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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Prefeito oferece escola em local livre de radiação a crianças de Fukushima

A partir de abril, os pais que vivem na região de Fukushima poderão enviar seus filhos para estudar na cidade de Matsumoto, que fica a cerca de 300 km do local onde ocorreu o acidente nuclear em 2011. A cidade pagará US$140 mil por ano por uma casa de seis quartos e por cuidadores; os pais não pagarão mensalidade, mas cobrirão despesas como refeições e outros gastos.


O prefeito de Matsumoto é o médico Akira Sugenoya. Depois da catástrofe nuclear de Chernobyl, em 1986, Sugenoya salvou a vida de mais de 100 crianças, ao realizar cirurgias para câncer de tireoide. Hoje, como prefeito da cidade japonesa, ele tenta evitar uma repetição de sua própria história.

“Se meus medos vierem a ser infundados, seria uma ótima notícia”, disse Sugenoya em uma entrevista recente à “AP”. “Mas se eles se tornarem realidade, então ainda haverá um pouco de tempo antes que seja tarde demais”. O médico tem sido crítico em relação à resposta do governo ao acidente nuclear.

A única doença que a Agência Internacional de Energia Atômica confirma ter sido provocada por baixas doses de radiação liberadas por Chernobyl é o câncer de tireoide, que pode ser adequadamente tratado com cirurgia e é raramente fatal. Sugenoya, que é especialista em tireoide, se ofereceu como voluntário para trabalhar na Bielorrússia em 1991, depois de ouvir que milhares de casos de câncer de tireoide estavam sendo identificados lá.

Cinco anos depois, ele abandonou seu emprego em um hospital prestigioso no Japão e passou mais cinco anos e meio trabalhando voluntariamente. Ele criou um fundo de doações para as vítimas de Chernobyl e com frequência traz médicos da Bielorrússia para o Japão para treinamento.

Ainda não se sabe se os vazamentos de Fukushima podem ser comparados com Chernobyl. O governo japonês detectou 44 casos confirmados ou suspeitos de câncer de tireoide entre 217 mil jovens com menos de 18 anos. Nessa faixa etária, a incidência de câncer de tireoide normalmente é de um caso em um milhão.

As crianças são bem mais sensíveis à radiação do que adultos porque seus organismos estão em desenvolvimento, mas eles também tem a capacidade de reagir e se curar dos danos da radiação com mais facilidade.

A cidade de Matsumoto tem 240 mil pessoas e tem vaga sobrando nas escolas por causa do declínio populacional comum nas áreas rurais.

Representantes da prefeitura de Matsumoto fizeram reuniões em Fukushima para explicar o projeto e alguns pais expresaram interesse. Mas ainda não se sabe quantos vão aderir à iniciativa.

O governo japonês diz que é seguro viver em áreas que não foram evacuadas, mas também admitiu erros na estratégia para lidar com os perigos da radiação.

Sugenoya diz que sua oferta tem a intenção de ajudar as famílias cautelosas a manterem seus filhos seguros. “A radiação não provoca dor, nem mesmo coceira”, ele diz. “Algo terrível pode ter acontecido, mas as pessoas não percebem de maneira alguma”. 

Fonte: G1

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