Colaboradores

Tecnologia do Blogger.

Seguidores

Arquivo do blog

Pesquisar neste blog

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Estudo diz que Groenlândia perde 200 bilhões de toneladas por ano

O território da Groenlândia perdeu quase 200 bilhões de toneladas de massa por ano entre abril de 2002 e agosto de 2011, segundo dados captados pelos satélites Gravity Recovery and Climate Experiment (Grace), uma parceria entre a agência espacial americana (Nasa) e o Centro Aeroespacial Alemão.

A pesquisa de Christopher Harig e Simons Frederik, do Departamento de Geociências da Universidade de Princeton, nos EUA, está publicada na edição desta segunda-feira (19) da revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS).

Essa intensa perda de área na Groenlândia é resultado do aquecimento global e do derretimento das calotas polares. Entre os anos de 2003 e 2004, a redução de massa se concentrou na costa leste da região, que pertence à Dinamarca. Ao longo dos dois anos seguintes, a diminuição ficou menor no nordeste e se intensificou no sudeste.

Entre 2007 e 2010, o derretimento foi mais acelerado na costa noroeste. E, após 2008, a perda de massa no sudeste se reduziu. No centro do território, porém, a área de gelo aumentou continuamente durante a década.

Os autores extraíram essas informações usando apenas medições de gravidade terrestre dos satélites, e acreditam que o método também possa servir, no futuro, para análise da Lua e de sistemas planetários.

Fonte: Globo Natureza

Cientistas criam ‘pele’ de plástico sensível ao toque que se cura sozinha

Cientistas da Universidade Stanford, nos EUA, desenvolveram uma pele de plástico flexível e sensível ao toque que consegue se “curar” sozinha quando cortada ou rasgada. Além disso, o material é capaz de sentir a menor pressão, como o pouso de uma borboleta ou um aperto de mão.

O material sintético foi desenvolvido pela equipe da professora Zhenan Bao, da faculdade de engenharia química de Stanford. O trabalho foi financiado pelo Escritório de Pesquisa Científica da Força Aérea (AFOSR) dos EUA e publicado na revista “Nature Nanotechnology”.

“Na última década, houve grandes avanços na pele sintética, mas mesmo os materiais mais eficazes tiveram grandes inconvenientes. Alguns precisavam ser expostos a altas temperaturas, o que os tornava inviáveis para uso no dia a dia. Outros se curavam à temperatura ambiente, mas a reparação de um corte mudava sua estrutura mecânica ou química”, explica a cientista.

Zhenan diz também que nenhuma “pele” autocurável era boa condutora de eletricidade, uma propriedade crucial, principalmente se o produto for interligado ao mundo digital. Nesse caso agora, porém, o material tem a condutividade similar à de um metal, por meio de uma superfície áspera e ligações de hidrogênio.

Segundo o coautor Chao Wang, essas moléculas se quebram facilmente, mas, quando se reconectam, os laços delas se reorganizam e se restauram. Os cientistas destacam que, para criar esse polímero, foram adicionadas pequenas partículas de níquel, para aumentar a resistência mecânica dele.

Para ver como a pele poderia restaurar sua força mecânica e a condutividade após ser danificada, os pesquisadores a cortaram com um bisturi e pressionaram os pedaços suavemente por alguns segundos. O material acabou recuperando 75% da força original e da condutividade, e ficou quase 100% novo em 30 minutos.

“Até a pele humana leva dias para cicatrizar. Então isso é muito legal”, avalia Benjamin Chee-Keong Tee, um dos principais autores. Além disso, a mesma amostra pode ser cortada várias vezes no mesmo lugar. Após 50 incisões e reparos, o material ainda resistiu à flexão e ao alongamento, da mesma forma que o original.

A equipe também tem explorado como usar a pele artificial como um sensor eletrônico. Segundo Tee, há várias possibilidades comerciais para o produto, com aplicação em dispositivos e fios elétricos de difícil acesso, como dentro de paredes de prédios ou veículos.

