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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O balanço hídrico e os solos, artigo de Roberto Naime

Para compreensão e entendimento da formação e equilíbrio dos solos, além da profunda e íntima relação com o clima, é preciso entender as interações com o relevo e a influência dos parâmetros hidrológicos no balanço hídrico.

Por balanço hídrico se compreende o conjunto de fenômenos posteriores às precipitações pluviométricas (chuvas). A água que chove sobre uma bacia hidrográfica tem 3 caminhos básicos: o primeiro é sofrer infiltração nos terrenos, que depende do relevo e das taxas de infiltração dos materiais constituintes dos solos (materiais arenosos tem elevada permeabilidade e materiais com predomínio de argilas tem baixa permeabilidade).

A primeira alternativa do caminho das águas é sofrer “run off”, expressão que significa escoamento superficial. Quanto maior for a declividade dos terrenos, maior é o escoamento superficial, menores as infiltrações, menor a recarga de aquíferos subterrâneos e menor a formação de solos. Aquíferos são depósitos de águas subterrâneas, são o contrário de aquífugos, que são solos ou rochas que permitem a fuga de água.

A infiltração que é o segundo dos caminhos da água, sendo facilitada e ocorrendo em terrenos planos ou com baixas declividades do terreno, que não estimulam o escoamento superficial.

A terceira e última alternativa da água é passar pelo processo de evapotranspiração, ou seja evaporação superficial, elevada nas áreas de climas quentes. O balanço hídrico é a quantidade de água disponível pela ação das chuvas, menos as águas que infiltram nos terrenos, subtraídas também as águas que sofrem evapotranspiração.

A água disponível para os sistemas de drenagem superficial (rios) é o material proveniente da chuva que sofre escoamento superficial. As taxas maiores ou menores de infiltração, dependem da quantidade de chuvas e do relevo local, influenciando a maior ou menor formação de solos. Quanto mais infiltração de água, maior a formação de solos.

O solo é um recurso natural responsável pela sustentação da flora e da fauna e pelas interações com a agricultura e a pecuária. Armazena água, dá suporte para as obras de infraestrutura e edificações. Sem que suas características naturais sejam alteradas, funciona como filtro mecânico para a purificação das águas freáticas (das chuvas) e filtra as águas que vão se depositar em rochas mais profundas.

O manejo agrícola inadequado produz erosão nos solos, processo que é responsável pelo assoreamento dos rios, aumentando as condições para ocorrência de enchentes e alagamentos.

A disposição inadequada de resíduos perigosos ou não-inertes (lixo doméstico) nos solos, propicia uma ampla degradação progressiva dos ecossistemas afetados.

Os solos estão presentes em todas as atividades humanas, dependem fundamentalmente do balanço hídrico em sua formação e equilíbrio. O uso racional dos solos, em condições economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis exige conhecimento prévio de suas características e limitações.

Todo estudo do meio físico necessita detalhamento das características, aptidões e limitações do meio considerado, sua distribuição geográfica e ocorrência. Assim como cada pessoa pode carregar um peso de acordo com sua capacidade, temos que definir os usos e ocupações do meio físico por suas capacidades. Isto é ser ambientalmente sustentável.

No campo, a identificação dos tipos de solos, é feita pela observação dos perfis de solos em um talude ou corte de terreno. O entendimento do perfil é a primeira fase na identificação e interpretação das características dos solos, para fins de recomendação dos usos e manejos adequados.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Fonte: EcoDebate

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