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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Manifestantes ocupam Câmara de Santa Maria e pedem renúncia de vereadores

Gravação revela que CPI estaria direcionada para livrar prefeito da responsabilidade do incêndio da Boate Kiss
Um grupo de 60 manifestantes está desde a tarde de terça-feira acampado no plenário da Câmara de Vereadores de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, exigindo a exoneração do procurador-jurídico da Casa, Robson Zinn, e a renúncia imediata dos vereadores Maria de Lourdes Castro (PMDB), Doutor Tavores (DEM) e Sandra Rebelato (PP) das vagas que ocupam na CPI que investiga o incêndio da boate Kiss, que matou 242 pessoas. Conversas telefônicas gravadas entre os parlamentares revelaram que a CPI estaria sendo direcionada para livrar o prefeito Cezar Schirmer (PMDB) de responsabilidade no caso.

Uma reunião que ocorre neste momento entre manifestantes e vereadores pode negociar uma solução para o impasse. A invasão foi apoiada pela Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria. No protesto, a fachada e os banheiros da Câmara foram pichados pelos manifestantes. Os integrantes da CPI emitiram nota, na última quarta-feira, afirmando que só se manifestariam sobre o assunto depois da desocupação do prédio.

No áudio, com mais de 42 minutos, a presidente da CPI, Maria de Lourdes Castro, o vice, Tavores Fernandes (DEM), e o assessor dele, que seria o autor da gravação, tecem críticas à mudança de posicionamento da vereadora Sandra Rebelato (PP), relatora da Comissão. Na gravação, o trio diz que a investigação não pode chegar ao secretário de Relações de Governo e Comunicação, Giovani Mânica, nem ao prefeito de Santa Maria.

Vereadores da oposição analisaram o conteúdo do áudio com os líderes da manifestação e anunciaram que o caso será examinado pela Comissão de Ética da Câmara. O advogado da Associação dos Familiares Sobreviventes da Tragédia da Boate Kiss (AVTSM), Jonas Stecca, pediu uma cópia do áudio, já repassado à Polícia Civil e ao Ministério Público.

O secretário municipal de Relações de Governo e Comunicação de Santa Maria, Giovani Mânica, emitiu uma nota à imprensa ainda na terça-feira dizendo que irá ingressar com representação na Câmara para investigar a falta de decoro para a cassação dos parlamentares e prometeu “ir até as últimas consequências para apurar os fatos”.

Na madrugada da última quinta-feira, os manifestantes leram um manifesto em que justificam a ocupação dizendo que exigem dois direitos básicos: transporte público e justiça. “Em relação ao transporte público, nossas exigências imediatas são três: o retorno do passe livre, abertura de processo de licitação e, principalmente, a redução imediata do valor da tarifa de R$ 2,45 para R$ 2, fazendo valer à população direitos que lhe foram retirados para beneficiar empresários que monopolizam o setor do transporte em nossa cidade”, diz o documento.

O grupo também pede o fim da CPI da boate Kiss, que consideram feita para “blindar” o prefeito. “Entendemos que esta CPI foi instaurada para esconder os fatos e não para investigá-los, é o que se constata através das gravações recentemente divulgadas, nas quais vereadores governistas falam explicitamente que ‘esta CPI não pode chegar a lugar algum’, tudo para preservar politicamente o prefeito. Portanto, cobramos a renúncia imediata dos vereadores Maria de Lourdes Castro, Doutor Tavores e Sandra Rebelato dos cargos que ocupam na CPI da Tragédia da Boate Kiss, com a consequente extinção da comissão”, completa a nota.

O presidente da Câmara, Marcelo Bisogno (PDT), suspendeu as sessões até que o impasse seja resolvido. Ele descartou um pedido de reintegração de posse à Justiça.

Fonte: O Globo

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