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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Países emergentes aumentam investimento em renováveis

Nos últimos anos, o mapa dos investimentos nas fontes de energia renovável está mudando sensivelmente: o financiamento de projetos e políticas está se deslocando de países desenvolvidos para nações emergentes, mesmo com o atual panorama de incertezas no setor. É o que sugerem dois novos relatórios apresentados nesta quarta-feira (12) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Os documentos, o REN21′s Renewables Global Status Report (GSR) e o Global Trends in Renewable Energy Investment 2013, indicam que o investimento total em energias renováveis nas economias industrializadas em 2012 chegou a US$ 132 bilhões, uma queda de 29% em relação ao ano anterior. Já o investimento nas economias em desenvolvimento atingiu US$ 112 bilhões, um salto de 19% e o maior nível já alcançado.

Embora em números absolutos os investimentos nos países desenvolvidos ainda sejam maiores, a proporção destes investimentos está atualmente quase de um para um, o que significa que a diferença entre o gasto de nações ricas e emergentes diminuiu para 18% desde 2007; naquele ano, o investimento em países industrializados era quase 250% maior do que nos em desenvolvimento.

No total, houve uma queda de 12% nos investimentos em energias renováveis no mundo em relação a 2011.

Ainda assim, desde 2006 US$ 1,3 trilhão foram injetados no setor, que agora emprega direta e indiretamente cerca de 5,7 milhões de pessoas no mundo.

“É encorajador que o investimento em energia renovável tenha excedido US$ 200 bilhões pelo terceiro ano consecutivo, que as economias emergentes estejam desempenhando um papel cada vez maior e que a competitividade de custo da energia solar e eólica esteja melhorando. O que continua difícil é que o mundo mal arranhou a superfície. As emissões de CO2 ainda estão em franca ascendência”, sustentou Michael Liebreich, diretor executivo da BNEF.

Segundo os relatórios, a principal questão que segurou os investimentos no último ano foi a instabilidade no regime político para as energias renováveis em importantes mercados de economias desenvolvidas.

E isso pode apontar para uma nova tendência, a de que os futuros investimentos se foquem em países que possam oferecer políticas que criem confiança nos investidores e desenvolvam a necessidade para gerar capacidade extra e recursos de energia renovável fortes.

Nesse cenário, quem está dominando os investimentos em energias limpas desde o último ano é a China, cujos gastos no setor subiram 22%, alcançando US$ 67 bilhões, graças a um salto nos investimento solares.

Mas também houve grandes acréscimos em investimentos em várias outras economias emergentes, como África do Sul, Chile, Marrocos, México e Quênia. África e Oriente Médio apresentaram o maior crescimento regional, de 228%, para US$ 12 bilhões.

Agora, dois terços das 138 nações que têm metas de energia renovável estão no mundo emergente, embora grande parte dos trabalhos ainda se concentre em alguns poucos países, como Brasil, China, Índia, membros da União Europeia e Estados Unidos.

Ainda assim, as oportunidades estão aumentando nas outras nações, sobretudo em trabalhos técnicos e vendas, particularmente nos setores da rede elétrica nos países em vias de desenvolvimento.

De acordo com os documentos, um dos principais fatores que estimulou o crescimento dos investimentos em renováveis nos países em desenvolvimento foi a redução significativa dos custos das tecnologias solares fotovoltaicas.

O custo de gerar um megawatt-hora (MWh) de eletricidade a partir de energia solar fotovoltaica caiu entre 30% e 40% em comparação com 2011, o que levou a energia fotovoltaica residencial de pequena escala nesses países a padrões muito mais competitivos.

Já as nações ricas não se saíram muito bem na avaliação do último ano, e os Estados Unidos, que em 2011 liderou os investimentos, ficou atrás da China, com os gastos com energia renovável caindo 34% para US$ 36 bilhões.

A Alemanha, outra grande investidora em energias renováveis, diminuiu seus gastos no setor em 35%, para US$ 20 bilhões. O destaque entre as nações desenvolvidas foi o Japão, cujos investimentos aumentaram 73% para US$ 16 bilhões, graça ao boom nos investimentos em sistemas fotovoltaicos em pequena escala, catapultados por um novo sistema de tarifas feed-in.

Brasil

Em 2012, o Brasil ficou entre os cinco primeiros países em capacidade de energias renováveis, junto com China, Estados Unidos, Canadá e Alemanha. Em se tratando dos setores de renováveis, se destacou na instalação de capacidade hidrelétrica, de bioenergia e solar térmica, e nos investimentos e produção de biodiesel e etanol.

Na geração de bioenergia, o país só perde para os EUA e a Alemanha, tendo gerado 36 Terawatts-hora no último ano. Já na energia hidrelétrica, é responsável por 8,5% da capacidade global, perdendo apenas para a China, e no ano passado foi responsável por 6% dos novos acréscimos na capacidade global hidrelétrica.

O Brasil, juntamente com a China e a Índia, se destacou no desenvolvimento de projetos rurais em larga escala que buscam lidar com o desafio do acesso à energia e sustentabilidade. O país também apresentou um bom índice de empregos com as renováveis, tendo cerca de 804 mil postos de trabalho no setor de biocombustíveis e 29 mil no eólico.

No setor solar térmico, o país ficou entre os cinco primeiros no último ano em nova capacidade instalada, embora tenha correspondido a apenas 0,7% dos acréscimos globais. Nos investimentos, entretanto, o país mostrou uma queda considerável no último ano: foram US$ 5,4 bilhões investidos, contra US$ 8,6 bilhões em 2011.

“2012 foi outro ano que marcou um recorde na instalação mundial de energias renováveis, e é muito encorajador ver que 138 países ao redor do mundo tenham estabelecido objetivos e tenham estabelecido marcos políticos em termos de energias renováveis. Contudo, há gente que ainda crê que as tecnologias de energias renováveis só servem para suplementar o sistema de eletricidade estabelecido”, colocou Arthouros Zervos, presidente da REN21.

“O relatório REN21 demonstra que as políticas adequadas, postas em vigor, podem integrar de maneira exitosa a participação do mercado na gama das fontes de energia. O que se precisa é uma vontade política para colocar em prática as políticas e medidas necessárias; chegou o momento de fazer frente a esses obstáculos remanescentes”, acrescentou Zervos.

Fonte: Mercado Ético

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