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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Projeto de triciclo portátil recebe prêmio internacional

Alunos da Escola Politécnica (Poli) da USP e de mais três universidades estrangeiras ganharam quatro prêmios internacionais ao desenvolverem um triciclo portátil de motor elétrico para deslocamento pessoal. O objetivo é otimizar o tempo dos usuários de transporte público de grandes cidades: a pessoa utiliza o triciclo para percorrer o trajeto de casa até o ponto/estação de ônibus, metrô ou trem, dobra o dispositivo e o carrega consigo, e volta a utilizá-lo do ponto/estação até o trabalho.

Os alunos da Poli desenvolveram o triciclo Cubo em parceria com estudantes de engenharia da New Mexico State University (EUA), Jilin University (China), Instituto Politécnico Nacional (México), além do Art Center College of Design (EUA). O projeto faz parte do Global Vehicle Development Project 2013, competição mundial promovida pela General Motors.

O triciclo, que recebeu o nome de Cubo, foi projetado para atingir a velocidade máxima de 20 quilômetros por hora (km/h) e transportar até 100 quilos (kg), incluindo usuário e bagagem. Ele pesa em torno de 17 kg, com bateria, e mede 49,78 centímetros (cm) de comprimento por 56,77 cm de largura e 92,18 cm de altura. Quando dobrado, as medidas passam para 49,78 cm x 20,83 cm x 62,48 cm. O Cubo parece uma maleta, com alça e rodas que facilitam seu transporte. A bateria possui autonomia de 20 km e após essa distância, precisa ser recarregada.

Os requisitos de projeto foram definidos a partir da realidade da cidade de São Paulo. “Estudamos o relevo da cidade, a inclinação que o dispositivo tem de subir, a legislação que limita a velocidade em calçadas, entre outros aspectos. Na pesquisa de mercado, levantamos que boa parte dos paulistanos gasta cerca de 15 minutos caminhando para chegar à estação de transporte público mais próxima”, diz Lucas Ludovico, aluno do 4º ano de Engenharia Mecatrônica da Poli e líder da equipe na competição.

O projeto foi apresentado no Fórum PACE – Partners for the Advancement of Collaborative Engineering Education, que aconteceu de 21 a 26 de julho, em Pasadena, Califórnia, EUA. O Cubo se destacou entre os times participantes do Global Vehicle Development Project 2013, com a seguinte classificação: 1º lugar na categoria Pesquisa de Mercado, 1º lugar em Design, 2º lugar em Engenharia do Produto e 2º lugar em Manufatura. O júri foi composto por especialistas do mercado automotivo, incluindo o diretor para Design Global Avançado da GM, Clay Dean.

Protótipo funcional

O Global Vehicle Development Project é uma competição entre as universidades participantes do Programa PACE, da General Motors mundial e com a colaboração de empresas parceiras em hardware e software, voltado para a educação de engenharia. O Brasil é o único país da América do Sul que participa do PACE. A Poli ingressou em 2005 como a primeira escola brasileira selecionada pelo Programa (e foi a única até setembro de 2012).

Nesta edição, concorrem sete times, cada um formado por alunos de quatro universidades de engenharia e de uma escola de design, de diferentes países (Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, EUA, Índia, Itália, Israel e México). Todos receberam o desafio de desenvolver um Dispositivo Portátil de Mobilidade Assistida para usuários do transporte público.

A competição tem duas fases: a primeira terminou agora, em julho, quando os times apresentaram o protótipo não funcional (maquete em tamanho real), destacando o conceito de design. Nos próximos 12 meses, eles terão de trabalhar mais focados no projeto de engenharia e construir o protótipo funcional (o dispositivo pronto para ser usado), que deverá ser apresentado no Fórum Pace de 2014, em Turim, Itália.

A Poli foi escolhida a “host school”, ou seja, além de gerenciar o time, é o local onde será construído e testado o protótipo funcional do Cubo, com a colaboração das demais universidades da equipe. Os alunos foram responsáveis principalmente pela definição dos requisitos de projeto de engenharia e da pesquisa de mercado, levando em conta a cidade de São Paulo. Eles costumavam se reunir semanalmente via Skype com os estudantes dos demais países para discutir o andamento do projeto e definir tarefas — venceram as barreiras culturais e da comunicação em língua estrangeira, as dificuldades de se trabalhar com uma equipe a distância, além do desafio de aplicar o que ainda estão aprendendo em sala de aula em um projeto completo de engenharia.

“Essa atividade permite não só o intercâmbio com outras escolas, mas também é uma oportunidade para os alunos atuarem num problema real — mobilidade urbana —, em um ambiente de trabalho semelhante ao que terão após a formatura”, acrescenta o professor Marcelo Alves, do Departamento de Engenharia Mecânica e integrante do Centro de Engenharia Automotiva, que orienta os alunos brasileiros no desenvolvimento do projeto e faz a coordenação mundial do time no Global Vehicle Development Project. Os alunos da Poli também são acompanhados por um tutor da GM do Brasil, o gerente senior em Operações de Engenharia do Produto, Alexandre Guimarães.

Fonte: Mercado Ético

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