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quinta-feira, 3 de outubro de 2013
"Esconder o racismo não o faz ir embora"
“O governo queria que esperássemos, mas éramos jovens e impacientes. Esperamos centenas de anos após o fim da escravidão.” Assim Ericka Huggins, professora universitária e socióloga, hoje com 64 anos, definiu sua militância quando era jovem no Partido dos Panteras Negras (em inglês, BPP – Black Panther Party), nos Estados Unidos. Ericka esteve recentemente no Brasil, onde visitou diversas universidades e escolas para relatar sua história de vida e trajetória no movimento negro estadunidense nos anos 1960 e 1970.
Aos 15 anos presenciou o histórico discurso de Martin Luther King em defesa dos direitos civis dos negros, episódio que influenciou sua decisão de entrar na luta política. Três anos mais tarde, em 1967, entrou para o BPP, que existia havia um ano. Lá, conheceu John Huggins, que se tornaria seu marido e companheiro.
O BPP era formado majoritariamente por jovens: a média de idade de seus integrantes era 19 anos. Seu propósito era libertar pessoas pobres e oprimidas. Apesar de ser retratado na mídia como um grupo violento, o partido realizou diversas ações que beneficiaram as pessoas mais carentes, como café da manhã gratuito para crianças, criação de clínicas de saúde, doações de roupas e sapatos e uma escola comunitária na cidade de Oakland, além do trabalho político com as comunidades.
Por realizar ações que desafiavam a ordem política vigente nos Estados Unidos, o BPP se tornou rapidamente uma das maiores ameaças para o Estado, que, especialmente por meio das forças policiais e do sistema judiciário, fez de tudo para erradicá-lo. Em 1973, 28 panteras já haviam sido assassinados, incluindo o marido de Ericka, que morreu um mês após o nascimento da filha dos dois.
Ela o enterrou em New Haven, cidade natal dele, e lá fundou uma filial do BPP. Pouco tempo depois foi presa, acusada de conspiração. Após dois anos na prisão, conseguiu ser solta e, até 1981, atuou no partido e na escola comunitária de Oakland.
Nesta entrevista exclusiva, concedida durante a passagem dela pela Escola Nacional Florestan Fernandes, ligada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Ericka analisa as formas como o racismo se manifesta na sociedade, tanto nos Estados Unidos como no Brasil, e afirma: as ideias racistas são um hábito, calcadas em um sistema econômico baseado na desigualdade.
Repórter Brasil - A primeira coisa que pensamos em perguntar é: o que é ser uma pantera negra?
Ericka Huggins - Bem, isso foi há 40 anos.
RB - Sim. Mas como você disse, ainda é uma pantera negra no coração.
EH - Então, como foi antes, ou como é agora?
RB - Os dois.
EH - Naquela época foi desafiador, difícil. Achávamos que o que estávamos fazendo não era suficiente, que não faria uma diferença importante, porque nosso trabalho era tão grande e tão difícil. E agora eu olho para trás e vejo que tudo o que nós fizemos deixou um marco e fez alguma diferença para as gerações daquela época e de agora.
RB - Os Panteras Negras atuavam diretamente com a sua base. Como vocês faziam para trabalhar com as pessoas?
EH - Nós viemos dessas pessoas, por isso sabíamos como trabalhar com elas e fazer a pergunta certa a fim de ajudá-las.
Nem todo mundo precisa vir das pessoas para ajudá-las, mas alguém na sua organização deve estar diretamente conectado e continuamente se reconectando a elas. E era isso o que nós fazíamos. Primeiro dizíamos quem éramos e por que existíamos. E falávamos na língua delas e deixávamos claro que gostaríamos de saber do que precisavam.
Nós sabíamos que a brutalidade policial impactava a todos, porque muita gente vinha ao nosso diretório para dizer “meu filho levou um tiro” ou “minha filha está presa”. Não os influenciávamos a serem políticos. E, quando falávamos sobre política, tentávamos garantir que as necessidades básicas, como se os filhos passariam fome ou encontrariam um emprego, estivessem resolvidas.
RB - E o que é o racismo?
EH - (pausa) Qual é sua pergunta por trás? É uma questão tão ampla.
RB - Gostaria que você definisse.
EH - Talvez você pudesse me dizer primeiro o que acha que é e, então, discutimos um pouco.
RB - É um conceito criado pela sociedade para separar as pessoas. No caso do racismo, pela cor da pele. O conceito de que há uma cor boa e uma cor ruim, inferior.
EH - Sim. Isso é racismo. Respondeu a sua pergunta. É um sistema de vantagens, de privilégios baseado na raça. Então, eu e você podemos concorrer a um emprego. Vamos supor que somos da mesma cor. Como um homem, você provavelmente vá conseguir um emprego mais rápido do que eu, porque sou mulher.
