Fique atento aos vilões da alimentação saudável: eles estão presentes em quase tudo que você consome ao longo do dia

Por Carolina Daher Rolfo e Ana Katia Zaksauskas Rakovicius*

Os alimentos industrializados são os grandes vilões da saúde humana. Pudera: são os que utilizam mais gordura trans e conservantes para dar sabor e consistência ao paladar. O sabor agradável, porém, leva ao consumo exagerado desses alimentos. E está mais que comprovada a relação entre o consumo de gorduras e o aumento do risco de infarto, angina e outras doenças do coração. 

Além dos industrializados, outros quatro vilões despontam no caminho dos cardíacos: o açúcar, refrigerante, o sal e as gorduras. O problema do açúcar, especialmente o refinado, é que ele é 100% calórico. Isto é, não tem nenhum valor nutricional – serve apenas para  tornar os alimentos mais saborosos. 

Além disso, por ser calórico, o açúcar estimula o ganho de peso, podendo levar à obesidade, que é um caminho aberto para o diabetes, hipertensão e dislipidemias. A ausência de nutrientes faz com que ele seja digerido quase que instantaneamente, o que provoca uma rápida elevação nos níveis de glicemia e favorece o depósito de gordura nas células – aumentando o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares. 

Um dos efeitos nocivos da subida rápida e exagerada da glicose no sangue é o aumento da secreção de insulina pelas células do pâncreas. Esse hormônio é responsável por jogar a glicose para o interior das células, onde ela será metabolizada para se transformar em energia. Insulina em excesso pode baixar as taxas de glicemia rápido demais, o que abre o apetite e faz com que a pessoa coma novamente – e engorde. Existe, também, o risco de se desenvolver uma condição chamada “resistência à insulina”, que pode levar ao diabetes. 

O refrigerante é um caso semelhante. Além de possuir muitas substâncias artificiais em sua composição, a bebida tem um valor nutricional quase nulo. As variações do tipo cola contam com uma grande quantidade de fosfatos – que, em excesso, provocam o enfraquecimento dos ossos e facilitam a incidência de doenças como a osteoporose. O refrigerante também é rico em açúcar e contribui para o ganho de peso, propiciando o surgimento de cáries – principalmente nas crianças. Vale lembrar que o consumo de refrigerantes faz com que as pessoas diminuam a ingestão de bebidas saudáveis como a água, os sucos e os chás naturais. E quem prefere as versões light e zero não está livre de preocupações: estas têm alto teor de sódio em sua composição. Se consumido além dos limites recomendados, o sódio pode levar à hipertensão.

A ingestão em excesso de sal traz efeitos imediatos ao organismo, mas seus sintomas podem demorar anos para aparecer. Vale o mesmo para as gorduras trans (o nome é uma simplificação da expressão “ácidos graxos transversos”): elas elevam o mau colesterol (LDL) e reduzem os níveis do bom colesterol (HDL), aumentando os riscos de doenças coronárias. Esse tipo de substância está presente em gorduras vegetais sólidas e pastosas e em vários tipos de alimentos industrializados – como bolos, biscoitos, doces, salgados, salgadinhos de pacote, sorvetes, massas congeladas e batatas fritas. Eis porque é importante sempre ler os rótulos de tudo que compramos: a quantidade de gorduras trans presentes nos alimentos deve aparecer na tabela nutricional, em gramas. Repare que nada aparece na indicação de porcentagem do valor diário de referência (%VD): simplesmente não há indícios de que as gorduras trans tragam qualquer benefício à saúde do consumidor.

É preciso ficar atento a esses vilões. A recomendação é tomar cuidado já no momento da compra do alimento – quando ainda se tem a oportunidade de consultar as informações da embalagem. Mais ainda quando se está em um restaurante, onde o cardápio raramente traz esse tipo de esclarecimento. Toda atenção é válida em nome de uma vida mais saudável.

Fonte: Revista Amanhã