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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Lerner dá forma a um bairro de R$ 2 bilhões no extremo sul do Brasil


Projeto do arquiteto paranaense  para empreendimento da Guapo Grupo e da Joal Teitelbaum em Pelotas (RS)  quer resgatar a vida de vizinhança que se perdeu com o tempo

Por Pedro Pereira
Até 2017, a cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, terá um bairro novo. Não porque alguma região crescerá a ponto de ser segmentada, ou porque moradores resolverão criar uma dissidência dos bairros atuais: é um bairro novo mesmo, erguido do zero em território pré-determinado, com plano diretor, projeto de sustentabilidade, áreas comercial, residencial e de lazer – e com custo estimado em R$ 2 bilhões.

bairro-quartier-pelotas-350O Quartier, nome do projeto, foi traçado pelo escritório do arquiteto paranaense Jaime Lerner, a pedido da Guapo Capital Group e da Joal Teitelbaum Escritório de Engenharia, do Rio Grande do Sul, idealizadores do empreendimento. A área de 30 hectares em região próxima à parte central de Pelotas pretende resgatar a possibilidade de se viver e trabalhar em locais não muito distantes. “Quando você pega o jornal, vê que todos os projetos são iguais, tem a mesma cara. O diferencial está em fazer um bairro normal, onde as pessoas vão se encontrar”, acredita Lerner.

O novo bairro não terá qualquer muro ou obstáculo para que a população pelotense tenha acesso às áreas de compras e lazer. O projeto foi todo desenhado com o objetivo de atender às diferentes classes sociais, tanto nas ruas quanto dentro dos apartamentos. Segundo Claudio Teitelbaum, os preços dos imóveis poderão variar de R$ 150 mil a R$ 2 milhões, conforme o mercado local suportar. Com a força iminente do polo naval de Rio Grande, distante cerca de 60 km de Pelotas e responsável, entre outras coisas, pela fabricação de novas plataformas de extração de petróleo da Petrobras, a expectativa é que as vendas atendam também trabalhadores da cidade.

As três empresas que lançaram o Quartier nesta terça-feira não serão responsáveis por todos os prédios do complexo. Algumas áreas do total de 400 mil metros quadrados que serão construídos – entre obras residenciais, comerciais e de lazer – ficarão a cargo de incorporadoras parceiras, que ainda não estão definidas e poderão ser da própria cidade ou qualquer outro lugar do país. As obras devem iniciar em 2014 e a estimativa é que três mil apartamentos sejam construídos para abrigar cerca de nove mil pessoas a partir de 2017.

O local abrigará o Parque Quartier, uma área de 10 hectares de área verde e de preservação que contará com lagos e piers, trilhas para caminhada, quadras poliesportivas e complexo de lazer público, além de um mirante com vista para o bairro e adjacências. A infraestrutura contará com internet sem fio em diversas áreas públicas, instalação elétrica subterrânea nas principais vias, calçamento em bloquetes e vias sem desnível entre calçada, ciclovia e faixa de automóveis.

Fonte: Revista Amanhã

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