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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Cidade do PR quer usar dejetos de animais para produzir 100% de sua energia

Além de oferecer uma alternativa em energia renovável, o sistema deve promover a economia local.


A cidade de Entre Rios do Oeste, no Paraná, pode se tornar referência nacional em energia renovável. Um projeto aprovado no mês de dezembro, feito pela Copel, em parceria com o Centro Internacional de Energias Renovável (CIBiogás), aproveitará os resíduos da produção de porcos e aves para gerar energia limpa.

A princípio, o projeto interligará 19 propriedades por meio de um biogasoduto de, aproximadamente, 22 quilômetros. O sistema, que conta com o investimento de R$ 17 milhões em recursos de pesquisa e desenvolvimento aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), garante o tratamento dos dejetos, transformando um agente poluidor em biogás e também biofertilizante.

Além de solucionar um problema ambiental e oferecer uma alternativa em energia renovável, o sistema deve promover a economia local, servindo como fonte de renda extra aos produtores. De acordo com o diretor-presidente do CIBiogás, Rodrigo Régis, o intuito é de que a tecnologia consiga abranger toda a cidade, que possui atualmente quatro mil habitantes.

Com a energia gerada nesta primeira fase do projeto, já será possível abastecer todos os prédios públicos da cidade. Mas, a intenção é ir além, com o biogás produzindo 100% da demanda energética de Entre Rios do Oeste.

A prefeitura local e o governo do Paraná também participaram financeiramente do projeto e, se bem sucedida, a ideia poderá se espalhar por outros municípios do estado.

Método

O biogás produzido na rede de biodigestores será filtrado em uma refinaria para se transformar em biometano e este será canalizado para uma Minicentral Termelétrica (MCT) com capacidade total de 480 kW. A interligação das propriedades em torno de uma MCT é essencial para garantir a viabilidade econômica do projeto.

O projeto é inovador no sentido de agrupar pequenas unidades produtoras em torno de uma grande central de aproveitamento energético de biogás, o que possibilita ganho de escala no custo de geração.

O efluente do processo resulta em um biofertilizante rico em nitrogênio, fósforo e potássio, que melhora a produtividade do solo ao mesmo tempo em que diminui a dependência de fertilizantes importados.

Fonte: Ciclo Vivo

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