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quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Nos cinemas, sai a película e entra o satélite
No princípio era a película. E até os dias atuais ela é vista como um símbolo da sétima arte. Mas os tradicionais rolos de filmes cinematográficos estão com os dias contados. No mundo, os filmes de 35 milímetros deixarão de circular até 2016.
No Brasil, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) determinou 2014 como o último ano para que as salas substituam os projetores analógicos pelos digitais, que dispensam os antigos rolos, embora ainda dependam de um aparato físico. Mas além do processo de digitalização, em curso há alguns anos, as salas brasileiras de cinema vão experimentar uma mudança tecnológica ainda mais radical: a transmissão de filmes via satélite.
A distribuidora Cinelive, do grupo Casablanca, fechou um acordo com a SES Global, companhia europeia de satélites, para usar parte da capacidade do satélite para fazer a transmissão de cópias de filmes simultaneamente para todos os complexos de cinema no país que possuem contrato com a distribuidora. A empresa já fez testes com a nova tecnologia e planeja dar início ao novo formato de distribuição ainda este ano.
Laudson Diniz, gerente-executivo da Cinelive, disse que 125 complexos de salas de cinema em 41 cidades no país estão prontos para os filmes via satélite. A meta é capacitar 260 complexos até o fim do ano. A lista engloba 19 grupos que controlam salas de cinema - Cine Aston, Centerplex, Cine Araújo, Cine Gracher, Cine Imperator, Cine Vip, Cineart, Cineflix, Cinemais, Cinemark, Cinépolis, Cinespaço, Cinesystem, Espaço Itaú, GNC Cinemas, Moviecom, Roxy Cinemas, Kinoplex e UCI. "A meta é substituir toda a entrega de filmes no Brasil pela transmissão por satélite até o fim de 2014", afirmou Diniz.
A adoção da tecnologia por satélite vai demandar da Cinelive um investimento de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões até 2014. O valor inclui a contratação da capacidade do satélite da SES; o desenvolvimento de softwares de segurança para impedir que os arquivos sejam copiados, ou que os complexos de cinema reproduzam os filmes em mais salas que o volume contratado; e a instalação de uma antena de 2,60 metros de diâmetro nos cinemas para a recepção do sinal de satélite.
Laudson estima que a transmissão por satélite vai proporcionar à Cinelive uma redução nos custos da operação da ordem de 40%. "O investimento nesse início é alto, mas os ganhos no longo prazo serão relevantes", afirmou o executivo. A Cinelive registrou uma receita de R$ 1,5 milhão no ano passado e estima para este ano um crescimento de 40%.
O trabalho de distribuição de filmes é complexo. Sob o processo original, as cópias eram enviadas a cada sala de cinema, em conjuntos de rolos que pesam de 35 a 40 quilos por filme. A substituição por cópias digitais tornou o trabalho mais leve, mas não menos trabalhoso. Até os dias atuais, as distribuidoras visitam cada complexo de cinema para levar a cópia digital do filme em um HD externo. Essa cópia é transferida para o servidor da sala e recebe recursos de segurança para impedir que o arquivo seja pirateado. Ainda assim, há riscos de perda ou dano no HD, e de reprodução de cópias ilegais.
No processo por satélite, o estúdio envia a cópia do filme para a distribuidora, que faz a transmissão para todos os complexos de cinema que adquirem o filme de forma simultânea. Esse arquivo passa por um tratamento para que as informações contidas sejam transformadas em arquivos fragmentados e codificados, que só podem ser remontados e validados por equipamentos adaptados pela Cinelive. Os arquivos também contam com uma tecnologia de autenticação, que reconhece os projetores e servidores dos cinemas onde o filme será exibido.
Essa tecnologia, disse Diniz, segue o mesmo padrão adotado pela DCDC (Coalisão de Distribuição Digital de Cinema), um consórcio formado pelos estúdios Disney, Paramount, Universal Pictures, Lionsgate e Warner Bros, para a transmissão de filmes por satélite para salas das redes AMC, Regal Entertainment e Cinemark, na América do Norte.
Além da redução de custos e dos riscos de pirataria, a transmissão por satélite diminui o tempo de entrega dos filmes nas salas de cinema para, no máximo, 7 horas - no caso da distribuição física, o prazo pode ser de dias, dependendo da localização da sala. A tecnologia também permitirá o lançamento de filmes em diversos países ao mesmo tempo.
