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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Instituição educa crianças para a felicidade

Um parquinho em torno de um extenso bosque, horta e composteira, centro comunitário, refeitório e até mesmo um templo. As refeições têm cardápio vegetariano e a comunidade é convidada para participar ativamente do processo de aprendizado de seus filhos. Baseada nos eixos dos ensinamentos budistas e da cultura de paz, a escola de educação infantil Caminho do Meio, no município de Viamão, próximo a Porto Alegre (RS), oferece educação gratuita e inclusiva para estudantes a partir de um ano de idade. Com uma estrutura curricular chamada de “saberes”, os alunos estudam a partir de práticas de uma educação para a felicidade, onde aprendem a conviver com equilíbrio, respeito e amor.
A escola conta com 40 alunos de primeira infância – e atualmente está em expansão para atender também a estudantes do primeiro ano do ensino fundamental – funciona por meio de doações de todo o país. Sua grade segue os parâmetros curriculares estabelecidos pelo MEC, integrada à educação budista. “Ela foi pensada como um espaço de desenvolvimento humano, que possibilite os meios hábeis para desenvolver crianças, famílias, educadores e comunidade em geral, auxiliando-os na busca pela felicidade”, afirma o fundador da instituição e mestre budista, Lama Padma Samten.

A escola funciona em três turnos distintos (manhã, tarde ou período integral) e não há quaisquer critérios, religiosos ou não, para a seleção dos alunos – basta apenas se atentar ao período de matrícula a cada início de ano.

Na escola, os conteúdos tradicionais do currículo – como matemática, linguagem oral e escrita, artes, música e natureza e sociedade – são ensinados de modo transversal a partir dos ensinamentos budistas e de uma série de outras práticas, como brincadeira livres, roda de acolhimento, hora do conto, psicomotricidade, yoga infantil, culinária e agroecologia.

A Escola Caminho do Meio, inclusive, segue um modelo de ensino próprio, construído a partir de cinco pilares, mais conhecidos como “sabedorias”: a sabedoria do espelho, da igualdade, discriminativa, da causalidade e da darmata. Cada uma dessas metodologias é representada por uma cor e são trabalhadas bimestralmente durante o período de cinco anos.

A sabedoria do espelho, por exemplo, é representada pela cor azul e está baseada no acolhimento, o que significa que levar aos pequenos a compreensão de que o mundo que vemos ao nosso redor é o mundo que reflete nossa mente.

Já a sabedoria da igualdade, identificada pela cor amarela, busca estimular nos alunos a compaixão, a alegria, a generosidade e a moralidade. “Alegrar-se e apoiar a o que de bom acontece com o outro é a sabedoria da igualdade”, diz Samten. Já a sabedoria discriminativa, na cor vermelha, trabalha com os estudantes a lucidez, ou seja, os fazem diagnosticar desde cedo quais são seus obstáculos, orientando-os como procurar respostas para resolvê-los.

Enquanto isso, a quarta sabedoria, a causalidade, é representada pela cor verde e se dedica a levar ao convívio escolar o que e como se dão as sensações de perda e ganho ou desvantagem e desvantagem. Por fim, na sabedoria de darmata, identificada pela cor branca, as crianças aprendem a se tornarem mais estáveis, criativas e seguras internamente.

Os estudantes são divididos normalmente em grupos distintos, separados de acordo com a faixa etária, para a realização de atividades específicas. No entanto, para trabalhar especialmente o respeito com o próximo, as crianças se reúnem em momentos coletivos, normalmente uma vez por semana, para aulas de culinária, de circo ou até mesmo a tradicional educação física.

Os pais são convidados a participar das atividades na escola e até a almoçar os alimentos do cardápio vegetariano, menu que recebem semanalmente por e-mail. “Essas cinco sabedorias reforçam o contato familiar e com os amigos, a ligação com a natureza e os próprios limites de cada criança”, afirma a coordenadora Josiane Fontana. “As famílias também ficam sabendo e assim vão entrando na mandala. Buscamos realizar os jogos e brincadeiras dentro daquela sabedoria específica e aquilo vai tomando conta do espaço. Os pais nos dizem o que aconteceu em casa e com isso vamos nos fortalecendo”, afirma.

Na fase ênfase 1, com pequenos de um a dois anos, por exemplo, os professores formam rodas de cantigas para contar histórias aos pequenos. Enquanto na ênfase 2, com meninos e meninas de dois a três, um pai de incumbe de trazer musicalidade às aulas, por meio de cantigas em seu violão. Já na ênfase 3, com estudantes de quatro a seis, eles percorrem o parque que contorna a escola para recolher lixo como atividade da disciplina de ecologia. Entretanto, quando chegam ao primeiro ano do ensino fundamental, no entanto, passam a ser acompanhadas de modo individual e de acordo com seu desenvolvimento.

Desde sua fundação, há quatro anos, a escola, vem sendo, inclusive case de estudo da UFP (Universidade Federal de Pernambuco), por meio do Núcleo de Pesquisas em Educação e Espiritualidade. Pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Educação da UFP começaram a investigar as diferentes formas de abordagem da espiritualidade e suas respectivas implicações no contexto da educação.

Fonte: Mercado Ético

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