O biólogo holandês Mark Post, da Universidade de Maastritch, na Holanda, criou uma carne artificial utilizando as células-tronco extraídas dos músculos de duas vacas orgânicas. Apresentado nesta semana em forma de um hambúrguer, o alimento criado em laboratório pode diminuir a produção de gado de corte, reduzindo também a matança de animais e o aquecimento global, além de melhorar a saúde das pessoas e suprir a demanda de alimentos nas regiões mais carentes do mundo.

Acompanhada de pão, alface e tomate, a carne de laboratório foi servida como hambúrguer na última segunda-feira (5) para degustadores em Londres, os quais afirmaram que o sabor do novo alimento é muito próximo ao da carne de vaca. De acordo com o biólogo que criou o produto, foram necessários cinco anos e mais de 250 mil euros para efetivar o projeto – algo em torno de 762 mil reais.

Depois de extraídas dos músculos dos animais, as células-tronco foram embebidas em uma solução, para que se multiplicassem. Ao se desenvolverem no meio, as estruturas celulares se transformaram em pequenas tiras de músculos, que foram unidas para ficarem maiores, e, depois, congeladas. Post conta que, para produzir um hambúrguer de 140 gramas, foram necessárias cerca de 20 mil tiras de músculo.

O biólogo também revelou que, no início do experimento, a carne tinha cor branca, mas, para deixar o alimento mais atraente, ele incrementou a receita utilizando ingredientes naturais, como suco de beterraba, farinha de rosca, açafrão e caramelo.

Post acredita que o sabor da carne artificial ainda precisa ser melhorado, a fim de fazer com que os consumidores optem pela carne de laboratório em vez da versão convencional. Sendo assim, o holandês espera encontrar o produto nas prateleiras dos supermercados somente daqui a 20 anos. No vídeo abaixo (em inglês), o cientista fala um pouco mais sobre a criação e experimenta o hambúrguer:

http://bcove.me/j5kdwl2b

Fonte: Mercado Ético