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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Apetite das minhocas, uma alternativa ecológica para o lixo orgânico

Quase nada escapa à sua presença: elas se movem sutilmente em meio às cascas de batata e revelam uma silhueta rosada entre restos de verduras. No entanto, na lixeira orgânica, centenas de minhocas digerem os rejeitos, reduzindo o seu volume, e produzem um fertilizante de qualidade para as plantas.
“É incrível o que comem, são hiper-vorazes!”, diz Patricia Dreano, surpresa com o apetite de 400 minhocas da espécie “Eisenia Foetida” que colonizaram uma composteira feita especialmente para elas, instalado no subsolo da sua casa, situada perto de Josselin (Morbihan, oeste da França), debaixo da mesa onde prepara suas sopas.

Importada da Austrália e dos Estados Unidos, a composteira de minhocas permite “reciclar naturalmente até 30% do conteúdo da nossa lixeira” mais rápido e facilmente do que a composteira clássica colocada em um canto do jardim, conta Gwénola Picard, de 42 anos.

Ao lado do marido, criador de perus, ele fundou a fazenda de minhocas de Pays de Josselin, um criadouro de milhões de minhocas, que se nutrem de excrementos de cavalos, vacas, aves de criação e restos de comida recuperados dos restaurantes.

Usado por particulares, o princípio é simples: cada minhoca devora diariamente entre a metade e uma vez o seu peso em resíduos orgânicos (cascas, pó de café…), materiais carbonados (papelão, jornais) e até a poeira varrida com a vassoura.

À medida que o volume dos dejetos se reduz, acumula-se o de excrementos de lombrigas na composteira de minhocas, uma espécie de torre composta de bandeiras sobrepostas e buracos, para permitir o deslocamento das minhocas.

Só falta recolher a composteira de minhocas, um fertilizante com a consistência da terra, destinado a nutrir o solo e revitalizar as plantas. “Depois de dois meses, de cada 10 quilos de dejetos, são recuperados cinco quilos”, diz Gwénola Picard.

Sem odores, sem moscas e sem possibilidade de que as minhocas escapem. O único problema é recolher regularmente o “chá de minhoca”, um adubo líquido procedente da água da matéria em decomposição, para evitar que as minhocas se afoguem.

“Abrir a composteira na minha casa já é uma prova”, admite, sorridente, Patricia Ros-Chilias, diretora do centro de lazer de Josselin. O que não a impede de receber, encantada, uma composteira de minhocas cor-de-rosa nova em folha no refeitório das crianças. “É muito prática porque não precisa ir à rua” nos dias de chuva ou frio.

“Estão ali do lado, sabemos que temos que alimentar nossas minhocas”, explica. “É um gesto automático: comemos e, em vez de jogarmos fora os restos, antes perguntamos se é possível reciclá-los”, disse.

Embora o método seduza quase todos, “a demanda aumenta nas comunidades”, constata Frédéric Raveaud, da empresa Collavet-Plastiques, e criador do Eco-Worms, único modelo de composteira de minhocas francês, muito colorido. “Há quatro anos, quando começamos, era um produto para engajados”, mas agora vendemos entre “3.000 e 3.500″.

No município de Saint-Jean-Brévelay, perto de Vannes, onde são vendidos a partir de 40 euros a peça, vinte particulares já estão em filas de espera.

“Os dejetos orgânicos que deveriam ir para as composteiras representam entre 15% e 20% do conteúdo das lixeiras”, diz Maxime Lohézic, do serviço ambiental desta comunidade.

“O potencial (destas minhocas) é enorme”, pois estes animais são menores e mais discretos do que as tradicionais, que vão se tornar os “novos bichos de estimação”, após o pedido das autoridades competentes para reciclar os dejetos de consumo privado. 

Fonte: Terra

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