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sexta-feira, 13 de março de 2015

Consumo excessivo de sódio pode afetar pressão arterial

Consumidores devem estar atentos a rótulos de água mineral e alimentos


Associado a uma série de doenças, o consumo do sódio em excesso preocupa especialistas e muitas pessoas estão em alerta, até mesmo, para a composição das águas minerais. A hipertensão arterial é um dos maiores riscos à saúde e se agrava com o uso de sal. Segundo o último levantamento Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel/2012), 24,3% dos brasileiros sofrem do problema. 

A composição da água mineral natural – obtida diretamente de fontes – varia de acordo com a região em que foi captada. O sabor, por consequência, também é alterado dependendo do tipo de local em que se encontra. A quantidade de sódio muda bastante de marca para marca. Enquanto uma pode apresentar 0,924 mg/l, outra chega a 103,60.

Segundo portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é obrigatório informar em destaque no rótulo, quando a quantidade de sódio superar 200 mg/l. “Devemos prestar atenção nos rótulos dos alimentos para que possamos ter alimentação mais saudável e equilibrada, especialmente hipertensos, que devem optar por alimentos com valores mais baixos de sódio”, avalia a nutricionista clínica Thaís Lima Sarmento. No entanto, apesar de a água mineral conter sódio, há elementos que podem ser importantes para a prevenção de doenças. Por isso, a nutricionista recomenda observar também outras substâncias presentes nos rótulos. 

Um exemplo é o cálcio, que pode atuar na prevenção de doenças ósseas; o bicarbonato, ligado ao processo digestório; e o fluoreto, associado à prevenção de cáries. “A escolha dos melhores produtos deve ser particularizada e o ideal é ouvir um profissional capacitado que leve em consideração as características e o estilo de vida de cada um”, salienta Thaís.

Outra informação importante a ser considerada é o pH da água. O pH ácido de alguns líquidos (menor que 7) exige esforço maior do organismo para que se restabeleça o equilíbrio. “Quanto mais alcalina for a água (pH maior que 7,5), melhor. Acredita-se que o pH ideal da água é entre 8,5 e 10.”

Água da torneira tem valores menores

Com regulamentação diferente das minerais, a água tratada e distribuída pela Corsan vem de dois tipos de mananciais: de superfície (também chamada água in natura, bruta) e subterrâneos (poços). Andrea Vidal, da Superintendência de Tratamento, explica que, conforme a origem da água a ser tratada, mudam as características. “Normalmente as águas subterrâneas tendem a carrear mais elementos comuns em solos, dentre eles o sódio”, diz.

Ela afirma que a Corsan atende a requisitos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. “Dentre os elementos citados na legislação está o sódio. Nessa portaria, o valor máximo permitido é de 200 mg/L de sódio. Normalmente, as águas tratadas e abastecidas pela Corsan na rede de distribuição não apresentam valores elevados, ficando em média de 20 mg/L”, destaca Andrea.

Seguindo a mesma portaria, que estabelece máximo de 200 mg/L de sódio, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informa que a água distribuída aos porto-alegrenses nos últimos cinco anos apresentou resultados médios de sódio de 5,8 a 9,3 mg/L. 

O Dmae, por meio de seus laboratórios capacitados, realiza monitoramento da qualidade da água desde o manancial de captação, o Guaíba, até a água que abastece as residências. Pelo site do departamento, a população pode acessar os relatórios mensais, e são emitidos informes anuais entregues em todas as residências.

Esgoto altera composição do líquido

A professora de Engenharia Química da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Adriene Sampaio Pereira alerta que existem outros tipos de água. Uma delas é a com adição de sais, por exemplo. Todas contêm alguma quantidade de sódio. Conforme a portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), essa modalidade não deve exceder, em 100 ml, os limites máximos estabelecidos para 60 mg de sódio. Esse é um dos elementos mais abundantes na natureza e está nas plantas e animais. O aumento dos níveis na superfície da água podem ser resultado do lançamento de esgotos e efluentes industriais. Nas áreas litorâneas, a intrusão de águas marinhas pode também resultar em níveis mais elevados.

Segundo a professora, a população não precisa ficar dependente de águas engarrafadas e deve estar consciente de que o abastecimento público é de qualidade. “Há pontos de monitoramento nas redes de distribuição”, explica Adriene, dizendo que o consumo é muito seguro. Ela própria utiliza a água do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). Na opinião dela, a água mineral é apreciada pelos seus consumidores como se fosse um vinho, em razão da diferença de sabores. A professora lembra que, conforme portaria da Anvisa, a água mineral é classificada dessa forma por atender a limites mínimos do Código de Águas Minerais. Deve ter elementos químicos especiais, como flúor, lítio e vanádio, por exemplo, além de outros critérios. 

As provenientes de fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas possuem composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas das águas comuns, com características, até mesmo, medicamentosa.

Fonte: Correio do Povo

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