O desafio agora é tornar o tecido elástico e transparente, para envolver e guardar aparelhos eletrônicos e telas de exibição.

Fonte: G1

‘Prefiro 10 hidrelétricas a uma nuclear’, diz ministra sobre usinas em RO

A construção das usinas hidrelétricas na região Norte do país voltou a ser assunto durante a 15ª Conferência Internacional Anticorrupção, no Distrito Federal. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu o funcionamento das hidrelétricas como ‘forma mais segura e barata’ de ampliação da matriz energética no país. O encontro foi encerrado neste sábado (10).

“Nenhum país que tem potencial hidrelétrico renuncia, porque é uma energia mais barata e segura. Outra opção é a nuclear, mas eu prefiro dez hidrelétricas a uma nuclear. Não estou nem falando do custo ambiental, mas é uma energia mais cara e os estudos estão aí”, afirmou a ministra.

Como exemplo, Izabella Teixeira garantiu que as construções das usinas Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia, além da Belo Monte, no Pará, não inviabilizam outros aproveitamentos dos recursos hídricos na região.

“Ao contrário, um estudo divulgado há pouco comprova que o Rio Madeira tem a maior diversificação de peixes no Brasil, e o barramento não impede isso”, acrescentou Teixeira.

Fonte: G1

Pesquisadores da Embrapa desenvolvem alimento do futuro

Em um terreno atrás de uma delegacia na Asa Norte de Brasília um conjunto de prédios baixinhos e ladeados por pequenas estufas produzem soluções para problemas agrários. São sementes de feijão imune a pragas, café resistente à secas e alface com 15 vezes mais ácido fólico, uma vitamina importantíssima para grávidas, tudo isso produzido por uma empresa estatal, a Embrapa Recursos Genéticos Biotecnologia (Cenargen).

No laboratório do Professor Francisco Aragão foi criado o feijão resistente ao mosaico dourado, praga que afeta plantações em todo o Brasil. O feijão carioquinha que saiu de lá foi a primeira variedade geneticamente modificada criada em uma instituição pública de pesquisa brasileira. O fungo gera prejuízo de 90 a 290 toneladas de feijão por ano, com a produção nacional girando em torno de 1,2 milhões de toneladas por ano. As sementes do novo transgênico ainda estão em fase de teste em três regiões do país e o registro da variedade deve sair nos próximos dois anos. Futuramente as sementes serão disponibilizadas para o produtor rural sem a cobrança de royalties.

“Costumo falar para o produtor que se ele estiver desesperado é melhor não me procurar”, ri Aragão, porque o estudo demorou mais de dez anos para ter resultado prático. Aragão afirma que o desenvolvimento de tecnologia transgênica deve ser a última solução para um problema, por causa do tempo que leva para ficar pronto.

Os pesquisadores da Embrapa modificaram o DNA do feijão para que ele produzisse fragmentos de RNA responsável pela ativação de defesa contra o vírus do mosaico dourado. “A planta não transgênica chega a produzir estes fragmentos de RNA do vírus para bloqueá-lo, mas isso só acontece quando o vírus já está instalado”, explicou. O novo processo faz com que as plantas transgênicas já tenham o RNA pronto para se defender da praga.

De acordo com o pesquisador países do Caribe e a Argentina demonstraram interesse em usar o feijão, mas mais testes precisam ser feitos, pois o vírus da praga nestes países é um pouco diferente do brasileiro.

A Embrapa também tentou desenvolver algo semelhante do que foi feito com o feijão, só que com tomates. Porém existem mais de 24 espécies da fruta e seria necessário criar resistência a múltiplas espécies de pragas. O projeto não andou.

Café forte – A poucos passos do laboratório que desenvolveu o feijão, o biólogo Eduardo Romano trabalha no desenvolvimento de plantas resistentes a secas.

