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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Plano propõe limite de emissão para geradoras de energia

Na tarde desta terça-feira (25), em um discurso na Universidade de Georgetown, o presidente Barack Obama apresentará o novo plano de ação climática de sua administração, que, entre outros pontos, promete limitar as emissões do setor de energia, aumentar os incentivos para fontes renováveis e estabelecer medidas de adaptação às mudanças climáticas.
Apesar de o anúncio ainda não ter sido realizado, o documento com as informações sobre as novas políticas já foi apresentado para a imprensa, e em suas 27 páginas detalha diversos objetivos do governo.

“Embora nenhum passo único possa reverter os efeitos das mudanças climáticas, nós temos a obrigação moral de entregar um planeta menos poluído e danificado para as futuras gerações. Através de ações firmes e responsáveis para cortar a poluição do carbono, nós protegeremos a saúde de nossas crianças e frearemos os efeitos das mudanças climáticas para que deixemos como legado um meio ambiente mais equilibrado e limpo”, afirma o documento.

O plano é dividido em vários tópicos, porém decepciona ao não trazer metas concretas para diversos deles.

Segundo a Casa Branca, mais detalhes devem ser apresentados até setembro.

Emissões de Geradoras

O documento reconhece que as usinas de geração de energia, entre elas as termoelétricas a carvão, respondem por mais de um terço das emissões de gases do efeito estufa dos Estados Unidos, e, por isso, precisam adotar limites o quanto antes.

Para conseguir esse objetivo, Obama promulgará um Memorando Presidencial que colocará sob a responsabilidade da Agência de Proteção Ambiental (EPA) a criação de padrões de poluição para todas as usinas no país. Já existia algum tipo de controle sobre as instalações em construção, mas essa é a primeira vez que o governo norte-americano afirma com clareza que vai limitar as emissões de usinas já existentes.

Essas regras devem ser apresentadas pela EPA em junho do próximo ano e entrariam em vigor em 2015.

Para minimizar os impactos econômicos dessa medida para as geradoras, as usinas receberão uma linha de crédito de US$ 8 bilhões para adotarem tecnologias de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS).

Energias Renováveis

Os Estados Unidos possuem a meta de dobrar sua geração renovável até 2020, e, com esse intuito, o plano traz uma série de medidas.

Uma delas compromete o Departamento de Defesa, o maior consumidor de energia do país, a comprar o equivalente a três gigawatts de energia renovável para atender as instalações militares.

Já para popularizar as fontes alternativas, as agências federais serão mobilizadas para ajudar a instalar sistemas fotovoltaicos ou eólicos em seis milhões de residências até 2030, uma medida que reduziria as emissões em três bilhões de toneladas métricas. Para isso, o governo promete elevar os gastos em 30% nessa área, chegando a US$ 7,9 bilhões.

Investimentos também serão destinados para os biocombustíveis, carvão limpo, energia nuclear e modernização da rede elétrica do país.

HFCs e Metano

No primeiro passo para reduzir os impactos climáticos dos hidrofluorocarbonetos (HFCs) depois do acordo fechado com a China, Obama promete direcionar as compras da administração para opções mais limpas de equipamentos que utilizem menos HFCs ou que já adotem gases alternativos.

Para lidar com o metano, será criado um grupo com a participação da EPA e dos Departamentos de Agricultura, Energia, Interior, Trabalho e Transporte com o objetivo de estabelecer um cenário preciso das emissões e para estabelecer melhores práticas que possam reduzi-las.

Florestas

O desmatamento responde por cerca de 12% das emissões dos EUA e o documento aponta que a capacidade de absorção de CO2 das florestas está diminuindo devido aos impactos das mudanças climáticas.

Dentro do território dos EUA, o documento apenas coloca que a “Administração está trabalhando para identificar nossas medidas para proteger e restaurar as florestas, assim como outras paisagens, como pastos e áreas úmidas, diante da ameaça das mudanças climáticas”.

No entanto, o plano destaca que Obama está se esforçando em conjunto com a Aliança de Florestas Tropicais para conscientizar nações da necessidade de frear o desmatamento.

Adaptação Climática

Buscando medidas para minimizar os efeitos do aquecimento global, as agências federais serão compelidas para identificar e remover barreiras para os investimentos de resiliência climática.

Também serão distribuídos mais recursos para setores como transportes e gerenciamento de água, para atuarem com mais velocidade em eventos climáticos extremos.

Obama promete criar uma força-tarefa que trabalhará em conjunto com comunidades locais para aumentar a prontidão aos fenômenos extremos e para a adoção de ações que possam diminuir as consequências das mudanças climáticas.

Com relação à resiliência costeira, o Departamento do Interior lançará um programa com US$ 100 milhões para expandir e proteger áreas verdes que servem como barreiras naturais em caso de enchentes e do avanço do nível do mar. Além disso, US$ 250 milhões serão destinados para restauração costeira, em especial na região atingida pelo Sandy.

Negociações Internacionais

O plano afirma que os EUA estão engajados com as maiores economias do planeta para manter o aquecimento global em 2oC.

O documento aponta que existem conversas em andamento com a Índia, sob a Parceria para o Avanço de Energia Limpa, e com o Brasil, sob os Diálogos Estratégicos de Energia.

Sobre o financiamento de ações climáticas nos países mais pobres, os EUA afirmam terem liberado US$ 7,5 bilhões para a meta de US$ 30 bilhões de ajuda prometida pelas nações ricas até 2012.

Com relação ao novo acordo climático internacional, que deve ficar pronto até 2015 para entrar em vigor em 2020, o governo norte-americano diz estar engajado nas negociações.

“Estamos buscando um tratado que seja ambicioso, inclusivo e flexível. Precisa ser ambicioso para lidar com o tamanho do desafio que encaramos. Precisa ser inclusivo porque se todos os países não participarem não será possível enfrentar as mudanças climáticas. E precisa ser flexível porque as muitas diferentes Partes envolvidas possuem suas próprias necessidades, que precisam ser atendidas de forma prática e inteligente”, conclui o documento.

Fonte: Mercado Ético

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