Mas se nós adicionarmos a raça a isso, eu poderia nem concorrer àquele trabalho. Em alguns países, o racismo é uma doença, porque depois de se criar uma história de que há uma cor boa e uma cor ruim, as pessoas que acham que isso é verdade passam para os filhos, que passam para os filhos, que passam para os filhos…
RB - Você considera o Brasil um país racista? Porque nós temos aqui a ideia de que vivemos em uma democracia racial.
EH - O que você acha?
RB - Eu acho que o Brasil é, sim, racista. A noção de que não existe racismo serve para esconder essa realidade.
EH - Para varrê-lo para debaixo do tapete?
RB - Exatamente. Para esconder que o Brasil é, de fato, racista.
EH - Sim, tal como nos Estados Unidos, como na Europa. É assim no mundo inteiro. No entanto, sempre há dinheiro e poder por trás dessa ideia para fazê-la funcionar e torná-la sistêmica. De outra forma, não duraria. Todas as instituições da sociedade a naturalizam.
RB - E se não falarmos do racismo, o que acontece?
EH - Esconder uma doença não a faz ir embora. Se você tem câncer de pele, não pode colocar um band-aid por cima. E nós não coexistimos. Se coexistíssemos, 600 pessoas negras não teriam sido mortas em maio de 2006 na periferia de São Paulo pela polícia. Por que isso acontece?
Também dizem que não há mais racismo nos Estados Unidos porque Obama foi eleito presidente. Os euro-estadunidenses estão dizendo isso porque acreditam que o racismo vai acabar por colocarem um homem em um escritório. Mas isso só vai realmente acabar quando educarmos a nós mesmos sobre como o racismo se manifesta.
RB - E quando você percebeu, pela primeira vez, que a sociedade é racista?
EH - Eu tinha em torno de oito anos de idade. Fui à loja da esquina e havia um menino e uma menina pequenos por lá, eles eram brancos. Chamaram-me de “negona” [nigger] e cuspiram em mim. Eu não os conhecia e eles não me conheciam. Provavelmente, seus pais haviam lhes contado que eu não era humana. Depois, quando contei à minha mãe, perguntei por que aquelas crianças eram tão ruins, por que haviam me chamado daquele jeito. Então minha mãe me explicou sobre a escravidão.
Eu espero que chegue um dia em que os pais não precisem contar a seus filhos a respeito da diferença da cor da pele. Também espero pelo dia em que mulheres sejam tratadas ou valorizadas da mesma forma que os homens são. Isso também começa com as crianças.
RB - Você acredita que essa mudança começa com as pessoas oprimidas tomando consciência de sua própria situação?
EH - Isso já acontece. Mas as pessoas que não são oprimidas também tem de refletir sobre seu papel. O que você acha que significa ser branco? Significa que você pode ir a qualquer lugar do mundo?
RB - Normalmente.
EH - O que é normal?
RB - Sem restrições, sem alguém me perguntar por que vou a tal lugar.
EH - Exatamente. Mas milhões de pessoas não vivem dessa forma. Para isso mudar, é preciso entender o que significam as formas de privilégio e discuti-las. Minha mãe é cega, e sempre penso no privilégio de ter a visão. Quando encaro algo dessa forma, sinto-me humilde. E quando você se posiciona ao lado de pessoas que não têm privilégios, está realmente ajudando. Se entender isso, você se tornará uma pessoa melhor, mais profunda e mais compassiva e será capaz de passar isso àqueles a sua volta. As pessoas estariam dizendo e fazendo coisas para acabar com ideias atrasadas.
RB - Falando a respeito das mulheres, no começo dos Panteras Negras elas não tinham o mesmo privilégio dos homens. Então, como foi possível igualar os direitos das mulheres dentro do partido?
EH - Nós tínhamos aulas de formação política e conversávamos sobre o assunto. Falávamos com frequência sobre poder em nossas relações íntimas, em nossos trabalhos e em nossas aulas de formação política. E as coisas mudaram. Mas isso não significa que todos mudaram no interior de seus corações. Porque tínhamos 18 anos e ainda havia alguns que tinham ideias atrasadas.
Toda vez que havia algo sexista surgindo nós apontávamos. “Você não pode tocar no meu corpo sem a minha permissão”, “sabe, você não pode me chamar de tal jeito”, “não, eu não quero dormir com você”, “vivemos coletivamente, mas não dormimos coletivamente”.
Eram coisas simples, que aconteciam no dia a dia. Pensávamos que veríamos um novo mundo durante nossas vidas, e não queríamos trazer o velho mundo para o novo.
RB - Os jornais, os pôsteres e as imagens do movimento eram todas muito bonitas. Por que essa importância à arte?
