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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Estou insatisfeito em meu emprego. E agora?

Ao perceber os sintomas de uma possível insatisfação, o ideal é que o indivíduo mude seu próprio rumo

Achar o emprego certo é um dos principais passos para a construção de uma carreira sólida. A coerência que deve existir entre emprego e profissional é essencial. E nessa relação a junção de interesses deve ser priorizada: uma vez que a empresa necessita e valoriza o profissional, certamente haverá reciprocidade por parte do indivíduo. Dito isso, pergunto: você está satisfeito em seu emprego?

Essa pergunta tem uma característica implícita que ambas as partes costumam esquecer: a de que todo contrato de emprego é bilateral. Ou seja, pode ser rescindido por qualquer uma das partes, a qualquer momento. Isso isenta a obrigatoriedade de a empresa manter um funcionário improdutivo, ou de o profissional insatisfeito com a empresa (por qualquer razão) permanecer trabalhando lá. Isso nos leva à uma segunda pergunta, que faço a ambas as partes: estou satisfazendo a outra parte deste contrato? Essa pergunta, entretanto, é assunto para outro artigo.

Continuo na linha do “estar no emprego certo”. A pergunta é, sim, capciosa. Talvez, ao se questionar sobre isso, muitos questionamentos sobre como você se sente surjam. A verdade é que muitas pessoas não fazem absoluta ideia de como se sentem em relação aos seus empregos. Será que justamente a ausência desta resposta não significa que algo deva mudar? Como deixar para trás anos de relação com uma única organização e dar um passo à frente? Para ter certeza disso é preciso entender certos meandros do contexto em que se vive atualmente.

Isso significa, de maneira prática, observar fatos como: o caminho já trilhado na empresa, sua satisfação e relacionamento com pares, subordinados e superiores, a qualidade e empenho no trabalho diariamente, o reconhecimento recebido e o quão orgulhoso você se sente em dizer que trabalha ali. Há profissionais que passam anos em determinadas organizações sem se dar conta de que ali não poderão mais expandir suas carreiras. Não nego que isso não está diretamente atrelado à satisfação pessoal e profissional, mas, muitas vezes, é o que garante a motivação para seguir em frente por anos a fio, sem pensar em mudar de empresa ou de atividade.

Realizar-se como profissional é função do próprio indivíduo. Não dá para esperar que a empresa busque a sua satisfação. Ela pode auxiliar, com um salário atrativo e benefícios diferenciados, mas isso não faz parte da rotina de oito horas diárias enfrentada pela maioria de nós. Conheço muitos casos de pessoas que esperaram virtuosamente suas recompensas (e cada um sonha com a sua, seja financeira ou não) e, no final das contas, frustraram-se ao perceber que a organização mal hesitou em lhes mandar embora. Confesso que é triste ver isso acontecer, mas reconheço que em grande parte das vezes a culpa é do próprio profissional.

Ao perceber os sintomas de uma possível insatisfação, o ideal é que o indivíduo mude seu próprio rumo. De acordo com o novo Índice Gallup-Healthways de Bem-Estar em Ambiente de Trabalho, um em cada oito trabalhadores norte-americanos – cerca de 13 milhões de pessoas – foi diagnosticado com depressão, e a principal causa diagnosticada foi o trabalho. É possível parecer disposto e feliz para os outros, e, ao mesmo tempo, sentir-se frustrado interiormente.

Por outro lado, infelizmente, a estagnação e a insatisfação de alguns profissionais poderia ser evitada se as organizações nas quais eles estão olhassem com respeito para cada um deles. Refiro-me à consideração de identificar que, se aquele profissional não está satisfeito com a empresa (ou com salário, ou com equipe e assim por diante), certamente como corporação responsável com seu capital humano, há formas de resolver a situação sem correr o risco de perdê-lo. Isso seria bem resolvido, por exemplo, com uma análise de pesquisa de clima. À medida em que se identifica problemas, cabe à empresa resolvê-los da melhor forma possível. Um profissional pode sentir que não está no emprego certo e cogitar sua saída, quando, na verdade, trata-se da pessoa capaz de resolver grande parte dos problemas da empresa e perdê-lo seria uma insensatez sem tamanho.

A partir do momento em que os descontentamentos do que ocorre no escritório começam a incomodar a vida, é fundamental rever o destino que nós mesmos damos às nossas carreiras.

Um trabalho não deve ser estressante, mas sim excitante. Você com certeza está no trabalho certo se a sua vontade em estar à disposição da empresa se assemelha à de estar em casa no final de semana (não entrarei no mérito dos workaholics que não conseguem destinar um tempo para a vida pessoal).

Um trabalho também não pode representar apenas segurança financeira. Claro que isso é fundamental, mas não há dinheiro no mundo que pague sonhos bem dormidos, uma saúde em dia e o orgulho em continuar onde está e crescendo cada vez mais. 

Fonte: Revista Amanhã

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