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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Estudo mostra realidade das Unidades de Conservação em biomas brasileiros

No recente trabalho publicado na revista Acta Oecologica, pesquisadores do Laboratório de Ecologia Espacial e Conservação (LEEC) da UNESP-Rio Claro e um pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG) testaram a eficiência da rede das Unidades de Conservação nos biomas da Amazônia e da Mata Atlântica.
Para isso o grupo utilizou uma abordagem pouco usual: eles avaliaram como as áreas de proteção (Protected Areas – PAs), como são conhecidas no termo técnico da área, eram eficientes em manter áreas climáticas estáveis ??(Climate Stable Areas – CSAs).

“Áreas climáticas estáveis são áreas que se mantiveram como bioma florestal em diferentes cenários de mudanças climáticas passadas (21 mil, 6 mil anos atrás e atualmente). No passado, esses biomas se moveram geograficamente devido às mudanças climáticas do Holoceno e do Pleistoceno, mas algumas áreas se mantiveram geograficamente e climaticamente estáveis”, segundo o pós-doutorando Thadeu Sobral-Souza, que liderou o grupo. Ele continua, “nossos modelos encontraram justamente quais são essas áreas (ver mapa à esquerda na figura). Em seguida, nós classificamos as CSAs quanto à sua estabilidade temporal, quais delas estavam situadas em áreas protegidas e possuíam remanescentes florestais intactos”.

Os pesquisadores então criaram três classes de prioridade: 1) Área prioritária muito alta [CSAs (21 mil anos), fora das PAs e com floresta intacta], 2) Área prioritária alta [ CSAs (21 mil anos), fora das PAs e com floresta fragmentada]; e 3) Área prioritária média [CSAs (6 mil anos), fora das PAs e com floresta intacta].

“Nossos resultados indicaram que a rede de PAs da Amazônia é quatro vezes mais eficiente que a rede de PAs da Mata Atlântica. Dessa forma, nós propomos que novos esforços de conservação nesses biomas florestais requerem diferentes abordagens para assegurar e aumentar a eficiência das PAs” comenta o Prof. Matheus Lima-Ribeiro da UFG de Jataí.

Por fim, os autores dão um remate final ao trabalho, deixando claras as diferenças nas propostas de conservação. Segundo o Prof. Milton Ribeiro, da UNESP de Rio Claro, “na Mata Atlântica, onde há poucas CSAs e sua distribuição é disjunta, propomos que programas de restauração deveria ser o foco”. Segundo ele, na Amazônia o cenário é totalmente diferente. Ele continua, “no oeste da Amazônia, onde há grandes áreas climaticamente estáveis e com vastas áreas florestais intactas, propomos que as ações devem incentivar a criação de novas PAs e/ou a expansão das mesmas. Já no leste da Amazônia, onde há grandes CSAs com pouco fragmento florestal intacto, comparado ao oeste da Amazônia, sugerimos que programas de restauração passiva, aliada à criação de PAs seja uma medida eficiente de conservação”.

Os autores ainda disponibilizaram as CSAs em arquivos no formato shapefile para download no link permanente: https://github.com/mauriciovancine/CSAs-Amazon-Atlantic-Forest.. Fonte Unesp

Fonte: Envolverde

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