O estudo começou analisando o genoma do café, sequenciado em 2007. Naquela época eles analisaram quais dos 30 mil genes da planta se expressavam quando o café passava por períodos de seca. Chegaram a cinco genes, e os pesquisadores optaram por introduzir o gene CAHB12 em outras plantas. Agora eles estão introduzindo o gene em plantas como a soja, algodão, trigo e arroz.

“Esperamos ter variedades comerciais em cinco anos”, disse Romano, pesquisador da Embrapa que coordena o projeto em parceria com a UFRJ.

A equipe também sequenciou o genoma da palma, espécie de cactos comestível. Eles descobriram quais foram os genes expressados durante período de seca e estão introduzindo os genes em plantas modelo. “Ainda precisamos validar o quanto de água vamos economizar com a planta modelo”, disse.

Romero lembra que de acordo com a ONU, 70% da água usada no mundo é utilizada em agricultura e que de acordo com estimativas da própria ONU, até 2030 será necessário aumentar em 50% a produção de alimento no mundo.

Alface bombada - Ainda no laboratório de Aragão, está saindo da horta uma variedade de alface com 15 vezes mais ácido fólico. A falta desse nutriente durante a gestação pode causar má formação do tubo neural (explicar o que é) do feto. No Brasil, estima-se que 1,6 nascidos em mil tenham problemas na má formação.

“Alteramos passos da rota metabólica destas plantas. Elas estão prontas, mas ainda precisam de ensaio de biossegurança”, afirma Aragão. De acordo com os pesquisadores 12 gramas da alface equivalem a 70% do que uma pessoa adulta precisa ingerir de ácido fólico por dia. “Da planta transgênica seria necessário comer a quantidade presente em um sanduíche por dia. Já da planta normal seria preciso comer dois pés de alface”, disse.

Os pesquisadores também criaram uma variedade com sete vezes mais ácido fólico e pretende cruzar as duas variedades, para entender se isso traz ainda mais aumento de vitaminas na planta. Atualmente, o Brasil fortifica a farinha com ácido fólico, porém dificilmente a quantidade é uniformizada no produto. A alface da Embrapa seria a solução deste problema.

Fonte: Portal iG

Fontes limpas e renováveis correspondem a 83% da energia gerada no Brasil

Desde o início do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, o Brasil aumentou em 4.244 megawats (MW) sua capacidade geradora, com a entrada em operação de 52 empreendimentos. De acordo com balanço do programa divulgado na segunda-feira (19) pelo governo federal, 83% (3.525 MW) da energia agregada têm como origem fontes limpas e renováveis. A expectativa é de que outros 28.022 MW sejam agregados ao sistema a partir da conclusão de obras que já estão em andamento.

Parte da geração já agregada tem como origem a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, que tem seis turbinas em funcionamento, gerando 417 MW, e 19 usinas eólicas (UEE), que agregam outros 475 MW ao sistema. Há, ainda, 23 usinas termelétricas gerando 1.711 MW.

Com as 11 hidrelétricas cujas obras estão em andamento, o sistema poderá gerar 18.702 MW a mais de energia. Estão sendo construídas também 28 termelétricas, que vão gerar 6.868 MW, e 87 eólicas com capacidade para gerar 2.291 MW.

Atualmente há 23 linhas de transmissão sendo instaladas, com uma extensão de 10.657 quilômetros. Desde o início do programa, 13 subestações de energias e 17 linhas foram concluídas, totalizando 3.308 quilômetros para a transmissão da energia gerada.

Na área petrolífera, foram assinados contratos para a construção de 21 sondas, a um custo de R$ 29 bilhões. A indústria naval contabiliza a contratação de 228 empreendimentos pelo Programa de Expansão e Modernização da Marinha Mercante. Outros 81 já foram entregues.

O PAC 2 já investiu R$ 5,8 bilhões no setor de combustíveis renováveis, para o escoamento integrado à movimentação de álcool nos estados de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Nesses investimentos estão incluídas obras de instalação para coleta, armazenamento e transporte por dutos, para permitir a saída da produção por meio de portos marítimos.

