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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Demanda crescente por metais exige que se repense as práticas para reciclagem


Dois relatórios divulgados pelo Painel Internacional de Recursos (IRP), um grupo de especialistas reunidos pelo PNUMA com o objetivo de contribuir para o uso sustentável de recursos, chegaram conclusão que a crescente demanda por metais – e que deve aumentar dez vezes nos próximos anos – urge para que as práticas e processos de reciclagem sejam repensados.


Lançado durante o diálogo de alto-nível sobre Eficiência de Recursos e Gerenciamento Sustentáveis de Metais, em Berlim, “Riscos Ambientais e Desafios dos Fluxos e Ciclos Antrópicos de Metais” oferece um panorama sobre os desafios ambientais dos metais e o potencial da reciclagem para mitigá-los. “Reciclagem de Metais – Oportunidades, Limites e Infraestrutura” aponta as melhoras necessárias nos sistemas de reciclagem.

“Com as economias emergentes adotando tecnologias e estilos de vida semelhantes aos países desenvolvidos, a demanda global de metais no futuro próximo será de três a nove vezes maior que a quantidade atual. Técnicas mais sofisticadas são urgentemente necessárias para encarar os desafios da reciclagem de produtos complexos, compostos por diversos metais”, afirmou o Subsecretário Geral da ONU e Diretor Executivo do PNUMA, Achim Steiner. “Os projetistas devem assegurar que metais raros e importantes possam ser recuperados facilmente após o fim da vida útil dos produtos”, completou.

Metais são parte essencial da economia global e insumos básicos para infraestruturas. Seu uso continuará intenso nos próximos anos nos países em desenvolvimento devido à rápida industrialização, e nos países desenvolvidos por conta das tecnologias atuais. Parte da transição para uma Economia Verde inclusiva, as técnicas de geração de energias renováveis diminuem as emissões de gases de efeito estufa na produção de metais, porém contribuem com o aumento da demanda, já que usam mais elementos de metais que as fontes de combustíveis fósseis.

“O crescimento da reciclagem pode diminuir algumas das pressões ambientais por conta do uso de metais. No entanto, somente reciclar não será suficiente se não incentivarmos a  desaceleração do uso”, comentam Ernst Ulrich von Weizsäcker e Ashok Khosla, co-líderes do IRP.

A reciclagem demanda bem menos energia por quilo de metal produzido que a produção primária, diminui a necessidade de exploração de minérios de baixo teor – um processo de maior intensidade energética – e ajuda a evitar a escassez de materiais. Na teoria, metais podem ser reciclados quase que indefinidamente e representam uma oportunidade para reduzir a degradação ambiental.

No entanto, a crescente complexidade de produtos torna difícil separar e reutilizar. Por exemplo, um telefone celular possui mais de 40 elementos, incluindo metais básicos como cobre e outros mais raros, como prata, ouro e paládio.

Para incentivar o aumendo das as taxas de reciclagem, é essencial um movimento global para a mudança do enfoque da reciclagem de materiais para a reciclagem de produtos, com atenção específico para  cada componentes após o fim da vida útil e de como separá-los e recuperá-los.

Essa otimização evita perdas ao longo de toda a cadeia da reciclagem, e pode ser um passo essencial para eficiência dos processos, para a eficiência de recursos e para a Economia Verde.

O potencial da reciclagem é enorme se consideramos todos os equipamentos eletroeletrônicos em uso. A quantidade de resíduos mundiais está estimada entre 20 a 50 milhões de toneladas por anos, ou de três a sete quilos por pessoa. Só na Europa, a quantidade de resíduos é de 12 milhões de toneladas por ano, e deve crescer em 4% anuais – um índice três vezes maior do que o esperado para a quantidade total de resíduos urbanos.

Os índices de reciclagem são consideradas baixas – um relatório anterior do IRP mostrou que menos de um terço entre os 60 metais estudados tem índices de reciclagem acima dos 50%. Já 34 elementos têm índices abaixo do 1%.

Fonte: EcoDebate

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