Na Cinépolis, que tem 26 complexos de cinema, com um total de 180 salas, 22 complexos já estão adaptados para receber a transmissão via satélite, disse Luiz Gonzaga de Luca, diretor de planejamento da rede Cinépolis. Até o fim do ano, a Cinépolis planeja abrir mais 58 salas. Luca disse que o custo de digitalização e adaptação à transmissão por satélite por sala varia de R$ 250 mil a R$ 300 mil. "Até o fim do ano, todos os complexos serão digitalizados, mas a transmissão por satélite vai demorar um pouco mais", afirmou Luca. A expectativa do executivo é adotar a tecnologia por satélite em todas as salas no prazo de dois a três anos. "A transmissão por satélite é mais rápida e segura, envolve menos riscos que a distribuição por HD. É uma questão de tempo para a substituição completa", afirmou.
Fonte: Valor Econômico
Laudson Diniz, gerente-executivo da Cinelive, disse que 125 complexos de salas de cinema em 41 cidades no país estão prontos para os filmes via satélite. A meta é capacitar 260 complexos até o fim do ano. A lista engloba 19 grupos que controlam salas de cinema - Cine Aston, Centerplex, Cine Araújo, Cine Gracher, Cine Imperator, Cine Vip, Cineart, Cineflix, Cinemais, Cinemark, Cinépolis, Cinespaço, Cinesystem, Espaço Itaú, GNC Cinemas, Moviecom, Roxy Cinemas, Kinoplex e UCI. "A meta é substituir toda a entrega de filmes no Brasil pela transmissão por satélite até o fim de 2014", afirmou Diniz.
A adoção da tecnologia por satélite vai demandar da Cinelive um investimento de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões até 2014. O valor inclui a contratação da capacidade do satélite da SES; o desenvolvimento de softwares de segurança para impedir que os arquivos sejam copiados, ou que os complexos de cinema reproduzam os filmes em mais salas que o volume contratado; e a instalação de uma antena de 2,60 metros de diâmetro nos cinemas para a recepção do sinal de satélite.
Laudson estima que a transmissão por satélite vai proporcionar à Cinelive uma redução nos custos da operação da ordem de 40%. "O investimento nesse início é alto, mas os ganhos no longo prazo serão relevantes", afirmou o executivo. A Cinelive registrou uma receita de R$ 1,5 milhão no ano passado e estima para este ano um crescimento de 40%.
O trabalho de distribuição de filmes é complexo. Sob o processo original, as cópias eram enviadas a cada sala de cinema, em conjuntos de rolos que pesam de 35 a 40 quilos por filme. A substituição por cópias digitais tornou o trabalho mais leve, mas não menos trabalhoso. Até os dias atuais, as distribuidoras visitam cada complexo de cinema para levar a cópia digital do filme em um HD externo. Essa cópia é transferida para o servidor da sala e recebe recursos de segurança para impedir que o arquivo seja pirateado. Ainda assim, há riscos de perda ou dano no HD, e de reprodução de cópias ilegais.
No processo por satélite, o estúdio envia a cópia do filme para a distribuidora, que faz a transmissão para todos os complexos de cinema que adquirem o filme de forma simultânea. Esse arquivo passa por um tratamento para que as informações contidas sejam transformadas em arquivos fragmentados e codificados, que só podem ser remontados e validados por equipamentos adaptados pela Cinelive. Os arquivos também contam com uma tecnologia de autenticação, que reconhece os projetores e servidores dos cinemas onde o filme será exibido.
Essa tecnologia, disse Diniz, segue o mesmo padrão adotado pela DCDC (Coalisão de Distribuição Digital de Cinema), um consórcio formado pelos estúdios Disney, Paramount, Universal Pictures, Lionsgate e Warner Bros, para a transmissão de filmes por satélite para salas das redes AMC, Regal Entertainment e Cinemark, na América do Norte.
Além da redução de custos e dos riscos de pirataria, a transmissão por satélite diminui o tempo de entrega dos filmes nas salas de cinema para, no máximo, 7 horas - no caso da distribuição física, o prazo pode ser de dias, dependendo da localização da sala. A tecnologia também permitirá o lançamento de filmes em diversos países ao mesmo tempo.
Na Cinépolis, que tem 26 complexos de cinema, com um total de 180 salas, 22 complexos já estão adaptados para receber a transmissão via satélite, disse Luiz Gonzaga de Luca, diretor de planejamento da rede Cinépolis. Até o fim do ano, a Cinépolis planeja abrir mais 58 salas. Luca disse que o custo de digitalização e adaptação à transmissão por satélite por sala varia de R$ 250 mil a R$ 300 mil. "Até o fim do ano, todos os complexos serão digitalizados, mas a transmissão por satélite vai demorar um pouco mais", afirmou Luca. A expectativa do executivo é adotar a tecnologia por satélite em todas as salas no prazo de dois a três anos. "A transmissão por satélite é mais rápida e segura, envolve menos riscos que a distribuição por HD. É uma questão de tempo para a substituição completa", afirmou.
Fonte: Valor Econômico
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