Fonte: Agência Brasil

Batalhão Ambiental apreende 307kg de pescado ilegal em feira, no AM

Uma fiscalização do Batalhão Ambiental da Polícia Militar de Manaus apreendeu pescado e quelônios na manhã desta quinta-feira (15). A ação ocorreu na feira da Panair, bairro Educandos, Zona Sul da capital.

A ação apreendeu 130 kg de tambaqui, 30 kg de pirarucu fresco, 147 kg de pirarucu seco e oito quelônios. Segundo o responsável pela operação, tenente Daniel Abreu, a fiscalização é rotineira e visa fazer cumprir a proibição da venda do pirarucu. Esse peixe só pode ser comercializado se tiver origem de cativeiro, segundo a lei ambiental.

Outro foco é fiscalizar a venda de outras seis espécies que entram em período de defeso nesta quinta (15). “A comercialização do aruanã, matrinxã, pacu, sardinha, mapará e pirapitinga estão proibidas até o dia 31 de março”, afirmou o tenente Abreu.

O feirante responsável pelo tambaqui e a responsável pelos quelônios foram encaminhados ao 1º Distrito Integrado de Polícia, devido a Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente (Dema) não funcionar neste feriado. “A mulher não assumiu a mercadoria era dela, mas só a presença do quelônio já é suficiente para encaminhá-la à delegacia”, disse o tenente. Os policiais do Batalhão Ambiental estão na feira da Panair desde às 7h da manhã. As fiscalizações devem ocorrer de 15 em 15 dias em feiras alternadas.

Protesto – O feirante responsável pelos 130 kg de tambaqui, Jackson Cruz, afirmou ter a guia de comercialização do pescado e que não entendia porque estava sendo detido e a carga sendo apreendida. “Eu tenho todos os documentos e minha guia de comercialização do peixe estava no pescado”, afirmou o comerciante.

No entanto, o sargento do Batalhão Ambiental, Natanael Freire, explicou que é necessário possuir documentações que comprovem a quantidade adquirida pelo comerciante ao frigorífico.

“É necessário ter o recibo. No caso do Jackson, havia a identificação de uma grande quantidade de peixe que um feirante não compra por ser uma quantidade digna de frigorífico. Há o risco do comerciante adicionar outros peixes na carga que não passaram pela fiscalização”, explicou o sargento.

Fonte: G1

BP pagará multa de US$ 4,5 bilhões por vazamento de óleo em 2010

A petrolífera britânica BP declarou-se culpada nesta quinta-feira (15) das acusações criminais relacionadas com o vazamento de petróleo no Golfo do México em abril de 2010 e concordou em pagar US$ 4,5 bilhões ao longo de seis anos ao governo dos EUA, segundo comunicado divulgado pela empresa.

Segundo a nota, a empresa vai pagar US$ 4 bilhões, em cinco anos, ao Departamento de Justiça dos EUA para finalizar todas as reclamações pelo pior derramamento de petróleo na história do país e outros US$ 525 milhões, em três anos, à SEC (Securities and Exchange Commission) por reclamações aos órgãos reguladores. O acordo ainda tem de ser aprovado em tribunal federal no país.

“Desde o início, temos respondido ao vazamento, pagamos reivindicações legítimas e financiamos esforços de restauração no Golfo. Pedimos desculpas por nosso papel no acidente e, como a resolução de hoje com o governo dos EUA ainda reflete, aceitamos a responsabilidade por nossas ações”, escreveu o presidente-executivo da BP, Bob Dudley.

Segundo as agências de notícias, o valor pago é recorde por uma multa criminal norte-americana. O recorde anterior era detido pela Pfizer Inc, que pagou uma multa de US$ 1,3 bilhões em 2009 por uma fraude de marketing.

