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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Movimento Passe Livre e a geração das ideias ‘bastardas’, crônica de Paulo Sanda

“Em 2005 quando começamos a falar em PASSE LIVRE, diziam que éramos loucos”. Escutando agora estes dois jovens, Nina Cappello e Lucas Monteiro de Oliveira, digo dois jovens, pois apesar de professor de história, Lucas ainda é um “garoto”, o que não o desmerece de forma alguma, muito pelo contrário.
Durante o final de semana conversando com uma pessoa da antiga, verifiquei que alguns redutos tradicionais se ressentem, achando que as manifestações foram mal organizadas. Bom não sei, mas sinto uma pontinha de inveja nesta crítica.

Ou quem sabe, Cazuza estava certo? “Meus heróis morreram de overdose!”

Afinal alguns críticos de hoje, aliás pior!, alguns opressores de hoje, foram os heróis de ontem.

Ainda bem que os heróis são eternos, se os de antes “morreram” ou foram contaminados pelo sistema, novos nascem.

E quando menos se espera, uma multidão que era virtual toma as ruas, quase que se materializando do ciberespaço para o mundo dito “real”.

Placas como: ‘Diziam para sairmos do Facebook. Saímos!’

Bom, vamos ser sinceros, eu entendo um pouco a pontinha de ciúmes, no começo de 2011 junto com meia dúzia de gatos pingados, começávamos as manifestações contra Belo Monte em São Paulo, foi lindo ver que os protestos cresceram, mas obviamente senti sim uma ponta de ciúmes, afinal a cria era minha. Mas tudo bem, afinal criamos os filhos para ganharem o mundo, infelizmente este filho antes de crescer o suficiente, foi abortado. E Belo Monte ainda não parou.

De qualquer forma é bom ver esta garotada toda ganhando as ruas e avenidas do Brasil, em protesto contra toda esta situação que a eles e a nós é imposta.

Também ouvi do pessoal ‘da antiga’, que não adianta agora protestar contra os estádios, tinham que ter se posicionado antes. Novamente o que vejo é o ciuminho, afinal não foram eles que organizaram os protestos.

Pois bem, não me furto de dizer; eu também queria ter tido esta ideia!

Opa! Perai, não!

Eu tive sim, escrevi artigos denunciando, fiz vídeos, podcasts, discuti sobre o assunto com muita gente. Sou sim pai destas crias!

Mas, se eu sou pai, então não sou apenas eu, somos todos.

E isto é maravilhoso!

Se antes um filho de muitos pais era chamado de bastardo, agora seu nome é consciência coletiva.

Sim, nós cidadãos deste mundo depois de tanto sermos estuprados pelo sistema estamos todos parindo juntos esta criança.
Paulo Sanda é Teólogo, palestrante, idealista, associado da ONG RUAH, é um dos coordenadores do Portal Palavra Aberta.

Fonte: EcoDebate

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