EH - Porque muitas pessoas não podiam ler ou escrever, e a arte fala sem precisar de palavras. Nós críamos arte para a causa do povo e não arte pela causa da arte.
Era muito importante entender as coisas como parte do mundo real, e não simplesmente como uma retórica política vazia. Queríamos que as pessoas entendessem como pensar sobre o mundo a partir da própria experiência.
E queríamos que elas vissem a si mesmas como bonitas. Especialmente porque o mundo inteiro as dizia que eram feias e estúpidas. Não rebaixávamos ninguém. Não queríamos diminuir as outras raças ou os outros para nos fazer brilhar. Isso é o que o racismo faz: umas pessoas parecerem ruins para outras parecerem boas.
RB - Você pode falar mais sobre o projeto da escola comunitária de Oakland?
EH - O foco eram os estudantes, negros e latinos. Uma das coisas mais importantes era que eles tivessem orgulho de suas identidades. Tínhamos um princípio chamado “não fofoque, investigue”. Se uma criança tinha uma ideia preconcebida sobre a outra e nós descobríssemos, dizíamos a ela para buscar a verdade sobre a pessoa e depois nos contar.
E nós tínhamos um conselho estudantil, formado pelas crianças e por um adulto, que geralmente ficava quieto, só monitorando, responsável por ajudar os colegas a cumprirem suas tarefas e ir bem nas aulas. Descobríamos por esse conselho que algumas crianças tinham dificuldades em aprender porque a forma como aprendem é diferente, e nós as ajudávamos. Entendíamos cada criança e nos focávamos em cada estudante da escola individualmente.
Servíamos três refeições por dia. Tínhamos uma relação com o hospital infantil local, porque se alguma delas ficasse doentes, queríamos ter certeza de que pudesse ser atendida sem qualquer custo. Se os pais dos estudantes não tinham carro, nós os pegávamos de ônibus e levávamos de volta à noite. Sabíamos os nomes, a idade e éramos amigos dos pais de todas as crianças.
RB - Como exercitar a criança a pensar por si mesma sem forçar um método de ensino?
EH - Um jeito é resolver problemas em grupos. E também dizer a elas o tempo todo o quão inteligente são. A nossa escola tinha uma música tema, chamada “Nós podemos fazer o que quisermos”. Quando as crianças são amadas e incentivadas, elas querem aprender. E nós fizemos o aprendizado algo divertido, uma aventura.
RB - Observando essa entrevista, com você nos pedindo respostas a nossas próprias perguntas, você acha que as concepções que temos sobre raça, gênero e preconceitos em geral mudariam se nos colocássemos no lugar das outras pessoas?
EH - Eu acho. Quando estava na cadeia, me levavam da prisão ao tribunal num carro, e eu estava sempre algemada. Sempre ia no mesmo carro, com os mesmos policiais, e sabia que esses dois policiais brancos não me viam como ser humano. Um deles disse isso. Eles só me chamavam de “a pantera”. Não me davam bom dia, não me cumprimentavam.
Todo dia, durante meses, fiz esse caminho com eles. Eu ficava isolada na prisão, não podia sair muito, nem ir ao espaço de lazer. Um dia em que fazia calor e o sol brilhava com força, ao chegar ao tribunal saí do carro com a ajuda de um dos policiais. Olhei para o sol e disse: “olha o sol, está tão lindo, não acha?”. Ele olhou para mim e respondeu: “sim, Huggins, está lindo mesmo”. Ele estava sorrindo. Depois disso ficamos amigos.
Imagina se nós agíssemos assim numa escala maior. Se levarmos esse pensamento para o mundo, no dia a dia, e considerarmos toda pessoa como nós, ou parte de nós. Não importa a cor de pele, a forma dos olhos, as genitais, ou quem ela ama, ou se é rica ou pobre. Acho que se fizéssemos isso por alguns minutos no dia ao redor do mundo, ele mudaria. Eu tenho esperança nessa grande possibilidade, mas não á algo que vem das nossas cabeças, é uma cultura de amor.
Nós não estaríamos falando sobre homofobia, racismo, machismo, classes sociais, violência se vivêssemos numa cultura de amor. Estaríamos pensando em como as estrelas ficam no céu, como fazer colheitas melhores… mas tanto espaço cognitivo é usado tentando se adaptar, tentando batalhar contra injustiças ridículas.
RB - Como você consegue falar de uma cultura de amor considerando sua história de vida?
EH - Porque era isso que eu sempre quis, e me recuso a desistir disso. Sempre que vejo violência, ódio ou preconceito dentro de mim sei que sou eu quem deve me livrar disso. Quando estou com outras pessoas não quero raiva, tristeza atrás de mim, quero apenas estar bem. Sim, minha história foi difícil, minha vida foi dura, mas também é bonita.
Fonte: Mercado Ético
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