O desastre ambiental de Deepwater Horizon, no Golfo do México, ocorreu em abril de 2010 e 11 trabalhadores morreram.

A empresa disse ainda estar preparada para se defender de outras reclamações civis.

Fonte: G1

Prefeitura de Duque de Caxias/RJ é multada em quase R$ 2 milhões por falta de coleta de lixo

A prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi multada na quarta-feira (14) em R$ 1,850 milhão por falta de coleta de lixo no município. A multa foi aplicada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que já havia notificado o governo municipal sobre as irregularidades.

De acordo com o instituto, a prefeitura assinou em agosto Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) pelo qual se comprometeu a regularizar a coleta do lixo em 90 dias, mas o prazo acabou sem que o ajuste fosse atendido.

Com o descumprimento das normas exigidas pelo Inea, o órgão encaminhará o assunto à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para analisar a possibilidade de propor uma ação civil pública contra o prefeito José Camilo Zito dos Santos, que estará no comando do município até dezembro, quando encerra o mandato.

A presidenta do Inea, Marilene Ramos, explicou que, em virtude do acúmulo de lixo, o sistema de escoamento das águas pluviais de Duque de Caxias está entupido, o que pode ocasionar enchentes, principalmente no verão, período em que aumenta o volume das chuvas.

Segundo Marliene Ramos, “está sendo jogado fora” o investimento de R$ 400 milhões para a Baixada Fluminense, feito nos últimos quatro anos em parceria com o governo federal, para dragagem de rios e retirada de mais de 3 mil famílias da margens.

“O retorno desse lixo para dentro dos rios significa perder parte desse investimento. É uma situação que, acima de tudo, é inaceitável em Duque de Caxias, que é um município rico. Ele tem o terceiro maior orçamento do estado, e coletar lixo é uma função básica que qualquer prefeito tem que cumprir adequadamente”, disse.

Marilene Ramos negou que a situação do lixo nas ruas de Duque de Caxias tenha a ver com a desativação do aterro sanitário de Gramacho, como afirmou a prefeitura. “Desde o encerramento do Aterro de Gramacho, a prefeitura do Rio de Janeiro disponibilizou para a prefeitura de Duque de Caxias carretas especiais que estão fazendo o transporte do lixo até Seropédica [Baixada Fluminense]“, afirmou.

Pelo mesmo motivo, o município de Belford Roxo, também na Baixada Fluminense, foi notificado a regularizar seu serviço. Técnicos do Inea fazem vistoria, analisando o risco que esses detritos causam aos rios e ao meio ambiente. Caso sejam encontradas irregularidades, o município também poderá ser multado. Belford Roxo, porém, já conta com um aterro sanitário, o que diminui os transtornos quanto à coleta do lixo.

A prefeitura de Duque de Caxias informou, por meio da assessoria de imprensa, que a Procuradoria-Geral do Município (PGM) não foi notificada e que só vai se pronunciar após receber oficialmente o documento do Inea. Já a prefeitura de Belford Roxo, procurada pela reportagem da Agência Brasil, não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta matéria.

Fonte: Agência Brasil

No DF, barulho de cigarras equivale ao de rua com ônibus e caminhões

As cigarras que se reproduzem na primavera nas árvores do Distrito Federal fazem mais barulho do que um liquidificador ou uma rua com trânsito pesado, mostra equipamento de medição de ruídos da Universidade de Brasília (UnB).

A pedido do G1, o professor Márcio Avelar, do Núcleo de Laboratórios de Engenharia e Inovação da Faculdade do Gama da Universidade de Brasília, mediu o volume do canto dos insetos. O local escolhido foi a quadra 315 Sul. Sob as árvores, o equipamento registrou 80 decibéis.

A cantoria fica muito acima do recomendado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para áreas residenciais: 50 decibéis durante o dia e 45, à noite. Também supera o volume recomendado pela associação em áreas industriais, que é de 70 decibéis. Uma rua com trânsito de ônibus e caminhões tem 80 decibéis, em média.

