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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Dr. Fernando Cordioli Garcia dá sua versão sobre processo disciplinar que o afastou da magistratura

No dia 12 de novembro de 2012, numa comovente solenidade na Câmara de Vereadores de Otacílio Costa, o juiz Fernando Cordioli Garcia, titular daquela comarca, recebia o título de Cidadão de Otacílio Costa por relevantes serviços prestados à comunidade. 

Menos de um mês depois, em 05 de dezembro de 2012, com o voto favorável de 49 dos 62 desembargadores, foi afastado preventivamente do cargo pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) em função de uma série de denúncias que integram um Processo Administrativo Disciplinar.


No processo – publicado pelo TJ-SC somente no dia 28 de janeiro de 2013 – através da Portaria GP nº. 27, o juiz Cordioli é acusado de pelo menos 12 irregularidades que estaria cometendo no exercício da função e do cargo. Entre elas, de acordo com o Corregedor Vanderlei Romer, de “dedicar-se à atividade político-partidária (...) manifestar-se pelos meios de comunicação (...) não tratar com cortesia os colegas (...) não usar linguagem respeitosa (...) não guardar reservas sobre dados ou fatos que tomou conhecimento no exercício da atividade jurisdicional”, entre outras. Num determinado parágrafo é dito inclusive que o juiz Cordioli “demonstra instabilidade” no exercício de sua profissão.

Acusado de louco

Buscando sua legítima e constitucional defesa, Cordioli recorreu ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília. Este órgão, por sua vez, analisou o caso e o devolveu sem julgamento do mérito ao TJ-SC, não sem antes recomendar ao TJ-SC, pasmem, uma avaliação da sanidade mental do juiz Fernando Cordioli Garcia, providência que efetivamente foi tomada no final de maio de 2013, quando o juiz afastado começou a ser avaliado por uma junta médica, composta por profissionais de várias especialidades (incluindo psicólogos e psiquiatras) que o submeteriam a vários exames de saúde física e mental.

Entrevista para a Revista Visão

Antes disso, no dia 14 de maio, a convite da Revista Visão, que fez contato com ele por telefone, Dr. Cordioli aceitou vir pessoalmente à nossa redação e nos concedeu uma longa e esclarecedora entrevista. Depois desta conversa, e de ler toda a acusação que lhe foi feita e a defesa apresentada por ele e por seus advogados, ficou para nós a nítida e profunda convicção: por ser um juiz diferenciado no método de trabalho (indo muitas vezes direto e pontualmente às questões) e até nas prioridades, Dr. Cordioli causa um grande “mal estar” a muitas pessoas do “sistema constituído” (leia-se: políticos e empresários poderosos de plantão e o próprio corporativismo do Judiciário).

Quem "questiona" ou  "ameaça"  o sistema, sofre as consequências...

Na história da humanidade, aliás, não é surpresa alguma que pessoas “revolucionárias” no modo de pensar e agir tenham sofrido graves consequências por parte de quem dominava o sistema.

Guardadas as devidas proporções e repercussões, Jesus Cristo, por exemplo, não agradava nem um pouco aos poderosos de seu tempo. Acabou crucificado no meio de dois ladrões. Na Idade Média, o cientista Galileu Galilei, que provou ser o Sol e não a Terra o centro do universo conhecido até então, foi condenado pela Igreja e queimado nas fogueiras da “Santa Inquisição”. Aqui mesmo no Brasil, há menos de 300 anos, Joaquim José da Silva Xavier, nosso Tiradentes, foi enforcado e esquartejado em praça pública porque queria que o povo brasileiro não pagasse tributos tão pesados a Portugal. Mais recentemente, Frei Leonardo Boff, um dos grandes expoentes da Teologia da Libertação, foi expulso da hierarquia da Igreja Católica. Na África do Sul, Nelson Mandela ficou 27 anos preso por não concordar com o regime do apartheid. Depois acabou presidente daquele país e o regime de segregação racial, uma excrescência, foi abolido.

Você pode - e deve - acompanhar a íntegra da entrevista com esse "Corajoso e Destemido" juiz - na edição de junho da Revista Visão.

Se você ainda não é assinante, pode comprar o seu exemplar nas bancas.

Loreno Siega - Diretor de Reação da Revista Visão
Publicado em 07/06/2013
Fonte: http://blog.ozoide.com.br/index.php?menu=post&p=15611

Um comentário:

  1. Louco porque tentou fazer a justiça funcionar... Caro magistrado não deixe se abater,e continue firme nessa sua luta contra a corrupção de nosso país

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