oportunidades de carreira no setor de serviços e tecnologia da informação.
Ainda temos muito a explorar desse recurso tecnológico. E, com criatividade, é possível ir ainda mais longe. Grande parte da população ainda não sabe como a sua rotina pode ser influenciada por esse fenômeno. Mas muitas companhias já utilizam o Big Data para facilitar a vida do planeta. Fotos de satélite já são comercializadas com o intuito de informar, por exemplo, vagas de estacionamento livres em uma determinada cidade do mundo ou quantos navios estão sendo ancorados neste momento, do outro lado do globo. Um hospital do Canadá já salvou diversos bebês prematuros com o monitoramento de dados de saúde em tempo real – que, cruzados, antecipam possíveis ameaças à vida das crianças. Até o comércio varejista se rende: uma rede norte-americana calculou dados de seus clientes e descobriu suas preferências (e referências) apenas pelos itens colocados em seus carrinhos. Resultado: hoje, seus consumidores estão muito satisfeitos com o atendimento. Tais oportunidades tendem a levar os fornecedores de softwares e serviços a lançar novas aplicações baseadas em cloud computing, que serão capazes de armazenar os dados – e poderão trazer de vez ao mercado algo que vai além dos fenômenos e tendências.
Fonte: Revista Amanhã
Há, no entanto, formas de extrair valor desse manancial de informações. Ou, pelo menos, de não perder o sumo – aquilo que realmente vale a pena guardar e analisar no meio de tantos dados voando por aí. Com as tecnologias adequadas, é possível gerenciar até mesmo informações não estruturadas, a exemplo das que circulam nas maiores redes sociais – como Orkut, Twitter, Facebook e Google+ –, em e-mails e em outras inúmeras fontes de troca.
O conceito que permite fazer tudo isso vem sendo conhecido como Big Data. Surgiu da necessidade de se distinguir o melhor e o essencial diante de um volume enorme de informações. E, desses detalhes essenciais, capturar as reais e urgentes necessidades de clientes. O Big Data é uma espécie de triagem de luxo que identifica e mapeia dados, de uma forma que pode mudar os rumos de um processo ou até ratificar o fechamento de um grande negócio.
A aplicação correta de ferramentas de gestão pode prover soluções para diferentes tipos de corporações, desde monitorar os canais com o público, customizar produtos com base nesses resultados e até evitar fraudes. Ela transforma os famosos dados transacionais em estratégicos – e, talvez, isso a transforme em um diferencial eficaz. Uma empresa pode, inclusive, monitorar de maneira concreta e apropriada o que as pessoas comentam sobre ela nos canais informais de comunicação. As soluções de Big Data funcionam como uma espécie de indicador, quase uma máquina de percepção sobre marca, serviços, posicionamentos, ações, publicidade. E isso, ao contrário do que muitos gestores pensam, pode na realidade alimentar todos os níveis gerenciais de uma corporação.
Lembra da física? É como a velha e boa teoria cinética dos gases: uma determinada quantidade deles, quando liberada em um ambiente, ocupa todo o volume disponível, expande-se. Mesmo uma pequena quantidade dará o seu jeito de ocupar absolutamente todo o espaço – completamente. O Big Data se assemelha muito a isso: pouco importa a quantidade de memória ou método de armazenamento utilizado pelas empresas – os usuários encontrarão sua forma de ocupar todo o espaço suficiente e até mesmo excedê-lo em pouquíssimo tempo. Dados serão rapidamente gerados para “cumprir essa missão”.
A maioria das empresas sabe o que é o Big Data, mas não investe no conceito para ampliar seus negócios – e, talvez, aí esteja a grande questão desse fenômeno moderno. As previsões são otimistas: os projetos de Big Data já começam a ganhar um ROI (retorno em relação ao investimento) capaz de ser demonstrado na prática, segundo analistas. E vai deixar de ser apenas mais uma teoria, mais um fenômeno a ser desenvolvido ou estudado. A IDC, por exemplo, prevê que o mercado de tecnologia com Big Data deve crescer 31,7% ao ano. Também observa que os gastos com TI, de forma geral, devem crescer mais de 5% em 2012 – e terão a mobilidade como principal motor de crescimento. Um estudo relacionado, o Worldwide Big Data Technology and Services 2012-2016 Forecast, calcula que as receitas podem bater na casa dos US$ 23 bilhões em apenas três anos. E isso pode, inclusive, gerar uma escassez de profissionais habilitados devido à altíssima demanda.
Da vida prática para as telas
O potencial do Big Data é tão grande que já ganhou as telas do cinema. Em Moneyball – O Homem Que Virou o Jogo, de 2011, um gerente de um time de beisebol, interpretado por Brad Pitt, usa o conceito tecnológico para montar um elenco eficiente e de baixo custo. Tudo por meio de um modelo just in time de informações globais que ele, sozinho, conseguiu reunir para salvar o clube da falência completa.
Cerca de 90% dos dados armazenados no mundo foram produzidos nos últimos quatro anos – especialmente após a adesão das grandes empresas ao mundo das redes sociais. Isso também se traduz na enorme procura de profissionais especializados, os chamados cientistas de dados. E aumenta ainda mais as oportunidades de carreira no setor de serviços e tecnologia da informação.
Ainda temos muito a explorar desse recurso tecnológico. E, com criatividade, é possível ir ainda mais longe. Grande parte da população ainda não sabe como a sua rotina pode ser influenciada por esse fenômeno. Mas muitas companhias já utilizam o Big Data para facilitar a vida do planeta. Fotos de satélite já são comercializadas com o intuito de informar, por exemplo, vagas de estacionamento livres em uma determinada cidade do mundo ou quantos navios estão sendo ancorados neste momento, do outro lado do globo. Um hospital do Canadá já salvou diversos bebês prematuros com o monitoramento de dados de saúde em tempo real – que, cruzados, antecipam possíveis ameaças à vida das crianças. Até o comércio varejista se rende: uma rede norte-americana calculou dados de seus clientes e descobriu suas preferências (e referências) apenas pelos itens colocados em seus carrinhos. Resultado: hoje, seus consumidores estão muito satisfeitos com o atendimento. Tais oportunidades tendem a levar os fornecedores de softwares e serviços a lançar novas aplicações baseadas em cloud computing, que serão capazes de armazenar os dados – e poderão trazer de vez ao mercado algo que vai além dos fenômenos e tendências.
Fonte: Revista Amanhã
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