De acordo com a escala da ABNT, a intensidade do som das cigarras em Brasília supera a de um liquidificador ligado (75 decibéis) e equivale à de uma rua com trânsito pesado, com caminhões e ônibus (80 decibéis).
O professor da UnB diz que a frequência do canto das cigarras também explica a irritação de moradores das quadras residenciais de Brasília.

“Não é só volume que causa incômodo, a frequência da fonte sonora faz diferença também. A frequência das cigarras é de média para alta, uma região de frequência que tem potencial para incomodar o ouvido humano”, diz Avelar.

E não adianta tentar fugir do canto das cigarras. O G1 também mediu o volume da cantoria em um apartamento no sexto andar de um prédio da Asa Sul. No quarto do imóvel, o equipamento marcou 54 decibéis – o barulho recomendado pela ABNT para esse tipo de cômodo durante o dia é de 45.

‘Culpa deles’ – O barulho das cigarras é produzido pelos machos da espécie. Eles cantam, e muito, para atrair as fêmeas. “As cigarras fêmeas, além de silenciosas, são ótimas ouvintes. Os machos cantam em grupo, pesquisas indicam que assim eles têm mais sucesso na conquista da fêmea do que cantando isolados”, fala o professor de zoologia Paulo César Motta, também da UnB.

O professor explica sete espécies de cigarra, com tamanhos que variam entre 1,5 cm e 7 cm, habitam no Distrito Federal. Esses insetos passam entre dois e sete anos embaixo da terra, época em que são silenciosos e chamados de ninfas. Quando alcançam a maturidade, sobem as árvores e deixam no caminho as exúvias, as casquinhas que serviram de proteção para as ninfas.

Na fase adulta, cantam por cerca de dois meses para atrair as fêmeas. Depois do período reprodutivo, morrem. “O esperado é que teremos cantoria até o fim do ano”, diz Motta.

Mitos e curiosidades – Porteiro em um bloco na Asa Sul há 21 anos, Elilans de Andrade fala que já perdeu as contas de quantas vezes socorreu moradores com medo de cigarras. “Nos últimos dias, entrou uma cigarra em um apartamento e tivemos que subir correndo para socorrer a moradora, que tomou um tombo e se machucou com medo do inseto.”

Há alguns anos, a gritaria foi tão grande em outro apartamento que o porteiro pensou que se tratava de um assalto. “Quando entramos lá, era uma cigarrinha pequena.”

Embora causem medo em algumas pessoas, o professor Paulo César Motta diz que as cigarras são inofensivas e limpas. “Tem gente que acha a cigarra nojenta, mas ela é superlimpinha. Não tem motivo de ter nojo, ela se alimenta apenas de seiva. Além disso, a cigarra é inofensiva, só faz barulho e vibra.”

O professor explica ainda que o líquido que muitas vezes cai das árvores repletas de cigarras não é urina do inseto, mas seiva em excesso. “Tudo indica que não é excremento. Supõe-se que seja um excesso de xilema, a seiva”, afirma.

Sabendo que as cigarras não são sujas ou fazem mal, talvez o melhor seja mesmo aprender a conviver com elas – no DF, esses insetos preferem a área urbana ao cerrado.

“Aparentemente, há mais cigarras na área urbana. Isso pode ser explicado porque há vários organismos que se adaptaram muito bem ao ambiente modificado pelo homem”, diz o professor de zoologia.

“Me acostumei com as cigarras, elas são da natureza, não fazem medo. A gente tem que admirar e curtir esse barulhinho”, afirma o porteiro Elilans de Andrade, que desenvolveu uma técnica para retirar os insetos da casa dos moradores desesperados.

“Tem gente que dá vassourada e mata. Não é necessário isso. Pego ela com cuidados, porque são muito sensíveis, coloco no saquinho plástico e solto na natureza de novo.”

Fonte: G1

Eco & Ação

Postagens populares

Parceiros